quinta-feira, dezembro 29
4º sentido
Tenho saudades de escrever.
Tenho saudades do meu bloco de notas e do meu gravador, guardado numa caixinha à espera que lhe volte a por pilhas.
De esperar para ouvir as pessoas ou de ir atrás delas.
De contar as histórias dos outros.
De encadear as ideias e os argumentos.
De não ter mais para dizer e ainda ter meia página para preencher.
De ter a sensação de não ter escrito nada e ver a página cheia.
De ouvir dizer que o título não é bom. De pensar noutro rapidamente que ainda me sai pior.
Tenho saudades do jornalismo.
Que o futuro me traga, de novo, um lugar nesse mundo...
quinta-feira, dezembro 22
O Natal e as compras
O Natal está à porta. Já comprei todas as prendas e, das duas uma: ou tenho mais dinheiro do que no ano passado por esta altura ou estou uma mãos largas.
Ainda assim reconheço que comprar não é de todo o espírito do Natal, mas a verdade é que é impossível passar ao lado de tanta azáfama. Coitadinhõs dos moços que passam o dia todo no Toys'r'us a fazer embrulhos!!
Quando era "pikena" acordava na manhã do dia 25 e ía a correr para a árvore para desembrulhar os presentes. Nesse dia era eu a acordar os meus pais tal era a euforia. Sempre fui uma criança inteligente e precoce (pouco dada a histórias ficcionais, portanto) e nunca acreditei muito na história do Pai Natal. Aliás, não percebo como é que os miúdos de hoje, que nascem a saber mexer em computadores, a falar inglês e a perceber de tudo quanto é aprarelho high tech ainda caem na história das renas e do Pai Natal a descer pela chaminé. Mas isso é outra história.
O que eu queria dizer com isto tudo é que, infelizmente, a ideia de união e de amizade se perde cada vez mais. Transformamos tudo o que sentimos em prendas, dos chineses, das lojas bagatela, da gant, dependendo do lugar que a pessoa ocupa na nossa escala de consideração.
Como foi que nos tornamos assim?
Ainda assim reconheço que comprar não é de todo o espírito do Natal, mas a verdade é que é impossível passar ao lado de tanta azáfama. Coitadinhõs dos moços que passam o dia todo no Toys'r'us a fazer embrulhos!!
Quando era "pikena" acordava na manhã do dia 25 e ía a correr para a árvore para desembrulhar os presentes. Nesse dia era eu a acordar os meus pais tal era a euforia. Sempre fui uma criança inteligente e precoce (pouco dada a histórias ficcionais, portanto) e nunca acreditei muito na história do Pai Natal. Aliás, não percebo como é que os miúdos de hoje, que nascem a saber mexer em computadores, a falar inglês e a perceber de tudo quanto é aprarelho high tech ainda caem na história das renas e do Pai Natal a descer pela chaminé. Mas isso é outra história.
O que eu queria dizer com isto tudo é que, infelizmente, a ideia de união e de amizade se perde cada vez mais. Transformamos tudo o que sentimos em prendas, dos chineses, das lojas bagatela, da gant, dependendo do lugar que a pessoa ocupa na nossa escala de consideração.
Como foi que nos tornamos assim?
quarta-feira, dezembro 14
Quero uma casa deste tamanho
Castelo de Palmela
Já estou de olhos postos em 2006. Não gosto de fazer aquelas listas de coisas que queremos mudar ou fazer no ano que se aproxima, porque acabamos sempre por deixá-las a meio. Para 2006 tenho um objectivo: ter uma casa só para mim, seja alugada, comprada, ocupada, roubada, não me interessa!
Há 7 anos que partilho casas com pessoas mais ou menos desconhecidas, tempo suficiente para estar à beira de uma ruptura na minha saúde mental.
Esperar para usar o wc, querer fazer o jantar e ter os bicos do fogão todos ocupados, aturar os namorados das vizinhas de quarto aos fins-de-semana, isto quando não vêm para cá fazer ranger a cama aos dias de semana ao ponto de uma pessoa ter que bater na parede (é verdade, aconteceu num dia de pouca paciência, bati na parede e o rapaz foi embora! lol)São apenas alguns dos motivos fortes para ganhar juízo e me deixar disto. A dificuldade está mesmo no dinheiro. Os euros não abundam, é certo, mas se deixar de comprar umas quantas peças de roupa por mês sou capaz de conseguir! Quem vai sofrer é o armário, mas não podendo cortar nos livros nem nos CDs nem no cinema nem nos jantares com o meu mais que tudo, é o que me resta...
segunda-feira, dezembro 12
De volta
A pedido de muitas famílias voltei a dar corda aos dedos.
Neste tempo em que deixei A Cegueira às escuras, a minha vida deu uma reviravolta. Deixei o jornalismo. Passei para o outro lado do passeio. A separar a assessoria e o jornalismo está apenas um riacho que se atravessa sem termos que arregaçar as calças. E eu molhei os pés e passei para o outro lado por uma razão simples: sobrevivência.
E a minha vida ganhou novas rotinas a que me acostumei. E não penso muito no que ficou para trás porque não queria ser mais uma a contar para as estatisticas do desemprego.
O meu amigo Marco, do outro lado do mundo, diz que se não escrevo é porque a vida me corre bem. O truque é mesmo acordar de manhã e seguir em frente, estou a aprender a não pesar os gramas de cada decisão que tenho que tomar!
segunda-feira, agosto 29
Nua e crua
A vida é injusta.
Quando menos esperamos deixa-nos nus e descalços à beira da estrada... a pedir boleia. E quem passa nunca vai para onde nós queremos. E metemo-nos em atalhos. E enveredamos por caminhos avessos e alternativos até voltarmos à estrada principal...
Quando menos esperamos deixa-nos nus e descalços à beira da estrada... a pedir boleia. E quem passa nunca vai para onde nós queremos. E metemo-nos em atalhos. E enveredamos por caminhos avessos e alternativos até voltarmos à estrada principal...
sexta-feira, julho 8
Little idiot
O eco na minha cabeça e os outros a andarem de um lado para o outro como se todos soubessem para onde caminham.
E o eco na minha cabeça não me diz nada.
E penso em todas as camas em que dormimos e em todos os sítos por onde passamos e no nada que somos, e no tudo que queríamos ser.
E todos continuam a andar de um lado para o outro, em passadeiras que os deixam do outro lado da estrada. Em pontes que os levam para margens de outros rios.
E o eco na minha cabeça... Ouço as coisas que digo dia após dia, as mesmas. Penso nas coisas que faço dia após dia, rotina.
E o eco repete-se e continua a remoer-me os pensamentos e as entranhas. As mesmas rotinas e as mesmas pessoas e os mesmos lugares cravados de significado para outros, mas não para mim.
E as mãos que tocam nas campainhas para mandar parar o autocarro. As mãos de todos tocam ali e eu penso antes de juntar as minhas mãos àquele ritual de passagens, de impressões.
E o eco continua. O eco como uma mão que me agarra ao que sou e me afasta do que seria se a voz que me fala se calasse para dar lugar ao silêncio...
terça-feira, julho 5
Mentiras que levamos a sério
Há coisas em que temos que acreditar para que consigamos levantar o corpo da cama todas as manhas.
É preciso acreditar que a crise vai passar, mesmo quando as compras do supermercado são cada vez menos e o preço a pagar por elas cada vez mais alto.
É preciso acreditar que nós temos o rumo dos nossos dias na mão, mesmo sabendo que amanhã podemos ser despedidos e ficar os próximos seis meses, na melhor das hipóteses, à procura de um emprego.
É preciso acreditar que estamos a aprender com o que fazemos todos os dias, mesmo que ninguém valorize o esforço.
É preciso acreditar que ter 23 anos é um bom sinal apesar de ainda não termos nada na vida e mesmo que a sensação seja de que apesar de novos já somos uns falhados.
Não sei se acredito, mas preciso...
É preciso acreditar que a crise vai passar, mesmo quando as compras do supermercado são cada vez menos e o preço a pagar por elas cada vez mais alto.
É preciso acreditar que nós temos o rumo dos nossos dias na mão, mesmo sabendo que amanhã podemos ser despedidos e ficar os próximos seis meses, na melhor das hipóteses, à procura de um emprego.
É preciso acreditar que estamos a aprender com o que fazemos todos os dias, mesmo que ninguém valorize o esforço.
É preciso acreditar que ter 23 anos é um bom sinal apesar de ainda não termos nada na vida e mesmo que a sensação seja de que apesar de novos já somos uns falhados.
Não sei se acredito, mas preciso...
sexta-feira, junho 24
Wondering...
segunda-feira, maio 23
O ultimo adeus a cidade
Ele apareceu nos meus últimos momentos de vida naquela cidade. Quando tudo se acabava, eis que surge alguma coisa que nasce, aos poucos no meio do turbilhão de sentimentos com que se saí dalí.
Não percebi como aconteceu. Ele também não, certamente. Parece uma daquelas coisas que nos contam e que não acreditamos. Um romance saído de um livro de ficção que nos faz ponderar sobre a existência do amor, e ao mesmo tempo pensar que situações como aquelas não acontecem a muita gente e muito menos acontecerão a nós.
Mas aconteceu. A mim. A ti.
Encontrámo-nos quando nos procurávamos um ao outro, no meio de outras tantas mil almas, perdidas na noite e no alcóol, e deambulámos por ali à beira rio, à procura de assunto para quebrar o nosso silêncio no meio do barulho dos outros. Assim se passou uma noite. Quando me virei para trás e te vi lá ao fundo, já sem distinguir os contornos do teu corpo, senti-me triste sem porquê. Não sei se tinha vontade de repetir tudo outra vez, de te dar o pouco tempo que ainda me restava ali. Talvez por medo queria acreditar que não. Tudo ali era passado. Tudo me lembrava o passado. O passado caminhava por ali, lado a lado comigo e contigo, a olhar-nos sem nos ver.
Mas os dias seguiram-se, um após o outro, e tu ficaste comigo. De uma maneira ou de outra, a quilómetros de distância permanecias como uma recordação até chegares para ficar um ou dois dias, não mais. Era o tempo que tínhamos. Um tempo que era escasso e que nos fez viver as horas como elas eram: as únicas, as últimas.
Lembras-te de como era quando chegavas? Lembras-te de como era quando olhavas para mim e eu para ti e tudo à volta desaparecia? Que saudades daqueles dias....
Não o sabíamos ainda, mas tinhamos muito pela frente. As certezas eram poucas. Qualquer sopro de vento, gota de chuva, floco de neve ou raio de sol podiam ter feito desaparecer os laços que nos uniam. Não eram nenhuns. Nada senão uma mistura de desejos e quereres. Mas não foi assim. O vento e a chuva só nos fizeram mais fortes. O sol fez-nos crescer. Hoje tenho a certeza que o que conseguimos se deve àqueles primeiros momentos de incerteza. Se tivessemos iniciado a viagem com certezas, teriamos perdido tudo pelo caminho. Teriamo-nos perdido um do outro...um ao outro...
Não tenho dúvidas agora...
segunda-feira, maio 2
Coimbra
Dois anos passaram desde que saí de lá com a certeza de que ía manter aquela cidade no meu coração para toda a vida.
Agora estou em viagem constante. Passo lá frequentemente mas apenas como uma estranha. Sem laços nem âncoras que me prendam a ela, olho-a com uma sensação alheia de já ter estado ali de corpo e alma, como se numa outra vida.
Tenho tantas memórias que já não sei o que ganhar com elas. Não sei o que fazer delas. São minhas, são tuas, são nossas e de todos os que passaram pela minha vida durante aqueles quatro anos. Mas não passam disso. De memórias que vão ganhando pó com o passar dos dias, com o cumprir dos sonhos que na altura pareciam utopias de estudantes que têm a vida pela frente.
Não sei quem seria hoje se não tivesse passado por Coimbra. Aprendi tudo o que me permite hoje ser quem sou como profissional. E muito para além disso, consegui sentir a humildade de quem vence e perceber quando é altura de desistir, mesmo quando tudo cá dentro nos diz que devemos seguir em frente e passar por cima do que achamos correcto.
Coimbra não é apenas uma cidade, é uma maneira de estar na vida e nos dias. De aprender a ser adulto, sem deixar de fazer as loucuras que se fazem quando pensamos que não há amanhã.
Está à porta mais uma Queima das Fitas. Este ano, pela primeira vez, não vou fazer farte dos dias de festa. Sinto que não devo, porque uma coisa é estarmos lá durante o ano todo à espera que aquilo aconteça e outra é cairmos lá no meio daquilo tudo vindos de outra realidade.
Não há dias melhores do que aqueles. Uma grande família vestida de negro a comemorar qualquer coisa, a comemorar tudo e nada à beira rio até o dia amanhecer. E quando amanhece começa tudo outra vez... Mas para quem saiu de lá com a certeza de que fez tudo o que devia ter feito, com a certeza do dever cumprido, ir lá é como manchar um bocadinho das memórias que cá temos dentro. E não quero que isso aconteça. Quero mantê-las assim, com pó para eu soprar sempre que me apeteça abrir o álbum para recordar as caras e os lugares da cidade durante o tempo que lá estive.
Quero que elas fiquem velhinhas comigo e acreditar que Coimbra será sempre como quando eu lá estive. Sem mais...só assim: velhinha e mágica à beira do Mondego..
sábado, abril 23
Aldeia da Pena
Para muitos seria impensável viver num sítio como este. Escondidos entre montes e quase inacessíveis vivem os 11 habitantes da Aldeia da Pena, na Serra de São Macário no concelho de São Pedro do Sul.
Quando se vai ali pela primeira vez fica-se com a sensação que o tempo não passou. Para aquelas pessoas, certamente que o tempo tem um andamento diferente. Para que servem os relógios se não há autocarros nem metro para apanhar, se não há horas de ponta a evitar?
Ao mesmo tempo, sentimos que nada de mal poderá acontecer aos que ali passam os seus dias. O sol nasce e poe-se, dia após dia, mas acredito que lá no fundo da serra, as 11 pessoas não o vejam ou o sintam todos os dias. Tal é o nevoeiro cerrado que por vezes se levanta por aquelas paragens, quem não conhecer a zona e passar na estrada apertada no topo do monte, nem se dá conta que ali, alguns metros abaixo, onde acaba o penhasco, há vidas humana.
Quando se vai lá uma, duas, três vezes ficamos atentos às mudanças. Agora ja há um café, os visitantes recebem um cartão com os serviços da "casa", almoços e jantares com especialidades como o cabrito assado, provavelmente dos criados mesmo ali, naquelas pastagens cheias de carqueija. Alguém se lembrou de que o artesanato poderia dar dinheiro e toca a fazer casinhas de xisto, tal e qual as da aldeia. De resto de todas as vezes que lá voltamos saímos com a certeza de que não há no mundo lugar tão pacífico.
Pergunto-me o que acontece àquelas 11 almas quando adoecem e precisam de um médico.
Pergunto-me quantas vezes saem dali e para fazer o que?
Pergunto-me se precisam realmente de sair dali...
Acredito que quando se vive muito tempo num lugar como aquele, não se sente necessidade de ir a mais lado nenhum.
Não posso dizer o que vai na alma daquelas pessoas e porque insistem em ficar ali, mas o olhar de um cão rafeiro que por ali se passeava era de um tristeza infinita....
terça-feira, abril 12
segunda-feira, abril 4
Rituais
Repetiu-se o ritual. Uma semana mais tarde chegou a Páscoa lá a casa. Já não há ovos de chocolate nem amêndoas nas prateleiras dos hipermercados, mas a aldeia anda atarefada a preparar a visita pascal. Limpam-se as ruas, coloca-se o alecrim à porta. Lá dentro a mesa está posta. Sobre ela uma toalha de linho, um bolo com cobertura branca a contrastar com a cor das amêndoa no prato mesmo ao lado. A garrafa de vinho do porto está lá também, para o caso de alguém querer beber alguma coisa.
Por muito remota que possa parecer esta tradição, ela continua a fazer parte da minha rotina na época pascal. E não me parece retrógada nem sem sentido, porque ela sempre fez parte de mim como eu dela. Junta-se a família, come-se à pressa e espera-se. Ouve-se o badalo a anunciar a chegada. A família ocupa as suas posições na sala e espera que o padre e a sua comítiva entrem pela casa e salpiquem paredes e pessoas com água benta.
O ritual não foi diferente dos outros anos. Apesar da mesa ter ficado intacta pois, com os seus 70 e tal anos, o pároco já não sobe os degraus para se poupar durante o percurso.
As pessoas são as mesmas mas estão mais velhas. A cruz que nos dão a beijar vem nas mãos do mesmo senhor de sempre, que antes me acarinhava a cabeça e dizia para os meus pais "que crescida que ela está" e que agora me cumprimenta com um sorriso e me pergunta como correm as coisas.
Parece que o tempo pára nessas alturas. Porque a realidade em que estamos inseridos todos os dias é muito diferente daquela. E por muito que tentemos encontrar semelhenças não conseguimos. As pessoas são muito diferentes, as relações entre elas também e o espírito dos lugares é quase oposto. Mas sentimo-nos mesmo parte daquilo tudo. E sentimo-nos priveligiados por estarmos ali...
Por muito remota que possa parecer esta tradição, ela continua a fazer parte da minha rotina na época pascal. E não me parece retrógada nem sem sentido, porque ela sempre fez parte de mim como eu dela. Junta-se a família, come-se à pressa e espera-se. Ouve-se o badalo a anunciar a chegada. A família ocupa as suas posições na sala e espera que o padre e a sua comítiva entrem pela casa e salpiquem paredes e pessoas com água benta.
O ritual não foi diferente dos outros anos. Apesar da mesa ter ficado intacta pois, com os seus 70 e tal anos, o pároco já não sobe os degraus para se poupar durante o percurso.
As pessoas são as mesmas mas estão mais velhas. A cruz que nos dão a beijar vem nas mãos do mesmo senhor de sempre, que antes me acarinhava a cabeça e dizia para os meus pais "que crescida que ela está" e que agora me cumprimenta com um sorriso e me pergunta como correm as coisas.
Parece que o tempo pára nessas alturas. Porque a realidade em que estamos inseridos todos os dias é muito diferente daquela. E por muito que tentemos encontrar semelhenças não conseguimos. As pessoas são muito diferentes, as relações entre elas também e o espírito dos lugares é quase oposto. Mas sentimo-nos mesmo parte daquilo tudo. E sentimo-nos priveligiados por estarmos ali...
domingo, abril 3
os dias acabam amanha
parecem pequenas alucinações.
pequenos flashes de qq coisa que me assalta a cabeça.
sinto aquele formigueiro no corpo, aquela vontade de fazer. Mais. Aquela certeza momentânea de que se fizer algo, será algo bom.
Micro-explosões de inspiração, de leveza, de expontaniedade.
E tão depressa surgem como desaparecem.
Passo os minutos seguintes a tentar aperceber-me do que realmente estava a pensar. Passo a hora seguinte a tentar reaver esse momento.
Como se os ponteiros de todos os meus relógios interiores se tivessem alinhado e um canal qualquer especial estivesse sintonizado. Mas apenas apanho estática.
Penso que mais alguns dias assim e a sintonização poderia ser amplamente afinada.
Mas os dias acabam amanha.
E assim correm as horas.
Um fantasma como uma sombra, que me segue vagaroso, à espera de vez.
Como um animal de estimação que é deixado para segundo plano.
A inspiração, o verdadeiro prazer de fazer algo de mim para mim, andou por aqui.
Talvez te veja de novo.
Em breve.
Porque os dias acabam amanha.
pequenos flashes de qq coisa que me assalta a cabeça.
sinto aquele formigueiro no corpo, aquela vontade de fazer. Mais. Aquela certeza momentânea de que se fizer algo, será algo bom.
Micro-explosões de inspiração, de leveza, de expontaniedade.
E tão depressa surgem como desaparecem.
Passo os minutos seguintes a tentar aperceber-me do que realmente estava a pensar. Passo a hora seguinte a tentar reaver esse momento.
Como se os ponteiros de todos os meus relógios interiores se tivessem alinhado e um canal qualquer especial estivesse sintonizado. Mas apenas apanho estática.
Penso que mais alguns dias assim e a sintonização poderia ser amplamente afinada.
Mas os dias acabam amanha.
E assim correm as horas.
Um fantasma como uma sombra, que me segue vagaroso, à espera de vez.
Como um animal de estimação que é deixado para segundo plano.
A inspiração, o verdadeiro prazer de fazer algo de mim para mim, andou por aqui.
Talvez te veja de novo.
Em breve.
Porque os dias acabam amanha.
quinta-feira, março 31
segunda-feira, março 28
Ghosts of the great highway that's life
Quando era pequena fascinava-me visitar as pessoas em casa. Ver como é que ditribuíam os móveis e objectos, como é que davam vida às paredes. Não me tornei decoradora, nem pouco mais ou menos, apesar de ter a mania das mudanças e de não suportar ter o meu quarto, por exemplo, sempre da mesma maneira. Mesmo que os objectos sejam os mesmos todos os dias, têm que ser mudados de sítio para parecerem outros e para eu própria me sentir num sítio diferente.
Quando era mais pequena não percebia como é que as pessoas eram capazes de se desligarem de um sítio e partirem para outro, como se nunca por ali tivessem passado, levando mobílias e pertences encaixotados num camião. Muitas vezes deixando tudo para trás. Faz parte de nós aquilo que vamos acumulando. Todos os objectos têm uma história. Assim como as paredes das casas vão acumulando histórias e momentos que nunca poderão ser contados e só são sentidos e lembrados por quem ali passou.
Já vivi em duas casas diferentes às quais nunca chamei lar. Não sei quem nelas viveu antes de mim e quem virá depois de eu sair. Mas posso chamar de lar a uma casa que vi crescer, devagar. E que cresceu comigo e à medida dos sonhos dos meus pais. Quando era pequena pensava que nunca ía sair dali, que era ali que eu me sentia protegida porque tudo ali era meu, nosso. Hoje, apesar de viver mais num prédio de muitos que pouco me diz, sempre que volto para casa reencontro o conforto do sofá e da lareira. Ali estão todos os objectos que fizeram de mim quem hoje sou: as bonecas, os diários de adolescente, os livros, as fotografias... E hoje ainda me custa perceber como é que há pessoas que se desligam tão facilmente do que têm. Sem verdadeiras. Sem lar. Vivem de lugares comuns e sem um espaço próprio e único ao qual possam chamar seu.
quinta-feira, março 24
O meu amor existe
O meu amor tem lábios de silêncio
e mãos de bailarina
e voa como o vento
e abraça-me onde a solidão termina....
Joge Palma
e mãos de bailarina
e voa como o vento
e abraça-me onde a solidão termina....
Joge Palma
quarta-feira, março 23
terça-feira, março 22
Elements of loneliness
Há sempre várias opções e caminhos à nossa escolha.
Estão ali à nossa frente, à nossa volta, à espera que um dia troquemos o passo e mudemos de rumo.
Mas, por uma razão ou por outra não o fazemos.
Temos músculos, mas falta-nos a força.
Temos vontade, mas falta-nos a coragem.
E dia após dia, tentamos controlar a febre com paninhos quentes.
A temperatura baixa durante o dia e conseguimos respirar, por algumas horas.
Durante a noite assaltam-nos pesadelos e os fantasmas. A febre explode em extase e depois há só silêncio. Ficamos calmos como um cão ferido na berma da estrada, à espera que alguém páre e nos leve para casa. Nos cuide dos ferimentos. Nos dê carinho. E qualquer coisa para a febre...
Temos músculos, mas falta-nos a força.
Temos vontade, mas falta-nos a coragem.
Estão ali à nossa frente, à nossa volta, à espera que um dia troquemos o passo e mudemos de rumo.
Mas, por uma razão ou por outra não o fazemos.
Temos músculos, mas falta-nos a força.
Temos vontade, mas falta-nos a coragem.
E dia após dia, tentamos controlar a febre com paninhos quentes.
A temperatura baixa durante o dia e conseguimos respirar, por algumas horas.
Durante a noite assaltam-nos pesadelos e os fantasmas. A febre explode em extase e depois há só silêncio. Ficamos calmos como um cão ferido na berma da estrada, à espera que alguém páre e nos leve para casa. Nos cuide dos ferimentos. Nos dê carinho. E qualquer coisa para a febre...
Temos músculos, mas falta-nos a força.
Temos vontade, mas falta-nos a coragem.
sábado, março 19
Lisboa - Viseu
Eu gosto de Tunas. Como uma ex-estudante de Coimbra, só podia gostar. Naquela ciadade, das duas uma: ou se gosta mesmo das tradições académicas ou se passam quatro anos a remar contra a maré. Mas não é dificil ficarmos apaixonados pela cidade. Adiante que o post não é sobre Coimbra.
Servem as linhas acima para demonstar a minha revolta em relação ao transporte de Tunas em transportes públicos. Quer dizer, é sexta feira, uma pessoa está cansada da semana de trabalho, quer paz e descanso e chegar a casa sossegada. E sossego foi coisa que eu não tive ontem quando uma Tuna resolveu invadir o Expresso Lisboa - Viseu em que eu costumo viajar de 15 em 15 dias.
Tudo correu bem enquanto eles se instalaram e puseram a conversa em dia. Ouvia a minha musiquinha, lia o meu livrinho e as quatro horas iam-se passando. Isto, até alguém se lembrar de começar a tocar flauta, depois viola, depois alguém começou a cantar... E vai daí estava o autocarro todo sorridente a ouvir os meninos vestidos de preto e branco a cantarem o "tiro-liro-liro" e "indo eu indo eu a caminho de Viseu". Haverá coisa mais desagradável do que isto??? Para além de ter que ouvir piadinhas sobre o sotaque de Viseu, as rotundas de Viseu, as estradas de Viseu...enfim!
Ainda ponderei pedir-lhes para se conterem, mas para além de serem mais do que as mães e ocuparem uma metade do autocarro, a outra metade estava a gostar do que ouvia.
Reduzi-me à minha insignificância e aturei-os até Viseu...mas continuo a achar que alguém devia impedir manifestações do género em transportes públicos!!
Servem as linhas acima para demonstar a minha revolta em relação ao transporte de Tunas em transportes públicos. Quer dizer, é sexta feira, uma pessoa está cansada da semana de trabalho, quer paz e descanso e chegar a casa sossegada. E sossego foi coisa que eu não tive ontem quando uma Tuna resolveu invadir o Expresso Lisboa - Viseu em que eu costumo viajar de 15 em 15 dias.
Tudo correu bem enquanto eles se instalaram e puseram a conversa em dia. Ouvia a minha musiquinha, lia o meu livrinho e as quatro horas iam-se passando. Isto, até alguém se lembrar de começar a tocar flauta, depois viola, depois alguém começou a cantar... E vai daí estava o autocarro todo sorridente a ouvir os meninos vestidos de preto e branco a cantarem o "tiro-liro-liro" e "indo eu indo eu a caminho de Viseu". Haverá coisa mais desagradável do que isto??? Para além de ter que ouvir piadinhas sobre o sotaque de Viseu, as rotundas de Viseu, as estradas de Viseu...enfim!
Ainda ponderei pedir-lhes para se conterem, mas para além de serem mais do que as mães e ocuparem uma metade do autocarro, a outra metade estava a gostar do que ouvia.
Reduzi-me à minha insignificância e aturei-os até Viseu...mas continuo a achar que alguém devia impedir manifestações do género em transportes públicos!!
quarta-feira, março 16
little things
Há coisas que nos distinguem uns dos outros e nos tornam únicos e especiais, para o bem ou para o mal. Estas são as little things que me caracterizam...
Pensar na roupa que vou vestir na manhã seguinte antes de adormecer. Caso contrário é certo que já saio de casa atrasada para o que quer que seja.
É tiro e queda. Quando entro numa loja e vejo uma peça de roupa que gosto inclino sempre para a versão cor-de-rosa. Por causa disso há pouco tempo proibi-me de comprar roupa cor-de-rosa.
Música é indispensável ao adormecer e ao acordar. Sendo que a primeira coisa que faço ao chegar a casa é ligar a aparelhagem.
Tenho a mania de deixar as gavetas e as portas dos armários abertas. Seja o que for que tire de uma gaveta ou de uma porta é certo que ficam abertas. Só quando passo por elas uma segunda vez é que as fecho.
Devoro livros nas viagens que faço de Expresso. Posso estar 15 dias sem pegar num livro mas basta-me uma viagenzita Lisboa-Viseu e vice versa para esgotar com as prateleiras de qualquer biblioteca.
Tenho a mania de contar as coisas e no final dizer "conclusão" e resumir o que disse. Não sei porque o faço mas nem me dou conta disso, só depois de já o ter dito.
Guardo todos os bilhetes de cinema e anoto atrás o nomes das pessoas com quem assisti ao filme (não imaginam os bilhetes que andam aqui por casa).
Não consigo estar num sítio durante muito tempo. Por exemplo, posso ir tomar café a algum lado, mas quando acabo o café quero vir embora e prefiro continuar a conversa noutro lado.
Não consigo estar em casa sem fazer nada. Tenho sempre que estar a arrumar qualquer coisa, a escrever, a ler, a comer...o que for, mas parada é que não.
Pensar na roupa que vou vestir na manhã seguinte antes de adormecer. Caso contrário é certo que já saio de casa atrasada para o que quer que seja.
É tiro e queda. Quando entro numa loja e vejo uma peça de roupa que gosto inclino sempre para a versão cor-de-rosa. Por causa disso há pouco tempo proibi-me de comprar roupa cor-de-rosa.
Música é indispensável ao adormecer e ao acordar. Sendo que a primeira coisa que faço ao chegar a casa é ligar a aparelhagem.
Tenho a mania de deixar as gavetas e as portas dos armários abertas. Seja o que for que tire de uma gaveta ou de uma porta é certo que ficam abertas. Só quando passo por elas uma segunda vez é que as fecho.
Devoro livros nas viagens que faço de Expresso. Posso estar 15 dias sem pegar num livro mas basta-me uma viagenzita Lisboa-Viseu e vice versa para esgotar com as prateleiras de qualquer biblioteca.
Tenho a mania de contar as coisas e no final dizer "conclusão" e resumir o que disse. Não sei porque o faço mas nem me dou conta disso, só depois de já o ter dito.
Guardo todos os bilhetes de cinema e anoto atrás o nomes das pessoas com quem assisti ao filme (não imaginam os bilhetes que andam aqui por casa).
Não consigo estar num sítio durante muito tempo. Por exemplo, posso ir tomar café a algum lado, mas quando acabo o café quero vir embora e prefiro continuar a conversa noutro lado.
Não consigo estar em casa sem fazer nada. Tenho sempre que estar a arrumar qualquer coisa, a escrever, a ler, a comer...o que for, mas parada é que não.
sexta-feira, março 11
head in hand
no outro dia (um lugar comum) ia a segurar a cabeça num dos lugares traseiros do expresso Lisboa - Caldas quando me apercebi de que perdi a coragem de fazer coisas.
a vontade.
a imaginação para as conceber.
talvez ainda exista em mim isso tudo, sim, mas está dormente.
porque preciso trabalhar, porque preciso arrumar os dias, porque tenho de preparar o futuro, porque tenho tantas preocupações e datas para cumprir.
cada segundo parado é uma dádiva que não posso desperdiçar.
e os segundos correm, têm mais pernas que eu, que já não posso com eles.
parece que só seguro as coisas nas mãos tempo suficiente para lhes tocar e depois desaparecem numa neblina de pensamentos rápidos.
e perdem-se por ai.
havia provavelmente tanto por dizer e fazer, construir, revelar.
escrevo estas palavras num amor platónico às ideias que passaram ao lado.
e agora?
a vontade.
a imaginação para as conceber.
talvez ainda exista em mim isso tudo, sim, mas está dormente.
porque preciso trabalhar, porque preciso arrumar os dias, porque tenho de preparar o futuro, porque tenho tantas preocupações e datas para cumprir.
cada segundo parado é uma dádiva que não posso desperdiçar.
e os segundos correm, têm mais pernas que eu, que já não posso com eles.
parece que só seguro as coisas nas mãos tempo suficiente para lhes tocar e depois desaparecem numa neblina de pensamentos rápidos.
e perdem-se por ai.
havia provavelmente tanto por dizer e fazer, construir, revelar.
escrevo estas palavras num amor platónico às ideias que passaram ao lado.
e agora?
terça-feira, março 1
Desabafo
Gostamos do que fazemos. Esforçamo-nos para que isso transpareça nos temas que escolhemos para os nossos artigos e nas palavras que seleccionamos para os nossos textos. Ainda assim, dia após dia, é só a vontade e o gosto de fazer que nos levanta da cama todas as manhãs. Ninguém reconhece o bom e o mau do que fazemos. E mesmo na altura de compensar o trabalho, ao fim do mês, tentam iludir-nos com histórias para nos pagarem menos do que realmente merecemos.
Um ano e meio depois eis que cheguei a uma altura em que já não consigo acordar todos os dias por gosto. E ainda assim não sei o que posso fazer para que situação mude. Parece que estão todos preocupados demais com as políticas de merda neste país. Só se fala nisso, só se escreve sobre isso, só se valoriza isso.
Depois, à custa disso, uns são filhos e outros enteados. Uns são convidados e outros penduras. Ums são contratados e outros são trabalhadores por contra prórpia forçados. Uns são pagos e outros são explorados. Uns têm mais do que um emprego e ganham bem nos dois e outros não conseguem sequer pagar as contas.
Os cinco anos que se passam numa universidade a pensar que vão servir-nos para construir certezas no futuro não servem de nada. Lutamos todos os dias para que tenhamos uma situação melhor, estável pelo menos, e quando pensamos estar perto de o conseguir, recuamos dois passos. Um para a frente e dois para trás... E vamos seguindo na esperança de que um dia alguém olhe para nós e nos puxe para o grupo dos filhos. No grupo dos que fazem parte do grupo. Dos que não fazem assim tanto, mas ganham mais dos que enteados... Afinal, são filhos da casa... Seja lá o que isso for... Eu ainda sou enteada.
Um ano e meio depois eis que cheguei a uma altura em que já não consigo acordar todos os dias por gosto. E ainda assim não sei o que posso fazer para que situação mude. Parece que estão todos preocupados demais com as políticas de merda neste país. Só se fala nisso, só se escreve sobre isso, só se valoriza isso.
Depois, à custa disso, uns são filhos e outros enteados. Uns são convidados e outros penduras. Ums são contratados e outros são trabalhadores por contra prórpia forçados. Uns são pagos e outros são explorados. Uns têm mais do que um emprego e ganham bem nos dois e outros não conseguem sequer pagar as contas.
Os cinco anos que se passam numa universidade a pensar que vão servir-nos para construir certezas no futuro não servem de nada. Lutamos todos os dias para que tenhamos uma situação melhor, estável pelo menos, e quando pensamos estar perto de o conseguir, recuamos dois passos. Um para a frente e dois para trás... E vamos seguindo na esperança de que um dia alguém olhe para nós e nos puxe para o grupo dos filhos. No grupo dos que fazem parte do grupo. Dos que não fazem assim tanto, mas ganham mais dos que enteados... Afinal, são filhos da casa... Seja lá o que isso for... Eu ainda sou enteada.
segunda-feira, fevereiro 28
Dias comuns
A distância, não só nos separa, como obriga a deixar pelo caminho algumas das coisas inquestionáveis que colocávamos como número um na nossa lista de prioridades.
Depois de algum tempo em que só conseguimos falar com as pessoas pelo telefone, vamo-nos esquecendo do seu aniversário, das datas importantes. As sms a pergutnar como correu o dia perdem todo o sentido porque já não fazemos ideia do que aconteceu em todos os outros dias que ficaram para trás. E quando nos damos conta temos coversas de circunstância. Ao responder à pergunta "Está tudo bem?" acabamos sempre por dizer que "está tudo na mesma", porque contar o que está mal implicaria recuperar o tempo perdido que em muitos casos, é já irrecuperável.
Sinto que assim seja com alguns dos meus amigo. Deixamos de ter os mesmos lugares comuns, amigos comuns, interesses comuns, programas e saídas comuns, enfim... tudo isso fica arrumado a um canto, numa caixa onde guardamos as melhores recordações daqueles tempos em que as horas dos dias eram passadas a contar o que tinhamos vivido ao segundo.
Sinto que assim seja.
Depois de algum tempo em que só conseguimos falar com as pessoas pelo telefone, vamo-nos esquecendo do seu aniversário, das datas importantes. As sms a pergutnar como correu o dia perdem todo o sentido porque já não fazemos ideia do que aconteceu em todos os outros dias que ficaram para trás. E quando nos damos conta temos coversas de circunstância. Ao responder à pergunta "Está tudo bem?" acabamos sempre por dizer que "está tudo na mesma", porque contar o que está mal implicaria recuperar o tempo perdido que em muitos casos, é já irrecuperável.
Sinto que assim seja com alguns dos meus amigo. Deixamos de ter os mesmos lugares comuns, amigos comuns, interesses comuns, programas e saídas comuns, enfim... tudo isso fica arrumado a um canto, numa caixa onde guardamos as melhores recordações daqueles tempos em que as horas dos dias eram passadas a contar o que tinhamos vivido ao segundo.
Sinto que assim seja.
sexta-feira, fevereiro 25
A little song to remind us that...
Don't stray
Don't ever go away
I should be much too smart for this
You know it gets the better
Of me
Sometimes
When you and I collide
I fall into an ocean of you
Pull me out in time
Don't let me drown
Let me down
I say it's all because of you
And here I
Go
Losing my
Control
I'm practising your name
So I can say it
To your face it doesn't
Seem right
To look you in the eye
And let all the things
You mean to me
Come tumbling out my mouth
Indeed it's time
Tell you why
I say it's
Infinitely true
Say you'll stay
Don't come and go
Like you do
Sway my way
Yeah I need to know
All about you
And there's no cure
And no way to be sure
Why everythings turned inside out
Instilling so much doubt
It makes me so tired
I feel so uninspired
My head is battling with my heart
My logic has been torn apart
And now
It all turns sour
Come sweeten
Every afternoon
Say you'll stay
Don't come and go
Like you do
Sway my way
Yeah I need to know
All about you
Say you'll Stay
Don't come and go
Like you do
Sway my way
Yeah I need to know
All about you
Its all because of you
Its all because of you
Now it all turns sour
Come sweeten
Every afternoon
It's time
Tell you why
I say it's
Infinitely true
Say you'll stay
Sway, Bic Runga
Don't ever go away
I should be much too smart for this
You know it gets the better
Of me
Sometimes
When you and I collide
I fall into an ocean of you
Pull me out in time
Don't let me drown
Let me down
I say it's all because of you
And here I
Go
Losing my
Control
I'm practising your name
So I can say it
To your face it doesn't
Seem right
To look you in the eye
And let all the things
You mean to me
Come tumbling out my mouth
Indeed it's time
Tell you why
I say it's
Infinitely true
Say you'll stay
Don't come and go
Like you do
Sway my way
Yeah I need to know
All about you
And there's no cure
And no way to be sure
Why everythings turned inside out
Instilling so much doubt
It makes me so tired
I feel so uninspired
My head is battling with my heart
My logic has been torn apart
And now
It all turns sour
Come sweeten
Every afternoon
Say you'll stay
Don't come and go
Like you do
Sway my way
Yeah I need to know
All about you
Say you'll Stay
Don't come and go
Like you do
Sway my way
Yeah I need to know
All about you
Its all because of you
Its all because of you
Now it all turns sour
Come sweeten
Every afternoon
It's time
Tell you why
I say it's
Infinitely true
Say you'll stay
Sway, Bic Runga
terça-feira, fevereiro 22
Sonoridades
Naquele Natal pedi um rádio ao meu pai. Ele fez-me a vontade. Poucas pessoas na aldeia tinham uma aparelhagem com leito de CDs ou sequer sabiam o que isso era.
O meu pai acatou o meu pedido e ofereceu-me justamente um rádio branco com um deck de cassetes. Eu andava com aquilo para todo o lado. Fazia gravações toscas de músicas que eu gostava e que passavam na rádio. Confesso que ainda telefonei uma ou duas vezes para um daqueles programas de "discos pedidos" só para passarem a música para eu a gravar. Guardo numa caixinha algumas dessas cassetes. Até pareço uma velha a falar, mas de facto numa altura em que se fala já de CDs que também já são DVDs (o que diga-se nos fará poupar uma pipa de massa, ou tralvez não), o tempo das cassetes parece uma coisa de outro século.
Lembro-me que o meu primo Carlitos, que hoje de "litos" já tem pouco ou nada, ouvia muito Bryan Adams, Roxete, Aerosmith, Police. E eu ouvia o que ele ouvia e não sabia se gostava porque era isso que passava no meu rádio branco,era isso e pouco mais. Um dia a remexer nas coisas antigas do meu pai descobri que tinha (e ainda tem porque faço questão em preservar) uma colecção de discos de vinil incrivel. Quando comecei a ter faro para a descoberta comecei a perceber como é que o velho giradiscos funcionava. Era confuso para mim como é que uma agulha e um prato preto poderia tocar coisas tão bonitas. Da colecção fazem parte alguns nomes que me recuso a mencionar, e outros como os Beatles, Daddy Cool, ABBA enfim...uma parafernália de sonoridades que só muito mais tarde vim a perceber a história. O meu pai insistia em dizer que já nao se fazia musica como antigamente e eu acreditava, claro.
Quando olho para trás, hoje penso se não será mesmo razão. Porque hoje os grupos que aparecem, desaparecem do modo como chegaram, num ápice. Fixamos uma ou outra musica, cantarolamos aquilo durante uns tempos e depois esquecemos...
Há uma altura na nossa vida em que começamos a absorver influências como uma esponja. E de repente começamos a ouvir o que os nossos amigos ouvem, até encontrarmos uma sonoridade que realmente nos agrade...Não posso dizer que tenha assim um estilo musical de que goste. Mas eu também sou suspeita para falar. Simplesmente não consigo decidir entre azul e amarelo, doce ou amargo, praia ou campo, enfim... E por isso mesmo continuo a ouvir um pouco de tudo. Não sei se isso será bom ou mau, mas foi assim que tudo começou é provavelmente será assim até... o giradiscos ainda está la arrumado com o rádio e as cassetes. Um dia os Cds também farão parte da colecção.
O meu pai acatou o meu pedido e ofereceu-me justamente um rádio branco com um deck de cassetes. Eu andava com aquilo para todo o lado. Fazia gravações toscas de músicas que eu gostava e que passavam na rádio. Confesso que ainda telefonei uma ou duas vezes para um daqueles programas de "discos pedidos" só para passarem a música para eu a gravar. Guardo numa caixinha algumas dessas cassetes. Até pareço uma velha a falar, mas de facto numa altura em que se fala já de CDs que também já são DVDs (o que diga-se nos fará poupar uma pipa de massa, ou tralvez não), o tempo das cassetes parece uma coisa de outro século.
Lembro-me que o meu primo Carlitos, que hoje de "litos" já tem pouco ou nada, ouvia muito Bryan Adams, Roxete, Aerosmith, Police. E eu ouvia o que ele ouvia e não sabia se gostava porque era isso que passava no meu rádio branco,era isso e pouco mais. Um dia a remexer nas coisas antigas do meu pai descobri que tinha (e ainda tem porque faço questão em preservar) uma colecção de discos de vinil incrivel. Quando comecei a ter faro para a descoberta comecei a perceber como é que o velho giradiscos funcionava. Era confuso para mim como é que uma agulha e um prato preto poderia tocar coisas tão bonitas. Da colecção fazem parte alguns nomes que me recuso a mencionar, e outros como os Beatles, Daddy Cool, ABBA enfim...uma parafernália de sonoridades que só muito mais tarde vim a perceber a história. O meu pai insistia em dizer que já nao se fazia musica como antigamente e eu acreditava, claro.
Quando olho para trás, hoje penso se não será mesmo razão. Porque hoje os grupos que aparecem, desaparecem do modo como chegaram, num ápice. Fixamos uma ou outra musica, cantarolamos aquilo durante uns tempos e depois esquecemos...
Há uma altura na nossa vida em que começamos a absorver influências como uma esponja. E de repente começamos a ouvir o que os nossos amigos ouvem, até encontrarmos uma sonoridade que realmente nos agrade...Não posso dizer que tenha assim um estilo musical de que goste. Mas eu também sou suspeita para falar. Simplesmente não consigo decidir entre azul e amarelo, doce ou amargo, praia ou campo, enfim... E por isso mesmo continuo a ouvir um pouco de tudo. Não sei se isso será bom ou mau, mas foi assim que tudo começou é provavelmente será assim até... o giradiscos ainda está la arrumado com o rádio e as cassetes. Um dia os Cds também farão parte da colecção.
segunda-feira, janeiro 31
Coisa de machos
No sábado passado a Sic passou uma reportagem intitulada Só para Mulheres. Durante largos minutos a jornalista tentava desvendar o mundo de rapazes/homens que colocam anuncios no jornal e recebem mulheres "carentes", muitos deles tendo vidas duplas e fazendo desta actividade, para a qual não há outro nome senao prostituição (digo eu), uma espécie de hobbie das horas vagas.
O que mais me revoltou não foi o facto de venderem o corpo, cada um faz o que quer e o que bem lhe apetece e em relação a isso não tenho qualquer preconceito, mas no meio da história toda as mal vistas são as mulheres. Apesar de serem eles a vender o corpo (coisa que para muitos não deve ser sacrificio nenhum) são as mulheres que respondem e ligam para os números que eles colocam no jornal, que são as "coitadinhas", a quem os maridos não dão atenção e precisam de procurar prazer em braços alheios.
Aliás, uma mulher que se prostitui, na generalidade, é vista como alguém que vende o corpo por necessidade. Basta ver por exemplo, a quantidade de brasileiras e ucranianas que se deixam envolver em redes de lenocínio em bares de alterne, aliciadas pelo dinheiro que precisam . Acontece que no caso retratado pela reportagem os homens chegam a ter vida dupla. São empresários bem sucedidos, futebolistas profissionais, desportistas, e para além disso são uns machos valentes que ainda arranjam tempo para fazer uns trocos e dar às mulheres o que elas precisam. Não digo que não haja mulheres que façam o mesmo, que o façam por simples gosto ou prazer, mas do rótulo nunca se livram!
Por mais que se tente, infelizmente, há pontos de vista que parecem não mudar... As mulheres serão sempre vistas como mais fracas em relação ao sexo oposto...
Patrícia
O que mais me revoltou não foi o facto de venderem o corpo, cada um faz o que quer e o que bem lhe apetece e em relação a isso não tenho qualquer preconceito, mas no meio da história toda as mal vistas são as mulheres. Apesar de serem eles a vender o corpo (coisa que para muitos não deve ser sacrificio nenhum) são as mulheres que respondem e ligam para os números que eles colocam no jornal, que são as "coitadinhas", a quem os maridos não dão atenção e precisam de procurar prazer em braços alheios.
Aliás, uma mulher que se prostitui, na generalidade, é vista como alguém que vende o corpo por necessidade. Basta ver por exemplo, a quantidade de brasileiras e ucranianas que se deixam envolver em redes de lenocínio em bares de alterne, aliciadas pelo dinheiro que precisam . Acontece que no caso retratado pela reportagem os homens chegam a ter vida dupla. São empresários bem sucedidos, futebolistas profissionais, desportistas, e para além disso são uns machos valentes que ainda arranjam tempo para fazer uns trocos e dar às mulheres o que elas precisam. Não digo que não haja mulheres que façam o mesmo, que o façam por simples gosto ou prazer, mas do rótulo nunca se livram!
Por mais que se tente, infelizmente, há pontos de vista que parecem não mudar... As mulheres serão sempre vistas como mais fracas em relação ao sexo oposto...
Patrícia
quinta-feira, janeiro 27
Inverter os papéis
Há alturas na vida em que dar um passo em frente nos parece o melhor que podia acontecer. Alguém nos chama para nos dizer que a vida que temos levado há coisa de um ano vai mudar dentro de um mês.
Na altura pensamos que não podiamos ter ouvido melhor notícia, abrimos a chamapnhe e rasgamos um sorriso. Mas por pouco tempo...
Depois começam a surgir por todo o lado, olhos, ouvidos, mãos, braços, pernas, os bichinhos carpinteiros que nos percorrem o corpo e nos deixam cravados de dúvidas.
Será que é o passo certo? Será que vou ser capaz? Não será um recuo?
E de repente, a espuma da chamapanhe desaparece, o sorriso desvanesce e tudo é posto em causa. Também não adianta espernear, mesmo que cheguemos à conclusão que não foi o passo certo a dar, porque afinal o passo já está dado e a bem dizer, alguém o deu por nós... fomos empurrados para a outra margem sem grande coisa que pudessemos fazer. Ou isso ou a vidinha sem sal nem açucar que levas há um ano.
Isto tudo serve para dizer que depois de matar todos os bichos que por mim se passeavam (ainda cá ficaram alguns, mas já não fazem comichão), cheguei à conclusão (o que é estremamente dificil para um nativo de Balança como eu, pesar as coisas e chegar a uma conclusão) de que não vale a pena tirar nabos da púcara sem que os ingredientes estejam todos misturados.
Vou demorar a habituar-me? Vou. Irei roer as unhas? Sim. Tudo isto e tudo o resto vai acontecer. Mas, guardo a certeza que farei o que estiver ao meu alcance para me sentir feliz, porque, afinal, é o mais importante!
É esperar para ver.
Deixar acontecer.
E dar o melhor. Se o fizer ninguém me pode acusar de nada...
Patrícia
Na altura pensamos que não podiamos ter ouvido melhor notícia, abrimos a chamapnhe e rasgamos um sorriso. Mas por pouco tempo...
Depois começam a surgir por todo o lado, olhos, ouvidos, mãos, braços, pernas, os bichinhos carpinteiros que nos percorrem o corpo e nos deixam cravados de dúvidas.
Será que é o passo certo? Será que vou ser capaz? Não será um recuo?
E de repente, a espuma da chamapanhe desaparece, o sorriso desvanesce e tudo é posto em causa. Também não adianta espernear, mesmo que cheguemos à conclusão que não foi o passo certo a dar, porque afinal o passo já está dado e a bem dizer, alguém o deu por nós... fomos empurrados para a outra margem sem grande coisa que pudessemos fazer. Ou isso ou a vidinha sem sal nem açucar que levas há um ano.
Isto tudo serve para dizer que depois de matar todos os bichos que por mim se passeavam (ainda cá ficaram alguns, mas já não fazem comichão), cheguei à conclusão (o que é estremamente dificil para um nativo de Balança como eu, pesar as coisas e chegar a uma conclusão) de que não vale a pena tirar nabos da púcara sem que os ingredientes estejam todos misturados.
Vou demorar a habituar-me? Vou. Irei roer as unhas? Sim. Tudo isto e tudo o resto vai acontecer. Mas, guardo a certeza que farei o que estiver ao meu alcance para me sentir feliz, porque, afinal, é o mais importante!
É esperar para ver.
Deixar acontecer.
E dar o melhor. Se o fizer ninguém me pode acusar de nada...
Patrícia
segunda-feira, janeiro 24
Os palhaços e o poder
Quem anda pelas ruas de Lisboa certamente reparou que em alguns dos cartazes eleitorais do CDS/PP (o que diz em letras garrafais “VOTO ÚTIL” com a cara de Paulo Portas a dividir as palavras) foi adornado com uma pequenina bola vermelha, colocada estrategicamente no centro, mais precisamente no nariz do líder do partido. O que uma simples bola vermelha é capaz de dizer...estavas bem era no circo!
A política está de facto transformada num autêntico circo. Todos dizem o que querem, acusam-se uns aos outros, pedem desculpa mas no fundo não fazem nada! Tenho sérias dúvidas de que a minha geração, pelo menos na sua maioria, se venha a interessar a sério pela política. Desde que me conheço como pessoa que presta alguma atenção a poliquices (que infelizmente é do que se fala hoje em dia), que vejo sempre as mesmas caras com os mesmos discursos cravados de promessas e utopias. O Bloco de Esquerda ainda veio dar uma lufada de ar fresco à cena política mas não deixa de enveredar, em muito do que defende, pela via da utopia, mais do que pela realidade.
Eu não vou dizer muito mais porque simplesmente não gosto de discutir ou sequer de falar de política. Nunca estive muito para aí virada. Mas ficarei profundamente desiludida com Portugal se Pedro Santana Lopes vencer as próximas eleições. O que a bem dizer, a uma escala mais reduzida, significava contradição igual à que aconteceu nos EUA com a vitória de Bush. Todo o mundo estava contra, mas ele conseguiu manter-se no pódio.
Aliás, no que toca aos EUA é incrivel como se consegue fazer o povo acreditar nas coisas. De modo discreto as pessoas foram acreditando, por exemplo que era necessário invadir o Iraque porque haviam armas de destruição massiça. E mesmo depois do falhanço da descoberta, houve quem pensasse que os EUA tinham encontrado as tais armas, e muitos outros acreditaram que o Iraque tinha usado as armas durante o conflito.
A desculpa que nunca foi facto, todavia serviu para ludibriar as pessoas e fazê-las crer que foi uma guerra necessária para assegurar a segurança e a superioridade da nação. Uma guerra para prevenir males maiores. Uma guerra preventiva que ainda não acabou, que se pensa ter servido para resolver o que quer que seja, mas que todos os dias continua a matar civis e militares e a destruir um país devastado.
É esse o discurso que os vários governos dos EUA levam a cabo para conseguirem seduzir o povo, que logicamente não resultam tão bem no exterior, que não se incluiu no conceito de nação que tanto se preza por aqueles lados. Criar a ideia de que o poder e a segurança possam estar ameaçados. E isto soa-me demais a ditaduras disfarçadas para que consiga acreditar.
Um dos lemas da National Security Strategy diz assim (e não é preciso acrescentar mais nada): Our forces will be strong enough to dissuade potential adversaries from pursuing a military build-up in hopes of surpassing, or equaling, the power of the United States. Quem quer que possa constituir ameaça a estes principios poderá ser o próximo alvo.
Por estes dias fala-se da invasão do Irão, o que a ser verdade é considerado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano “um erro estratégico monumental”. Também não se pode dizer que esta intenção contida do governo de Washington, revelada por Bush numa entrevista à NBC, seja novidade. De vez em quando os EUA fazem questão de lançar estas guerras psicológicas. Mas é de facto grave tendo em conta que, apesar das autoridades iranianas negarem, há suspeitas de que as suas instalações nucleares possam estar a ser utilizadas para produzir armas nucleares. Tudo aponta nesse sentido, e mesmo assim Bush afirma sem pejo que não está fora dos seus planos uma invasão militar ao Irão. Londres já se mostrou contra, o que não tem qualquer relevância. Os EUA se quiserem passam por cima de todos os que se levantarem contra as suas políticas de superioridade. Não foi isso que aconteceu no Iraque? E o resultado está a vista.
O problema com o Iraque, mais do que os estragos no país e a devastação das vidas que ainda lá habitam ,é que o precedente que criou. Enveredou-se por um caminho que pode servir de exemplo a outras futuras intervenções militares sem motivo concreto, definido e válido para todo o mundo. Esperemo que não seja o Irão...
Patrícia
A política está de facto transformada num autêntico circo. Todos dizem o que querem, acusam-se uns aos outros, pedem desculpa mas no fundo não fazem nada! Tenho sérias dúvidas de que a minha geração, pelo menos na sua maioria, se venha a interessar a sério pela política. Desde que me conheço como pessoa que presta alguma atenção a poliquices (que infelizmente é do que se fala hoje em dia), que vejo sempre as mesmas caras com os mesmos discursos cravados de promessas e utopias. O Bloco de Esquerda ainda veio dar uma lufada de ar fresco à cena política mas não deixa de enveredar, em muito do que defende, pela via da utopia, mais do que pela realidade.
Eu não vou dizer muito mais porque simplesmente não gosto de discutir ou sequer de falar de política. Nunca estive muito para aí virada. Mas ficarei profundamente desiludida com Portugal se Pedro Santana Lopes vencer as próximas eleições. O que a bem dizer, a uma escala mais reduzida, significava contradição igual à que aconteceu nos EUA com a vitória de Bush. Todo o mundo estava contra, mas ele conseguiu manter-se no pódio.
Aliás, no que toca aos EUA é incrivel como se consegue fazer o povo acreditar nas coisas. De modo discreto as pessoas foram acreditando, por exemplo que era necessário invadir o Iraque porque haviam armas de destruição massiça. E mesmo depois do falhanço da descoberta, houve quem pensasse que os EUA tinham encontrado as tais armas, e muitos outros acreditaram que o Iraque tinha usado as armas durante o conflito.
A desculpa que nunca foi facto, todavia serviu para ludibriar as pessoas e fazê-las crer que foi uma guerra necessária para assegurar a segurança e a superioridade da nação. Uma guerra para prevenir males maiores. Uma guerra preventiva que ainda não acabou, que se pensa ter servido para resolver o que quer que seja, mas que todos os dias continua a matar civis e militares e a destruir um país devastado.
É esse o discurso que os vários governos dos EUA levam a cabo para conseguirem seduzir o povo, que logicamente não resultam tão bem no exterior, que não se incluiu no conceito de nação que tanto se preza por aqueles lados. Criar a ideia de que o poder e a segurança possam estar ameaçados. E isto soa-me demais a ditaduras disfarçadas para que consiga acreditar.
Um dos lemas da National Security Strategy diz assim (e não é preciso acrescentar mais nada): Our forces will be strong enough to dissuade potential adversaries from pursuing a military build-up in hopes of surpassing, or equaling, the power of the United States. Quem quer que possa constituir ameaça a estes principios poderá ser o próximo alvo.
Por estes dias fala-se da invasão do Irão, o que a ser verdade é considerado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano “um erro estratégico monumental”. Também não se pode dizer que esta intenção contida do governo de Washington, revelada por Bush numa entrevista à NBC, seja novidade. De vez em quando os EUA fazem questão de lançar estas guerras psicológicas. Mas é de facto grave tendo em conta que, apesar das autoridades iranianas negarem, há suspeitas de que as suas instalações nucleares possam estar a ser utilizadas para produzir armas nucleares. Tudo aponta nesse sentido, e mesmo assim Bush afirma sem pejo que não está fora dos seus planos uma invasão militar ao Irão. Londres já se mostrou contra, o que não tem qualquer relevância. Os EUA se quiserem passam por cima de todos os que se levantarem contra as suas políticas de superioridade. Não foi isso que aconteceu no Iraque? E o resultado está a vista.
O problema com o Iraque, mais do que os estragos no país e a devastação das vidas que ainda lá habitam ,é que o precedente que criou. Enveredou-se por um caminho que pode servir de exemplo a outras futuras intervenções militares sem motivo concreto, definido e válido para todo o mundo. Esperemo que não seja o Irão...
Patrícia
quinta-feira, janeiro 13
"Party prince" apronta de novo
Cada vez que faço o roteiro por alguns sites indispensável na Internet, há sempre qualquer coisa que me chama a atenção. Esta chamou-se a atenção pela estupidez da atitude.
O príncipe Harry deu provas de ser de facto a ovelha negra da família real ao exibir um cruz suástica no braço e vestindo-se de nazi numa festa de aniversário de um amigo. A coisa poderia ter passado despercebida caso um fotografo do The Sun não tivesse tirado uma fotografia, que fez primeira página e exclusivo do jornal, e que fez estalar mais uma polémica lá para os lados da Inglaterra.
Imediatamente se levantaram vozes contra a falta de respeito do petit prince que com 20 anos já devia ter a noção do que aquele símbolo representou. Rostos sem nome e em números quase indizíveis sucumbiram aos que acreditavam em todos os valores que aquela cruz representava.
Sua majestade o príncipe já veio desculpar-se publicamente, mas depois do mal estar feito pouco há a fazer. Algumas vozes defendem que o príncipe deve fazer parte de uma delegação britânica que vai visitar o campo de concentração em Auschwitz por altura do sexagésimo aniversário da sua libertação, no final deste mês, para que possa ver as consequências causadas pela adoração e fanatismo de um símbolo que ele próprio usou.
O primeiro ministro não comentou, reencaminhando as reacções para o Palácio que se mantém em silêncio...
Patrícia
O príncipe Harry deu provas de ser de facto a ovelha negra da família real ao exibir um cruz suástica no braço e vestindo-se de nazi numa festa de aniversário de um amigo. A coisa poderia ter passado despercebida caso um fotografo do The Sun não tivesse tirado uma fotografia, que fez primeira página e exclusivo do jornal, e que fez estalar mais uma polémica lá para os lados da Inglaterra.
Imediatamente se levantaram vozes contra a falta de respeito do petit prince que com 20 anos já devia ter a noção do que aquele símbolo representou. Rostos sem nome e em números quase indizíveis sucumbiram aos que acreditavam em todos os valores que aquela cruz representava.
Sua majestade o príncipe já veio desculpar-se publicamente, mas depois do mal estar feito pouco há a fazer. Algumas vozes defendem que o príncipe deve fazer parte de uma delegação britânica que vai visitar o campo de concentração em Auschwitz por altura do sexagésimo aniversário da sua libertação, no final deste mês, para que possa ver as consequências causadas pela adoração e fanatismo de um símbolo que ele próprio usou.
O primeiro ministro não comentou, reencaminhando as reacções para o Palácio que se mantém em silêncio...
Patrícia
quinta-feira, janeiro 6
Apaguem as luzes
Chovia lá fora. Era sempre esse o cenário de fundo.
Uns estores antigos semi-fechados, as bátegas gordas a baterem forte no plástico e aquele som arranhado, sujo, despreocupado, violento.
Nirvana seria assim para mim durante toda a minha puberdade, assim como provavelmente de milhões de adolescentes pelo mundo. E como toda a música que nos acompanha nessas batalhas pela emancipação, foram temas como "Come as You Are" e "Dumb" que me fizeram entender que às vezes o copo tem de transbordar, esvaziar - para poder voltar a encher. A raiva e a angústia saíam assim da alma, num mundo muito próprio.
Na colectânea definitiva "Nirvana - With the Lights Out" existe um pedaço de nós, de quem viveu o grunge americano. Um pack de 3 cds e um DVD, profundamente destinado ao coleccionador, que conta ainda com um booklet extenso repleto de fotos, datas e comentários de membros da banda e de quem a acompanhou durante anos.
"Polly", "About a girl", "Dumb", "Pennyroyal Tea" são velhas conhecidas, que têm agora oportunidade de ser ouvidas pela voz incoerente de Kurt Cobain, sozinho, com uma guitarra acústica, em sua própria casa ou no estúdio, entre gravações dos discos. Algumas são bootlegs, outras sao bocados de cassetes, outras são gravações de actuações ao vivo, outras ainda são meros improvisos. Ou seja, são do melhor. São aquilo que os Nirvana e principalmente Kurt Cobain eram verdadeiramente. Algo cru, desarranjado, puro, verdadeiro.
Nos temas ao vivo percebe-se enfim (assim como já dava para perceber no "From the muddy banks of the Whiska") que os Nirvana não primavam pela qualidade de som ou no respeito pelos originais de estúdio quando andavam na estrada. Muitas vezes apenas soa a ruído, mas há que perceber que na presença da música em si, no local, com a multidão efervescida, a qualidade sonora pouco importava.
Já no DVD encontram-se pérolas como a primeira vez que Kurt toca "About a Girl", sempre de cara virada para a parede, com o resto da banda atrás, no quarto de sua casa. Ou a primeira vez que tocaram fora do Estado de Washington ou no estrangeiro, ou ainda a primeira vez que Dave Grhol toca como baterista dos Nirvana. Ainda assim, o DVD peca por ser pequeno e com alguns videos de pouca qualidade visual (a maioria em video amador).
Kurt Cobain morreu prematuramente como sabemos, mas deixou um legado que jamais será esquecido. E esta edição de coleccionador prova exactamente isso.
Passados tantos anos, penso que será justo assumir que se Cobain nao tivesse morrido e os Nirvana acabado, a morte da banda seria dolorosa e inglória (como aconteceu à maioria das bandas grunge da epóca). Assim, talvez tenha sido por bem (dentro do mal) que tenham acabado no auge da suas carreiras. Gone with a bang.
Há memórias que têm a sua própria banda sonora.
No meu caso, Nirvana está na maior parte delas.
Filipe
Uns estores antigos semi-fechados, as bátegas gordas a baterem forte no plástico e aquele som arranhado, sujo, despreocupado, violento.
Nirvana seria assim para mim durante toda a minha puberdade, assim como provavelmente de milhões de adolescentes pelo mundo. E como toda a música que nos acompanha nessas batalhas pela emancipação, foram temas como "Come as You Are" e "Dumb" que me fizeram entender que às vezes o copo tem de transbordar, esvaziar - para poder voltar a encher. A raiva e a angústia saíam assim da alma, num mundo muito próprio.
Na colectânea definitiva "Nirvana - With the Lights Out" existe um pedaço de nós, de quem viveu o grunge americano. Um pack de 3 cds e um DVD, profundamente destinado ao coleccionador, que conta ainda com um booklet extenso repleto de fotos, datas e comentários de membros da banda e de quem a acompanhou durante anos.
"Polly", "About a girl", "Dumb", "Pennyroyal Tea" são velhas conhecidas, que têm agora oportunidade de ser ouvidas pela voz incoerente de Kurt Cobain, sozinho, com uma guitarra acústica, em sua própria casa ou no estúdio, entre gravações dos discos. Algumas são bootlegs, outras sao bocados de cassetes, outras são gravações de actuações ao vivo, outras ainda são meros improvisos. Ou seja, são do melhor. São aquilo que os Nirvana e principalmente Kurt Cobain eram verdadeiramente. Algo cru, desarranjado, puro, verdadeiro.
Nos temas ao vivo percebe-se enfim (assim como já dava para perceber no "From the muddy banks of the Whiska") que os Nirvana não primavam pela qualidade de som ou no respeito pelos originais de estúdio quando andavam na estrada. Muitas vezes apenas soa a ruído, mas há que perceber que na presença da música em si, no local, com a multidão efervescida, a qualidade sonora pouco importava.
Já no DVD encontram-se pérolas como a primeira vez que Kurt toca "About a Girl", sempre de cara virada para a parede, com o resto da banda atrás, no quarto de sua casa. Ou a primeira vez que tocaram fora do Estado de Washington ou no estrangeiro, ou ainda a primeira vez que Dave Grhol toca como baterista dos Nirvana. Ainda assim, o DVD peca por ser pequeno e com alguns videos de pouca qualidade visual (a maioria em video amador).
Kurt Cobain morreu prematuramente como sabemos, mas deixou um legado que jamais será esquecido. E esta edição de coleccionador prova exactamente isso.
Passados tantos anos, penso que será justo assumir que se Cobain nao tivesse morrido e os Nirvana acabado, a morte da banda seria dolorosa e inglória (como aconteceu à maioria das bandas grunge da epóca). Assim, talvez tenha sido por bem (dentro do mal) que tenham acabado no auge da suas carreiras. Gone with a bang.
Há memórias que têm a sua própria banda sonora.
No meu caso, Nirvana está na maior parte delas.
Filipe
Instant Messaging: o fim ou só o princípio?
Toda a gente os usa! Os programas de Instant Messaging (IM) estão a ocupar não só PCs domésticos como também os das empresas. A Intel Data Corporation estima que o número de utilizadores corporativos de programas de IM poderá chegar aos 200 milhões em 2006, um número fenomenal tendo em conta que em 2002 contavam-se apenas 20 milhões.
Todavia, esta transição do IM dos computadores de casa para os do escritório, a curto prazo, poderá criar enormes riscos quer financeiros quer legais. Para além das dores de cabeça do patronato.
Se muitos se negam a trabalhar ao mesmo tempo que falam com familiares e amigos, outros tantos consideram esta actividade como um gesto de rotina sem o qual não conseguem passar (é assim uma espécie de cordão umbilical com o mundo, digo eu). Mesmo que isso implique concentração a menos de 100 por centro no trabalho.
À medida que cada vez mais trabalhadores fazem o download de programas de IM, estes estão a começar a ser vistos como uma espécie de ameaça à segurança das redes. Os vírus propagam-se com uma rapidez incrível e convenhamos que nem tudo o que se partilha nas conversas é agradável, especialmente num ambiente de trabalho. Concebidos para entreter, este género de aplicações estão a tornar-se always on, com janelinhas para iniciar conversas sempre a aparecer no ecrã e a desviar os olhares do trabalho.
Para quem usa é preciso ter cuidado com o que diz, pois não é de todo complicado para alguém com o mínimo interesse e conhecimentos conseguir quebrar os códigos de IM e ler todas as mensagens trocadas. A maior parte de trabalhadores inquiridos num estudo da Blue Coat confessam usar programas de IM durante o horário de trabalho e apenas 27 por cento os usam apenas para objectivos de trabalho. E.. perto de 80 por cento confessam trocar fofocas...
Por tudo isto, muitas companhias estão a banir o uso de programas de IM, o que nem sempre é fácil. É possível aceder a estes programas a partir da Web, sem necessidade de efectuar o download. Maravilhas da tecnologia...
A solução poderá então passar, não por banir (até porque o fruto proibido é sempre o mais apetecido), mas sim por permitir programas de IM desenvolvidos para empresas. E convém até pensar seriamente nisto. A Gartner, um dos grandes nomes em investigação na área da tecnologia, prevê que os programas de IM representem cerca de 50 por cento de todas as comunicações negócio-cliente durante este ano. Para que isso aconteça é preciso apenas pensar em formas de os usar de modo eficaz para que se torne numa ferramenta de produtividade e não de distracção.
Patrícia
Todavia, esta transição do IM dos computadores de casa para os do escritório, a curto prazo, poderá criar enormes riscos quer financeiros quer legais. Para além das dores de cabeça do patronato.
Se muitos se negam a trabalhar ao mesmo tempo que falam com familiares e amigos, outros tantos consideram esta actividade como um gesto de rotina sem o qual não conseguem passar (é assim uma espécie de cordão umbilical com o mundo, digo eu). Mesmo que isso implique concentração a menos de 100 por centro no trabalho.
À medida que cada vez mais trabalhadores fazem o download de programas de IM, estes estão a começar a ser vistos como uma espécie de ameaça à segurança das redes. Os vírus propagam-se com uma rapidez incrível e convenhamos que nem tudo o que se partilha nas conversas é agradável, especialmente num ambiente de trabalho. Concebidos para entreter, este género de aplicações estão a tornar-se always on, com janelinhas para iniciar conversas sempre a aparecer no ecrã e a desviar os olhares do trabalho.
Para quem usa é preciso ter cuidado com o que diz, pois não é de todo complicado para alguém com o mínimo interesse e conhecimentos conseguir quebrar os códigos de IM e ler todas as mensagens trocadas. A maior parte de trabalhadores inquiridos num estudo da Blue Coat confessam usar programas de IM durante o horário de trabalho e apenas 27 por cento os usam apenas para objectivos de trabalho. E.. perto de 80 por cento confessam trocar fofocas...
Por tudo isto, muitas companhias estão a banir o uso de programas de IM, o que nem sempre é fácil. É possível aceder a estes programas a partir da Web, sem necessidade de efectuar o download. Maravilhas da tecnologia...
A solução poderá então passar, não por banir (até porque o fruto proibido é sempre o mais apetecido), mas sim por permitir programas de IM desenvolvidos para empresas. E convém até pensar seriamente nisto. A Gartner, um dos grandes nomes em investigação na área da tecnologia, prevê que os programas de IM representem cerca de 50 por cento de todas as comunicações negócio-cliente durante este ano. Para que isso aconteça é preciso apenas pensar em formas de os usar de modo eficaz para que se torne numa ferramenta de produtividade e não de distracção.
Patrícia
quarta-feira, janeiro 5
Tecnologias no feminino
Abre amanhã ao público em Las Vegas a Consumer Electronics Show, a maior exposição internacional de produtos de electónica. Para os amantes de gadgets e outros dispositivos é a oportunidade ideal para se porem a par das tendências da moda dos próximos tempos. Certo é que todas as grandes marcas vão dar o seu melhor para conquistar a atenção dos consumidores e ocupar um espacinho na sua sala de estar. Isto porque as novidades deste ano concentram-se na industria do entretenimento.
Cada vez menos estamos quietos, sem fazer nada. Daí que se aposte em tudo o que possa ocupar o nosso tempo. Desde os plasmas e LCDs quase gigantes até aos telemóveis com quase todas as funcionalidades que possa imaginar. Na CES há de tudo.
Mas feiras como estas também fazem pensar noutros assuntos..por exemplo, a importância das mulheres no mundo das tecnologias. Aparentemente pode parecer descabida a associação de ideias, mas pelo contrário, faz todo o sentido. Uma nova geração de mulheres interessadas em tecnologias está a emergir, mas parece que a indústria ainda não se deu conta disso e o facto é que um résumé (não muito longo) de ideias e factos nos leva a concluir que a grande maioria dos gadgets e produtos de electrónica são feitos para homens. E quando não são feitos só para eles tudo à volta do produto (desde publicidade a acções de marketing) pretende atingir o sexo masculino.
Vejamos...o estudo do grande fenómeno que é a indústria de jogos dava para qualquer coisa como uma tese, mas não precisamos de ir tão longe. Tudo em volta dos jogos e das consolas é dirigido aos homens. Jogos de tiros e de guerra, de corridas, de futebol, em que a maior parte das personagens são homens, incluindo o heroi que na generalidade tem uma mulhere para salvar. Salvo raras excepções como o Sims, ou jogos de ténis e coisas similares (não me lembro de mais nenhum, prova de que não existirão muitos mais) todos os títulos lançados pretendem atrair jovens e adultos do sexo masculino.
E pode surgir a meio desta discussão o argumento de que as mulheres não se interessam por video jogos, porque têm mais dificuldade em abastrair-se da realidade e preferem ocupar o tempo com outras coisas e blá blá blá.... O que na minha opinião está completamente errado. Se é verdade que não há muitas mulheres fãs dos video jogos, também é verdade que ninguem faz nada para que elas se interessem mais.
E eis que chegamos ao ponto da questão (depois de tanto palavreado). As tecnologias são tidas como território masculino. Cada vez mais os homens falam de futebol e do novo telemóvel, ou do plasma que compraram lá para casa, ou do jogo que não conseguem parar de jogar.
E as mulheres? O sexo feminino, é altamente discriminado no meio de tudo isto. As que percebem alguma coisa de tecnologias quando chegam a uma loja do género e se mostram interessadas nos produtos, são tratadas como crianças à procura de um brinquedo que não foi feito para a idade delas. E quando mostram algum conhecimento do produto em questão ainda levam com a pergunta: "parece estar bem informada, trabalha na área?". Sim porque, no ponto de vista da maioria, as mulheres não querem saber nada sobre plasmas e PDAs, telemóveis, computadores e afins... E o resultado é que são tratdas como estúpidas!
Contudo, acredito que isto só vai durar até à insdustria perceber o grande potencial deste segemento, eventualmente mulheres entre os 18 e os 24 anos que cresceram com produtos de tecnologia e se interessam por eles. A distância que vai entre o interesse de uma mulher por um produto e a compra efectiva do mesmo é apenas a de um publicitário ou de um empregado que não a incluiu no alvo de prováveis consumidores.
Patrícia
Cada vez menos estamos quietos, sem fazer nada. Daí que se aposte em tudo o que possa ocupar o nosso tempo. Desde os plasmas e LCDs quase gigantes até aos telemóveis com quase todas as funcionalidades que possa imaginar. Na CES há de tudo.
Mas feiras como estas também fazem pensar noutros assuntos..por exemplo, a importância das mulheres no mundo das tecnologias. Aparentemente pode parecer descabida a associação de ideias, mas pelo contrário, faz todo o sentido. Uma nova geração de mulheres interessadas em tecnologias está a emergir, mas parece que a indústria ainda não se deu conta disso e o facto é que um résumé (não muito longo) de ideias e factos nos leva a concluir que a grande maioria dos gadgets e produtos de electrónica são feitos para homens. E quando não são feitos só para eles tudo à volta do produto (desde publicidade a acções de marketing) pretende atingir o sexo masculino.
Vejamos...o estudo do grande fenómeno que é a indústria de jogos dava para qualquer coisa como uma tese, mas não precisamos de ir tão longe. Tudo em volta dos jogos e das consolas é dirigido aos homens. Jogos de tiros e de guerra, de corridas, de futebol, em que a maior parte das personagens são homens, incluindo o heroi que na generalidade tem uma mulhere para salvar. Salvo raras excepções como o Sims, ou jogos de ténis e coisas similares (não me lembro de mais nenhum, prova de que não existirão muitos mais) todos os títulos lançados pretendem atrair jovens e adultos do sexo masculino.
E pode surgir a meio desta discussão o argumento de que as mulheres não se interessam por video jogos, porque têm mais dificuldade em abastrair-se da realidade e preferem ocupar o tempo com outras coisas e blá blá blá.... O que na minha opinião está completamente errado. Se é verdade que não há muitas mulheres fãs dos video jogos, também é verdade que ninguem faz nada para que elas se interessem mais.
E eis que chegamos ao ponto da questão (depois de tanto palavreado). As tecnologias são tidas como território masculino. Cada vez mais os homens falam de futebol e do novo telemóvel, ou do plasma que compraram lá para casa, ou do jogo que não conseguem parar de jogar.
E as mulheres? O sexo feminino, é altamente discriminado no meio de tudo isto. As que percebem alguma coisa de tecnologias quando chegam a uma loja do género e se mostram interessadas nos produtos, são tratadas como crianças à procura de um brinquedo que não foi feito para a idade delas. E quando mostram algum conhecimento do produto em questão ainda levam com a pergunta: "parece estar bem informada, trabalha na área?". Sim porque, no ponto de vista da maioria, as mulheres não querem saber nada sobre plasmas e PDAs, telemóveis, computadores e afins... E o resultado é que são tratdas como estúpidas!
Contudo, acredito que isto só vai durar até à insdustria perceber o grande potencial deste segemento, eventualmente mulheres entre os 18 e os 24 anos que cresceram com produtos de tecnologia e se interessam por eles. A distância que vai entre o interesse de uma mulher por um produto e a compra efectiva do mesmo é apenas a de um publicitário ou de um empregado que não a incluiu no alvo de prováveis consumidores.
Patrícia
terça-feira, janeiro 4
A onda dos blogs
Os blogs são sem dúvida um dos acontecimento do ano. Uma sondagem que inquiriu utilizadores de Internet norte-americanos concluiu que 32 milhões de pessoas tornaram-se leitores assiduos de blogs, representando um crescimento de cerca de 58 por cento em relação ao ano passado. Razões para isto são, sem duvida, o interesse e a sede das pessoas em obterem informações quase de modo imediato.
Aíás, não é um fenómeno dificil de perceber. A blogosfera tornou-se um espaço de troca de pontos de vista e discussão política. O tsunami no sudeste asiático desencadeou um movimento de pessoas que estiveram presentes na tragédia e que escrevem em blogs os seus sentimentos e perspectivas do que viram e do que está a ser feito. The South-East Asia Earthquake and Tsunami Blog é um exemplo, criado para ajudar as pessoas a encontrar ajuda mais facilmente junto das entidades competentes.
Há até quem defenda que o que é descrito nos blogs diz muito mais do que o que os jornalistas reportam. Os argumentos aprensentados são vários, os jornalistas andam de tragédia em tragédia (eu diria que estão em todas), não sofrem as verdadeiras consequências da catástrofe. Para além disso e acima de tudo estão sujeitos a condicionantes de espaço e de tempo e mesmo de critérios editoriais que os podem impedir de revelar determinados pormenores e/ou pontos de vista. Coisa que não acontece num blog. Quem tem um sabe que tudo é permitido (abençoada liberdade!).
Os ouvidos e os olhos do mundo estão, agora e mais do que nunca, em todo o lado e já não dependem apenas de um jornalista no local. Cada vez mais a blogoesfera está a provar a sua utilidade, muito para além de um mero fórum de debate de ideias. Será que não é altura para questionar o verdadeiro papel do jornalismo neste mundo em que o imediatismo é uma exigência?
São as novas tecnologias ao serviço de todos e de cada um...
Patrícia
Aíás, não é um fenómeno dificil de perceber. A blogosfera tornou-se um espaço de troca de pontos de vista e discussão política. O tsunami no sudeste asiático desencadeou um movimento de pessoas que estiveram presentes na tragédia e que escrevem em blogs os seus sentimentos e perspectivas do que viram e do que está a ser feito. The South-East Asia Earthquake and Tsunami Blog é um exemplo, criado para ajudar as pessoas a encontrar ajuda mais facilmente junto das entidades competentes.
Há até quem defenda que o que é descrito nos blogs diz muito mais do que o que os jornalistas reportam. Os argumentos aprensentados são vários, os jornalistas andam de tragédia em tragédia (eu diria que estão em todas), não sofrem as verdadeiras consequências da catástrofe. Para além disso e acima de tudo estão sujeitos a condicionantes de espaço e de tempo e mesmo de critérios editoriais que os podem impedir de revelar determinados pormenores e/ou pontos de vista. Coisa que não acontece num blog. Quem tem um sabe que tudo é permitido (abençoada liberdade!).
Os ouvidos e os olhos do mundo estão, agora e mais do que nunca, em todo o lado e já não dependem apenas de um jornalista no local. Cada vez mais a blogoesfera está a provar a sua utilidade, muito para além de um mero fórum de debate de ideias. Será que não é altura para questionar o verdadeiro papel do jornalismo neste mundo em que o imediatismo é uma exigência?
São as novas tecnologias ao serviço de todos e de cada um...
Patrícia
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