no outro dia (um lugar comum) ia a segurar a cabeça num dos lugares traseiros do expresso Lisboa - Caldas quando me apercebi de que perdi a coragem de fazer coisas.
a vontade.
a imaginação para as conceber.
talvez ainda exista em mim isso tudo, sim, mas está dormente.
porque preciso trabalhar, porque preciso arrumar os dias, porque tenho de preparar o futuro, porque tenho tantas preocupações e datas para cumprir.
cada segundo parado é uma dádiva que não posso desperdiçar.
e os segundos correm, têm mais pernas que eu, que já não posso com eles.
parece que só seguro as coisas nas mãos tempo suficiente para lhes tocar e depois desaparecem numa neblina de pensamentos rápidos.
e perdem-se por ai.
havia provavelmente tanto por dizer e fazer, construir, revelar.
escrevo estas palavras num amor platónico às ideias que passaram ao lado.
e agora?
sexta-feira, março 11
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