terça-feira, janeiro 31

Dias iguais

Há dias em que temos que engolir uns sapos e fingir um sorriso para conseguir continuar a conversa, evitando a faísca.
Há outros em que viramos as costas e deixamos a insignificancia a falar sozinha...
As coisas só têm valor se forem valorizadas por alguém!

Adiante...
A minha saga em busca de um pequeno chalet continua, mais calma contudo dada a avalancha de telefonemas para fazer e para atender, de orçamentos para pedir, datas e reuniões para marcar. Os dias passam depressa, uma confusão aqui um rejubilo ali e a rotina instala-se cada vez mais profundamente nesta minha nova profissão que me agrada, mas que tem os seus desafios.
Isto tudo para dizer que continuo entre paredes forradas a papel. E esta noite parece Natal outra vez, tal as vezes que o quadro da electricidade vai abaixo... Haja paciência!

quarta-feira, janeiro 18

Pensamento da meia noite

Nos últimos dias tenho feito um esforço para não dizer aquilo que penso de modo a não ferir susceptibilidades. Mas depois fico a matutar naquilo e a pensar que não posso deixar que pensem que sou quem eu não sou.

Isto não me está a sair muito bem. Mas quero eu dizer com isto que desde sempre me conheci calma o suficiente para ouvir e dar desprezo. E agora dou comigo a querer trocar argumentos e impor-me.

Será que antes era uma paz de alma, ou será que perdi a paciência e não me dei conta disso?

terça-feira, janeiro 17

A saga continua

Já sei de cor os preços e as condições da maioria das casas que constam nos sites de imobiliárias mais conhecidas e inclusivamente consigo detectar as novidades introduzidas todos os dias em casa site. É fantástico não é?
Infelizmente é triste pensar que, independentemente da imobiliária com quem oficializar o negócio, cerca de 5% do valor que vou pagar pela casa vai direitinho para o bolso deles. Mas cada um ganha a vida como pode não é?
Devo dizer, contudo, que a minha ainda breve experiência nesta área, me permite dizer que os vendedores da Remax são assustadores. Na minha primeira visita a um t2 duplex (com muito bom aspecto nas fotografias) a vendedora deixou-me 20 minutos a espera numa rua que metia medo ao susto num dia em que chovia torrencialmente. Para além disso, deve ter olhado para mim e pensado que se eu não tinha dinheiro para comprar um guarda-chuva (tinha levado com uma carga de água a caminho da tal casa a visitar) também não teria para comprar uma casa.A verdade é que apesar de termos trocado contactos e de ter especificado quais as zonas e preços preferenciais, nunca mais ouvi falar de tal senhora.

A casa até nem era má, exceptuando o facto de na cozinha só caber uma pessoa, das escadas que conduziam à suite serem tão ingremes e tão pequeninas que colocando o pé de lado ainda ficava metade de fora, das escadas do prédio serem forradas com aquelas passadeiras de plástico da casa dos nossos tetravós e de no prédio morarem duas velhinhas há anos que provavelmente deviam ter uma criação de gatos (10 cada uma no mínimo).

E a saga continua....

sexta-feira, janeiro 13

Desabafo

Ontem à noite estive muito perto de arrancar os cabelos a alguém.
Sabem quando nos começa a subir assim uns calores e já não aguentamos ver a pessoa à nossa frente a dar ordens e a falar da nossa vida como se tivesse alguma autoridade para o fazer? É o que dá viver com pessoas desconhecidas, pensam que só porque partilhamos o mesmo espaço podem impor limites ao que fazemos.
Era só o que me faltava!

quarta-feira, janeiro 11

Um regalo para os olhos

Depois de muito insistir com o meu mais que tudo e lhe fazer as vontadinhas todas durante uns dias, eis que ele me apresenta a sugestão perfeita para adornar a Cegueira. Digam lá se não está simplesmente perfeito?

terça-feira, janeiro 10

O presente é passado já

Pensamos sempre no futuro como estando longe demais. Como se ainda fosse cedo para fazermos o que queremos, ou como se ainda não fosse altura para o fazer porque nos sentimos ainda muito jovens para assumir determinadas coisas.
O presente transforma-se assim numa espécie de época de transição. Sentimos que ainda estamos a iniciar a nossa vida de adultos, mas olhando para trás e fazendo contas ao tempo ido, já lá vão dois anos.
E o que é que eu consegui nestes dois anos?
Alguma estabilidade é certo, sentido de responsabilidade, mais convicção nas minhas decisões, mas no fundo, e equacionando todos os pratos da balança sou ainda aquela rapariga que saiu da universidade a acreditar que ia conquistar o mundo inteiro. Ainda é cedo, insisto em pensar. Mas será realmente?

segunda-feira, janeiro 9

Relax


Estou com uma dor de cabeça tremenda. O dia foi um bocadinho mais movimentado do que habitual, e isso foi o suficiente para que corpo e mente se ressentissem. Ainda não estava preparada para o trabalho, após três semanas de puro ócio.
Como se não bastasse, chegar a casa e entrar na cozinha para fazer o jantar é uma aventura! Até conseguir reunir os ingredientes no balcão tenho que arrumar pilhas de louça, descer três andares para despejar o lixo e fechar todas as janelas que as "queridas" com quem eu (para mal de todos os meus pecados) partilho a casa. Quem é que deixa as janelas abertas todo o dia em pleno Inverno? Eu podia fazer uma lista de estranhos fenómenos com os quais me deparo nestas quatro paredes forradas a papel de mau gosto, mas hoje não estou para isso.

Vou refastelar-me neste meu quarto alugado a preço de ouro que, longe de ser o céu, me parece,hoje, mais aconchegante do que nunca.
Como banda sonora tenho o voz do moço que queria ser moça: o fantástico Antony... and the Johnsons.

terça-feira, janeiro 3

Ao quarto dia de 2006



Apesar de já estar com um pé em 2006, o ano que passa deixa boas e más recordações que, inevitavelmente vão influenciar os 365 dias que temos pela frente e que ainda estão frescas na memória.
Para mim 2005 foi um ano de afirmação profissional, passei a ocupar um cargo de responsabilidade, ainda que discretamente. Seis meses depois perdi-o. Fecha A Capital, a ameaça cumpriu-se sem que pudessemos fazer nada e, no prazo de uma semana, ficamos sem posto de trabalho. Agosto não foi um mês de férias mas de desespero, sem saber se o regresso a Lisboa valeria a pena. O que fazer? A pergunta que não me largava a perna. Fazia eco em todo o lado.
Em Setembro os meus dias conhecem novas rotinas, novo emprego, novas caras. Uma agradável surpresa que me fez pensar na minha valorização pessoal, no que sou capaz de fazer para além do jornalismo. Até que ponto conseguimos suportar um emprego em que não somos reconhecidos pelo que fazemos? No fundo, tinha consciência de que precisava de mudar, talvez tenha sido melhor assim, ou não, nunca saberei.

Neste ano espero conseguir construir o meu espaço. 2005 foi também o ano em que percebi que precisamos de arriscar muito para conseguir alguma coisa na vida. Dividir casa é uma ideia fantástica para quem quer sair da saia dos pais, para quem vai estudar para fora. Mas seis anos são mais do que suficientes para chegar ao limite.
Quero continuar a minha formação académica. Tenho saudades de estudar. Ler livros não é o suficiente. Quero voltar a investigar, apresentar conclusões.
Não sei como vou conciliar tudo isto, mas quero arriscar.