Aconteceram-me tantas coisas este mês que me sinto ainda atordoada.
Mudei de emprego. Num dia disse adeus a uma agência e no outro a seguir comecei na outra. Para além do cansaço físico que nesta altura do ano já todos sentimos, nunca pensei que emocionalmente fosse tão agressivo mudar de emprego, principalmente quando deixamos do outro lado pessoas que irão fazer parte de nós para toda a vida. Foi ali que eu cresci como profissional e que me tornei em quem sou hoje. A última vez que experienciei algo do género foi radicalmente diferente pois foi uma mudança forçada, não ponderada mil vezes como aconteceu agora.
Por tudo isto nem tempo tenho tido para escrever aqui, apesar de ter muita coisa para contar. Nos últimos dias sinto-me mais crescida...pode parecer ridiculo dizer isto mas parece que mudou qualquer coisa e que agora me sinto mais responsável, mais vmais 30 do que 20 anos...
Entretanto é Natal... tenho uma semana para estar, finalmente, com a minha família, em frente à lareira, como estou agora, a recuperar energias para o ano que vem, a organizar-me para os desafios que sei que vou ter que enfrentar em 2008. Venham eles...
A todos os que ainda me lêm, um excelente Natal. Amanhã só quero paz...
domingo, dezembro 23
sexta-feira, novembro 16
cansaço
Vivo mais uma daquelas alturas doidas em que me esqueço que existo e vivo para os outros, que me fazem trabalhar dia e noite sem parar. E depois, quando pensamos que o fim-de-semana vai ser descansado, bom para recuperar as energias e quando tudo o que queremos é que não nos aborreçam, pois é exactamente isso que nos fazem. Por coisas pequenas que já ninguém e lembra, mas que na altura se tornam um elefante incontornável.
Tenho uma teoria infalível: quando precisamos do apoio das pessoas é quando as pessoas não estão nem aí, porque na verdade cada um que aguente as suas desgraças...
E eu volto para casa, mais uma vez, estaciono finalmente depois de 20 voltas à rua e deixo-me cair no sofá irremediavelmente cansada a espera do dia a seguir...
Tenho uma teoria infalível: quando precisamos do apoio das pessoas é quando as pessoas não estão nem aí, porque na verdade cada um que aguente as suas desgraças...
E eu volto para casa, mais uma vez, estaciono finalmente depois de 20 voltas à rua e deixo-me cair no sofá irremediavelmente cansada a espera do dia a seguir...
domingo, outubro 21
outro fim de semana
Uma resumo do meu fim-de-semana: não fiz absolutamente nada senão limpar a casa, cozinhar e comer. Excepto uma ida ao cinema para ver mais um daqueles filmes de metralhadoras e FBI e Alá e homens que se fazem explodir em carros e no meio de multidões.
Tenho na minha cabeça o peso do trabalho, uma daquelas tarefas nas quais não queremos falhar, não podemos falhar e damos o tudo por tudo. A ver vamos como corre.
Na sexta-feira estive meia hora na conversa com a porteira, fiquei a saber praticamente tudo sobre ela, as dores, as maleitas, "já assaltaram o carro da minha filha duas vezes" e sobre os meus vizinhos, as duas brasileias do andar de cima que fazem barulho demais tarde demais, o casal chinês que morava na casa onde estou agora, o segundo elevador que nunca mais é arranjado, enfim. Eu cansada de uma semana de trabalho, cheia de fome, às 9 da noite à conversa no patamar com a porteira. Eu não sei o é que eu faço, mas tenho uma aptidão nata para meter conversa com pessoas e não conseguir desligar. Acontece-me o mesmo com os taxistas, sinceramente não me lembro de entrar num táxi e não me meter numa conversa qualquer, eles contam-me tudo. Quando quero mesmo acabar a conversa e não me apetece falar ligo para alguém, mas quando acaba a chamada retoma a conversa no assunto que ficou no ar, não consigo evitar.
Só nestes fins de semana que passo sozinha consigo realmente perceber as vantagens de morar sozinha, de ter a minha casa. Eu sei que estou sempre a falar nisto, mas apesar de chegar a meio do mês sem um euro para comprar um trapinho, vale mesmo a pena...
Tenho na minha cabeça o peso do trabalho, uma daquelas tarefas nas quais não queremos falhar, não podemos falhar e damos o tudo por tudo. A ver vamos como corre.
Na sexta-feira estive meia hora na conversa com a porteira, fiquei a saber praticamente tudo sobre ela, as dores, as maleitas, "já assaltaram o carro da minha filha duas vezes" e sobre os meus vizinhos, as duas brasileias do andar de cima que fazem barulho demais tarde demais, o casal chinês que morava na casa onde estou agora, o segundo elevador que nunca mais é arranjado, enfim. Eu cansada de uma semana de trabalho, cheia de fome, às 9 da noite à conversa no patamar com a porteira. Eu não sei o é que eu faço, mas tenho uma aptidão nata para meter conversa com pessoas e não conseguir desligar. Acontece-me o mesmo com os taxistas, sinceramente não me lembro de entrar num táxi e não me meter numa conversa qualquer, eles contam-me tudo. Quando quero mesmo acabar a conversa e não me apetece falar ligo para alguém, mas quando acaba a chamada retoma a conversa no assunto que ficou no ar, não consigo evitar.
Só nestes fins de semana que passo sozinha consigo realmente perceber as vantagens de morar sozinha, de ter a minha casa. Eu sei que estou sempre a falar nisto, mas apesar de chegar a meio do mês sem um euro para comprar um trapinho, vale mesmo a pena...
quinta-feira, setembro 27
Aos 25 anos
Estacionei o carro no único lugar que havia na rua.
Fui comprar uma coisa qualquer que já não me lembro no restaurate ao lado de casa.
Espremi duas laranjas e engoli aquilo tudo já sem fome nem vontade para comer.
Lavei um prato, um copo, um garfo, uma faca, o espremedor de laranjas e a caneca do pequeno almoço.
Fui despejar o lixo, abri a caixa do correio, espreitei o folheto do MediaMarkt, estava em promoção uma máquina de lavar roupa igual a minha, mas mais cara.
Tomei banho. Vesti o pijama. Sequei o cabelo à pressa. Tirei o verniz das unhas. Sentei-me no sofá com o portátil em cima das pernas. Tenho que adiantar trabalho para amanhã.
Fui comprar uma coisa qualquer que já não me lembro no restaurate ao lado de casa.
Espremi duas laranjas e engoli aquilo tudo já sem fome nem vontade para comer.
Lavei um prato, um copo, um garfo, uma faca, o espremedor de laranjas e a caneca do pequeno almoço.
Fui despejar o lixo, abri a caixa do correio, espreitei o folheto do MediaMarkt, estava em promoção uma máquina de lavar roupa igual a minha, mas mais cara.
Tomei banho. Vesti o pijama. Sequei o cabelo à pressa. Tirei o verniz das unhas. Sentei-me no sofá com o portátil em cima das pernas. Tenho que adiantar trabalho para amanhã.
quarta-feira, setembro 12
Falta-me um bocadinho assim
Hoje consegui ter um tempinho para me organzizar e prever o que aí vem nos próximos meses, o resultado foi um calendários cheio de cores e coisas para fazer até ao Natal. Enquanto não chega a avalanche de stress vou aproveitando a liberdade de tempo e de espaço, ou seja da minha casinha.
Ainda não tinha tido oportunidade de dizer que viver sozinho e ter uma casa só nossa é mudar de vida, completamente. Apetece-nos sempre ter tudo arrumado, cozinhar todos os dias coisas novas, mesmo que a fome não seja muita e acabe por ficar tudo no frigorífico para o dia a seguir. Apetece-nos estar em casa a ouvir musica passar horas no sofá a ver babuseiras na TV.
Só há uma coisa negativa no meio disto tudo que é o dia em que pagamos a renda e em que abrimos a caixa do correio e vemos as contas da água, luz e gás no nosso nome. Mas tirando isso, estou no paraíso. E a sensação de estarmos por nossa conta é o melhor que pode haver.
Quando era piquena e sonhadora imaginava-me aos 22 uma mulher de sucesso, com casa, carro, dinheiro, independente, uma relação estável a caminhar para o casamento. Depois de ter percebido que aos 22 somos umas nulidades, cheios de incertezas, a mendigar emprego ou a trabalhar a borla, a semanas de fazer 26 posso dizer que ando lá perto, só me falta um bocadinho assim que virá certamente com a maturidade....
Ainda não tinha tido oportunidade de dizer que viver sozinho e ter uma casa só nossa é mudar de vida, completamente. Apetece-nos sempre ter tudo arrumado, cozinhar todos os dias coisas novas, mesmo que a fome não seja muita e acabe por ficar tudo no frigorífico para o dia a seguir. Apetece-nos estar em casa a ouvir musica passar horas no sofá a ver babuseiras na TV.
Só há uma coisa negativa no meio disto tudo que é o dia em que pagamos a renda e em que abrimos a caixa do correio e vemos as contas da água, luz e gás no nosso nome. Mas tirando isso, estou no paraíso. E a sensação de estarmos por nossa conta é o melhor que pode haver.
Quando era piquena e sonhadora imaginava-me aos 22 uma mulher de sucesso, com casa, carro, dinheiro, independente, uma relação estável a caminhar para o casamento. Depois de ter percebido que aos 22 somos umas nulidades, cheios de incertezas, a mendigar emprego ou a trabalhar a borla, a semanas de fazer 26 posso dizer que ando lá perto, só me falta um bocadinho assim que virá certamente com a maturidade....
segunda-feira, setembro 3
Delicate*
Ali ao fundo, no reflexo dos raios de sol naquela água salgada estão todos os meus fantasmas, que se escondem quando os engano ao quebrar a rotina, mas que voltam a assombrar-me quando o dia-a-dia se torna um fardo pesado de carregar.
Ali estão todos os nossos sonhos que vão sendo adiados, que vamos deixando para segundo plano porque não temos tempo para nos lembrarmos deles.
E eu queria ter a certeza de que não estou a perder tempo, tenho medo de não conseguir perceber suficientemente os meus motivos, de não saber julgar o que deve ou não ser feito, se devo continuar ou não. Tenho medo de me deixar arrastar e acordar um dia, olhar para trás e perceber que não construí nada, que me enganei a mim mesma, que não fui capaz de virar à direita ou à esquerda e preferi seguir em frente, pelo caminho mais fácil.
Como é que se têm certezas?
Devo estar a passar pela crise dos quase 26 anos, começamos a olhar para trás e a querer outras coisas para nós agora... pessoas que nos amem incondicionalmente, que nos compreendam em vez de nos julgarem, que nos completem em vez de nos deixarem sem rumo a apanhar as peças que vão deixando espalhadas. Eu tento encontrar um sentido, tento fazer um puzzle com todas as peças, mas no final não consigo perceber se estão bem colocadas. Porque não basta encaixar bem as peças, é preciso encontrar um significado naquilo que construímos com elas.
Apetecia-me pegar no carro e conduzir sem rumo a noite toda com a música a ensurdecer-me os ouvidos. Sinto-me aliviada quando o faço, quando conduzo perdida em mil pensamentos, distraída pelas vozes que me fazem companhia e me gritam aos ouvidos palavras sem nexo.
Não fosse tão tarde e era isso que eu fazia, partia para o desconhecido.
E a banda sonora assenta que nem uma luva...
We might live like never before
When there's nothing to give
Well how can we ask for more
We might make love in some sacred place
The look on your face is delicate
So why'd you fill my sorrow
With the words you've borrowed
From the only place that you've known
And why'd you sing Hallelujah
If it means nothing to you
Why'd you sing with me at all?
*Delicate, Damien Rice
quinta-feira, agosto 16
De volta
Estou de volta.
De regresso ao trabalho depois de umas breves férias naquele que seria um pedaço de paraíso se os franceses todos da França e os portugueses que se fingem franceses não tivessesm decidido invadir o nosso cantinho de Agosto.
Estou também dee regresso a casa, a uma casa nova.
Estou instalada, finalmente. A casinha não é perfeita, pois que não, a cozinha precisava de uma intervençãozita do Querido Mudei a Casa(querido, não te esqueças da supresa) mas está perfeita para mim.
Nunca fui tantas vezes seguidas a uma loja como fui nos últimos dias a IKEA, nem mesmo à Zara! Abençoados sejam os suecos pelas ideias magnificias que nos disponibilizam e pelos preços baixos. É verdade que estou quase na miséria, foram-se as minhas ecomonias... É verdade que tive um arrepio quando paguei a renda este mês e que passo os dias a desligar as luzes e a poupar água, mas nada vale tão a pena como ter no bolso as chaves de um sítio só nosso, onde podemos entrar e deixar o mundo todo lá fora...
De regresso ao trabalho depois de umas breves férias naquele que seria um pedaço de paraíso se os franceses todos da França e os portugueses que se fingem franceses não tivessesm decidido invadir o nosso cantinho de Agosto.
Estou também dee regresso a casa, a uma casa nova.
Estou instalada, finalmente. A casinha não é perfeita, pois que não, a cozinha precisava de uma intervençãozita do Querido Mudei a Casa(querido, não te esqueças da supresa) mas está perfeita para mim.
Nunca fui tantas vezes seguidas a uma loja como fui nos últimos dias a IKEA, nem mesmo à Zara! Abençoados sejam os suecos pelas ideias magnificias que nos disponibilizam e pelos preços baixos. É verdade que estou quase na miséria, foram-se as minhas ecomonias... É verdade que tive um arrepio quando paguei a renda este mês e que passo os dias a desligar as luzes e a poupar água, mas nada vale tão a pena como ter no bolso as chaves de um sítio só nosso, onde podemos entrar e deixar o mundo todo lá fora...
segunda-feira, julho 9
QUASE EM CASA...*
Fui à Worten fazer as grandes compras para a minha cozinha, um belo de um frigorífico e uma máquina de lavar roupa. Depois de ter examinado ao pormenor todos os modelos e marcas disponíveis cheguei à conclusão que quanto mais se escolhe pior se acerta. Conclusão: inspirada pela febre do "Salvem o planeta" do Live Earth optei por comprar os aparelhos com melhor desempenho energético, espero que isso se note na factura da edp ao fim do mês, a ver vamos...
Também fui ao IKEA, claro, acho aliás que vou passar por lá muitas vezes nos próximos tempos. O meu grande objctivo era comprar um roupeiro, porque neste momento a única coisa que me falta passar para a casa nova é a minha roupinha. Mas ainda não foi desta... a porcaria o roupeiro que eu queria estava esgotado, é preciso ter azar realmente. Assim, continuo cá em casa, na antiga diga-se, naquela do papel de parede, na casa partilhada, é um bom nome. Neste momento já não tenho secretária no quarto, estou com o portátil sentada na caminha que em breve vai duplicar de tamanho...
Esta é provavelmente uma das melhores alturas da minha vida. Apesar do trabalho que se acumula, da falta de tempo para aproveitar o momento, da conta bancária a ficar reduzidinha, sinto que estou a um pequeno passo de poder dizer que estou de bem com a vida...
*devido a problemas técnicos que já me fizeram chegar ao limite da paciência não consegui colocar o título como deve ser, a todos os leitores, uns 3 praí, as minhas desculpas.:)
Fui à Worten fazer as grandes compras para a minha cozinha, um belo de um frigorífico e uma máquina de lavar roupa. Depois de ter examinado ao pormenor todos os modelos e marcas disponíveis cheguei à conclusão que quanto mais se escolhe pior se acerta. Conclusão: inspirada pela febre do "Salvem o planeta" do Live Earth optei por comprar os aparelhos com melhor desempenho energético, espero que isso se note na factura da edp ao fim do mês, a ver vamos...
Também fui ao IKEA, claro, acho aliás que vou passar por lá muitas vezes nos próximos tempos. O meu grande objctivo era comprar um roupeiro, porque neste momento a única coisa que me falta passar para a casa nova é a minha roupinha. Mas ainda não foi desta... a porcaria o roupeiro que eu queria estava esgotado, é preciso ter azar realmente. Assim, continuo cá em casa, na antiga diga-se, naquela do papel de parede, na casa partilhada, é um bom nome. Neste momento já não tenho secretária no quarto, estou com o portátil sentada na caminha que em breve vai duplicar de tamanho...
Esta é provavelmente uma das melhores alturas da minha vida. Apesar do trabalho que se acumula, da falta de tempo para aproveitar o momento, da conta bancária a ficar reduzidinha, sinto que estou a um pequeno passo de poder dizer que estou de bem com a vida...
*devido a problemas técnicos que já me fizeram chegar ao limite da paciência não consegui colocar o título como deve ser, a todos os leitores, uns 3 praí, as minhas desculpas.:)
terça-feira, julho 3
Em mudança
Já tenho as chaves, o contrato assinado e dois meses de renda pagos. É oficial: estou na penúria, mas já tenho uma casa, ainda que por enquanto tenha apenas paredes e tecto e portas e janelas...e eis que surge o primeiro obstáculo...
Depois de ter passado 3 dias a analisar o mercado dos frigorificos e das máquinas de lavar roupa e de ter conseguido decidir por dois modelos que se adequam aos meus citérios, ou seja ao meu budget (por estes dias o meu dinheirinho anda a debandar da minha conta que é uma coisa doida) eis quando me deparo com um problema.
Tenho 55 cm de espaço na cozinha para colocar a máquina de lavar roupa e todas as máquinas de lavar roupa têm 60 cm de largura, não há dúvidas, fui a Worten, ao Media Markt, à Rádio Popular, ao San Luis, e não ha maneira de encontrar máquinas mais estreitinhas.
Pergunta: que raio de mente brilhante terá sido a que colocou a mobilia numa cozinha sem se preocupar em ver quais as medidas de uma máquina de lavar?
Esperam-se mais desenvolvimentos sobre a saga da minha casinha nos próximos posts.
Depois de ter passado 3 dias a analisar o mercado dos frigorificos e das máquinas de lavar roupa e de ter conseguido decidir por dois modelos que se adequam aos meus citérios, ou seja ao meu budget (por estes dias o meu dinheirinho anda a debandar da minha conta que é uma coisa doida) eis quando me deparo com um problema.
Tenho 55 cm de espaço na cozinha para colocar a máquina de lavar roupa e todas as máquinas de lavar roupa têm 60 cm de largura, não há dúvidas, fui a Worten, ao Media Markt, à Rádio Popular, ao San Luis, e não ha maneira de encontrar máquinas mais estreitinhas.
Pergunta: que raio de mente brilhante terá sido a que colocou a mobilia numa cozinha sem se preocupar em ver quais as medidas de uma máquina de lavar?
Esperam-se mais desenvolvimentos sobre a saga da minha casinha nos próximos posts.
quarta-feira, junho 27
Programa de fim-de-semana: Casamento
É verdade. Já o disse milhões de vezes: sinto que a vida me separa das pessoas que mais gosto, que mais significam para mim, que mais memórias me trazem.
As minhas primas gémeas, que me acompanharam a vida toda, são duas dessas pessoas. Crescemos juntas, partilhámos sonhos juntas e de repente os caminhos separaram-se e acabamos uma em cada canto do país. Uma delas vai casar-se este fim-de-semana. E é como se eu sentisse de repente uma falta imensa dela. Não sei explicar, há anos que não nos vemos com a frequência que desejaríamos, nas festas de família, nas férias apenas. E agora o casamento. Sinto-o como se ela ficasse ainda mais distante. Não fica, mas não sei explicar, deve ser o peso da cerimónia. Aquele momento de que tanto falávamos quando pequenas vai acontecer, e ela é a primeira das três.
Soltei umas lágrimas despedida de solteira. Quero imaginar o casamento....
terça-feira, junho 26
A minha casa
Parece que é agora. A mocinha crescida conseguiu finalmente encontrar uma casinha para patilhar com o silêncio e a calma. Uns telefonemas, umas negociatas et voilá. O contrato de arrendamento já está em curso. Ando à procura de caixas nas lojas dos chineses para conseguir fazer a mudança em poucas viagens no meu C'MON. Não tenho prateleiras para os livros, nem talheres nem pratos, não tenho frigorifico nem máquina de lavar roupa e não tenho dinheiro para comprar o que quer que seja.
Acho que ainda não estou em mim. Depois de 7 anos a partilhar casa, muitas vezes com desconhecidos, este é aquele passo que sentimos como o passo para a independência. Neste momento acho que não me falta nada para dizer que sou feliz.
Pronto... mais um dinheirinho para ir ao IKEA dava jeito, mas a pouco e pouco tudo se arranja...
quinta-feira, junho 14
férias
Regressei de umas mini-férias no meio do nada, longe de tudo o que poderia lembrar-me a mínima preocupação. É nestas alturas que damos valor às coisas mais simples, vestimos um bikini e uns calções, calçamos uns chinelos e aí vamos nós com a toalhinha numa mão e um livro na outra apanhar sol na praia mais próxima. Não fui para a praia mais próxima, mas o ritual foi o mesmo. E soube a pouco, parecem sempre poucos demais os dias que passamos assim, mesmo que a tarde tenha sempre mais horas, porque parece que nunca temos nada para fazer. Não temos, de facto, mas não faz mal. Ali, a olhar para as ondas que insistem em regressar à areia parece que não há mais nada, mais mundo, mais pessoas do que aquelas que estão ali connsoco a brincar com os filhos, a encherem-se de protector solar, arrepiadas a tentar entrar na água.
E tu ao meu lado insistes em mais uma caminhada, rebolas na toalha, fechas os olhos um bocadinho, olhas para mim: "onde vamos jantar hoje"? E eu respondo que não sei, mas quero ir a outro restaurante diferente. "Estás tão bonita". Não estou nada... anda, vamos dar um mergulho e fingir que podemos fcar aqui para sempre....
E tu ao meu lado insistes em mais uma caminhada, rebolas na toalha, fechas os olhos um bocadinho, olhas para mim: "onde vamos jantar hoje"? E eu respondo que não sei, mas quero ir a outro restaurante diferente. "Estás tão bonita". Não estou nada... anda, vamos dar um mergulho e fingir que podemos fcar aqui para sempre....
terça-feira, maio 29
Dave Mathews e etc
O concerto de sexta feira foi excelente! Tenho que confessar que fiquei um bocadinho desiludida no principio porque facilmente percebemos que a meia dúzia de gajos em cima do palco está ali para aproveitar e a borrifar-se para um Pavilhão Atlântico certamente esgotado. Contudo, quando pensávamos que aquilo deveria estar mesmo a terminar começa o concerto a sério com os grandes êxitos que todos conhecem de cor e salteado. O melhor foi sem dúvida a abertura com Everyday, a interpretação de Too Much e o solo do Dave em Gravedigger. Três horas de concerto que me fizeram sentir velhota pela tremenda dor de pernas com que saí de lá. Como é que eu aguentava, há 3 anos atrás, uma semana de noitadas na Queima? Meus amigos...os anos afinal pesam...
E agora uma coisa que não tem nada a ver. Já alguém viu o novo anúncio do Seat Leon? Eu nunca me identifiquei tanto com um anúncio como com este.No fim deixam-nos com uma frase deliciosa que me serve que nem uma luva:
As melhores coisas da vida não são as que nos pertencem, mas as que são donas de nós...
E agora uma coisa que não tem nada a ver. Já alguém viu o novo anúncio do Seat Leon? Eu nunca me identifiquei tanto com um anúncio como com este.No fim deixam-nos com uma frase deliciosa que me serve que nem uma luva:
As melhores coisas da vida não são as que nos pertencem, mas as que são donas de nós...
quarta-feira, maio 2
It all comes down to nothing
Sabem quando pensam que dão tudo a uma pessoa, que dão o vosso melhor para que as coisas corram bem, para que a pessoa sinta que gostamos dela, que fazemos as coisas por ela e, ainda assim, essa pessoa, que vocês pensavam que vos conhecia melhor do que ninguém, vos atira à cara que os dias que passam juntos se estão a tornar rotina e são uma merda? Assim...
Desiludida.
Penso nos quatro anos que estão para trás, no que se pensa que está pela frente e que às vezes pensamos se irá acontecer, se será mesmo aquilo que queremos, se temos a certeza, se valerá a pena.
Indiferente.
Insistes na mesma coisa uma e outra e mais uma vez como se alguma coisa mudasse por insistires tanto. Eu já não sei se me importo, se quero saber. A sério, às vezes não sei...já não sei. Uma e outra vez insisites que eu sou isto, que eu nunca faço o que queres, como se de há quatro anos para cá fosse eu sozinha a ditar as regras deste jogo.
Ferida.
Tenho gravadas em mim desilusões que nunca superei. Histórias que me feriram fundo e que eu pensava poder passar por cima, mas não deu. Não dá. Há coisas que não se esquecem. Esta é mais uma delas. Mais uma que me atiras à cara. Consegues relativizar tudo, diminuir tudo a alguma coisa que achas que eu tenho de mal, um defeito.
Chegas aqui com essas histórias que não me dizem nada, toda a gente faz e nós também devíamos fazer, toda a gente vai e nós também devíamos ir. Há coisas que toda a gente faz e tu não fazes, coisas com que toda a gente se importa e tu nem aí, coisas que me preocupam e que tu dizes que estás a tratar disso para daqui a uns anos... E essas coisas? E as coisas que eu acho importantes? Não te interessa falar disso, dessas coisas. Adias tudo para daqui a uns anos. Já não sei se temos esse tempo todo...
Desiludida.
Penso nos quatro anos que estão para trás, no que se pensa que está pela frente e que às vezes pensamos se irá acontecer, se será mesmo aquilo que queremos, se temos a certeza, se valerá a pena.
Indiferente.
Insistes na mesma coisa uma e outra e mais uma vez como se alguma coisa mudasse por insistires tanto. Eu já não sei se me importo, se quero saber. A sério, às vezes não sei...já não sei. Uma e outra vez insisites que eu sou isto, que eu nunca faço o que queres, como se de há quatro anos para cá fosse eu sozinha a ditar as regras deste jogo.
Ferida.
Tenho gravadas em mim desilusões que nunca superei. Histórias que me feriram fundo e que eu pensava poder passar por cima, mas não deu. Não dá. Há coisas que não se esquecem. Esta é mais uma delas. Mais uma que me atiras à cara. Consegues relativizar tudo, diminuir tudo a alguma coisa que achas que eu tenho de mal, um defeito.
Chegas aqui com essas histórias que não me dizem nada, toda a gente faz e nós também devíamos fazer, toda a gente vai e nós também devíamos ir. Há coisas que toda a gente faz e tu não fazes, coisas com que toda a gente se importa e tu nem aí, coisas que me preocupam e que tu dizes que estás a tratar disso para daqui a uns anos... E essas coisas? E as coisas que eu acho importantes? Não te interessa falar disso, dessas coisas. Adias tudo para daqui a uns anos. Já não sei se temos esse tempo todo...
quinta-feira, abril 26
Damaged
É assim que me apetece estar. Sentada numa cadeira a olhar para o vazio. À procura de alguma coisa que me chame a atenção, que me desperte para outra realidade. Hoje cheguei ao escritório e percebi que dentro de uma semana seria uma das 5 pessoas mais antigas daquela casa. É tudo tão estranho... Continuo ainda com mais força para continuar e fazer o meu trabalho melhor do que nunca, agora que ele é mais preciso do que nunca.
Não posso deixar, contudo, de comparar situações, embora não tenham muito em comum. Quando o jornal A Capital estava prestes a fechar o único a abandonar o barco foi o Director. A redacção, os jornalistas, nós permanecemos ali até ao último dia. Bem depois do último dia, aliás. Depois da última edição ainda marcávamos cafés, ainda dávamos um pulo à minuscula sala de café e sentíamos aquele vazio e aquele silêncio entranharem-se na pele, e doía. Custou-nos muito a aceitar que aquilo era o fim, a abandonar o barco quando ele já não existia e estávamos todos a pôr os coletes salva-vidas o mais depressa possível para não ir ao fundo.
Aqui a crise não é a falta de dinheiro, a falta de clientes, mas a saída de grande parte dos colaboradores com mais experiência. Assim uns a seguir aos outros como se fosse agora ou nunca, "se tu vais eu também não fico" e assim sucessivamente. É claro que não é perfeito, nada é perfeito, mas será que numa altura destas não se deve dar uma segunda oportunidade? Eu estava no desemprego quando me deram a mão e me ensinaram tudo o que eu sei hoje. São coincidências apenas, certamente, mas que não se repetem muitas vezes.
Seguir em frente é o que devemos fazer. De uma maneira ou de outra, é bom saber que temos um sítio onde precisam de nós amanhã...
quarta-feira, abril 25
Inesita
Dois dias depois nova saída. Desta vez a minha querida Inesita. Que não merercia a maneira como as coisas aconteceram. Ela que é certamente a pessoa mais correcta e honesta que eu alguma vez conheci e que era incapaz de fazer o que quer que fosse para prejudicar alguém.
Ontem foi um daqueles dias que passaram por mim sem que eu conseguisse encontrar um lugar para o viver. Inquieta, revoltada, triste, assisti à partida de uma amiga que entrou comigo neste barco há mais de um ano atrás sem saber o que esperar desta nova aventura. Vínhamos as duas com o jornalismo entalado na garganta. Desiludidas por estarmos a mudar de rumo sem saber se era mesmo aquilo que queríamos. A medo, mas com muita coragem, seguímos em frente. Ficámos conhecidas como siamesas. Mas nunca ví isso como uma coisa má. Eu sabia que podia contar contigo e tu sabias que podias contar comigo e era só isso. Mas era isso, é ainda isso, que muitos não entendem, uma amizade sem interesses. Os nossos almoços a correr, as nossas cafezadas na Alameda, a festa que fazíamos quando conseguíamos uma Tv num evento qualquer. Tu rias sempre quando eu desligava o telefone e abanava os braços, queria apenas dizer que tinha mais uma confirmação para o evento. São apenas algumas das coisas que vou lembrar com carinho.
Sei que vais ficar bem. Que este é um ano de mudanças na tua vida, esta é apenas mais uma a que te vais adaptar facilmente, tenho a certeza, just have a little patience :).
E eu vou estar deste lado como sempre para continuarmos a partilhar os nossos pequenos mundos. E isso nunca vai mudar...
Marcamos então aquela almoçarada?
Um beijinho grande e até já...
Ontem foi um daqueles dias que passaram por mim sem que eu conseguisse encontrar um lugar para o viver. Inquieta, revoltada, triste, assisti à partida de uma amiga que entrou comigo neste barco há mais de um ano atrás sem saber o que esperar desta nova aventura. Vínhamos as duas com o jornalismo entalado na garganta. Desiludidas por estarmos a mudar de rumo sem saber se era mesmo aquilo que queríamos. A medo, mas com muita coragem, seguímos em frente. Ficámos conhecidas como siamesas. Mas nunca ví isso como uma coisa má. Eu sabia que podia contar contigo e tu sabias que podias contar comigo e era só isso. Mas era isso, é ainda isso, que muitos não entendem, uma amizade sem interesses. Os nossos almoços a correr, as nossas cafezadas na Alameda, a festa que fazíamos quando conseguíamos uma Tv num evento qualquer. Tu rias sempre quando eu desligava o telefone e abanava os braços, queria apenas dizer que tinha mais uma confirmação para o evento. São apenas algumas das coisas que vou lembrar com carinho.
Sei que vais ficar bem. Que este é um ano de mudanças na tua vida, esta é apenas mais uma a que te vais adaptar facilmente, tenho a certeza, just have a little patience :).
E eu vou estar deste lado como sempre para continuarmos a partilhar os nossos pequenos mundos. E isso nunca vai mudar...
Marcamos então aquela almoçarada?
Um beijinho grande e até já...
sábado, abril 21
A Alegria do Tejo
Ela era uma daquelas pessoas que se conhecem pelas circunstâncias da profissão. Sim, o nome Alegria não me era estranho. Já tinha ouvido a voz e o riso dela do outro lado do telefone a perguntar-me se eu ia estar presente num evento qualquer...
Entrou no open space e encontrou os mesmos amigos de sempre, que tinha deixado há uns anos e também outras caras que cedo conquistou.
Não houve um unico dia em que a agência não tivesse parado para rir contigo. A tua simplicidade e sinceridade conquistou-me no dia em que partilhámos um pouco mais das nossas vidas, do que sentimos cá dentro. Do que nem está definido para nós, mas que precisamos de partilhar com alguém. E assim nasce uma amizade.
Hoje é o dia em que perdemos a tua companhia diariamente. Tentámos prolongá-lo ao máximo mas não deu para esticar mais as horas. Não, não é uma despedida e não, não chores que já chega... É um até já, uma até ao passeio prometido na tua canoa.
Para nós a Alegria serás sempre tu...
Sê feliz!
Entrou no open space e encontrou os mesmos amigos de sempre, que tinha deixado há uns anos e também outras caras que cedo conquistou.
Não houve um unico dia em que a agência não tivesse parado para rir contigo. A tua simplicidade e sinceridade conquistou-me no dia em que partilhámos um pouco mais das nossas vidas, do que sentimos cá dentro. Do que nem está definido para nós, mas que precisamos de partilhar com alguém. E assim nasce uma amizade.
Hoje é o dia em que perdemos a tua companhia diariamente. Tentámos prolongá-lo ao máximo mas não deu para esticar mais as horas. Não, não é uma despedida e não, não chores que já chega... É um até já, uma até ao passeio prometido na tua canoa.
Para nós a Alegria serás sempre tu...
Sê feliz!
segunda-feira, abril 2
Hoje 2
O que é que fazemos quando julgamos viver histórias que não são nossas? Quando lutamos durante anos para depois nos apercebemos que não é nada disto que queremos? Pensámos que seria diferente e afinal é assim e é tudo o que tens. O que fazes? Segues em frente? Recuas. Continuas a fingir que está tudo bem, que a vida é perfeita até...
quarta-feira, março 14
Hoje
Hoje estou assim de bem com a vida.
O dia correu-me bem. A única coisa que tenho feito nos ultimos dias é ir a reuniões e marcar outras reuniões. Os projectos começam a aparecer uns a seguir aos outros, como que a conspirarem para me cairem em cima dos ombros todos na mesma altura. Mas venham eles que cá estou eu.
Neste final de dia nada melhor do que um pijama quentinho, uma fatia de bolo de chocolate, uma chávena de café a fumegar e uma bela banda sonora: o novo dos Arcade Fire "Neon Bible", simplesmente fantástico.
E o House começa já daqui a pouco mais de uma hora...
O dia correu-me bem. A única coisa que tenho feito nos ultimos dias é ir a reuniões e marcar outras reuniões. Os projectos começam a aparecer uns a seguir aos outros, como que a conspirarem para me cairem em cima dos ombros todos na mesma altura. Mas venham eles que cá estou eu.
Neste final de dia nada melhor do que um pijama quentinho, uma fatia de bolo de chocolate, uma chávena de café a fumegar e uma bela banda sonora: o novo dos Arcade Fire "Neon Bible", simplesmente fantástico.
E o House começa já daqui a pouco mais de uma hora...
quarta-feira, março 7
Os americanos não são estúpidos...ou são?
É mais uma pérola que se encontra no Youtube. Perguntem a uma americano onde é foi construído o muro de Berlim? E ele demora dez minutos a dar a resposta "No Irão"!
quinta-feira, março 1
Assessores
A Grande Entrevista da Judite de Sousa está cada vez mais interessante.
O Presidente da Camara de Lisboa, Carmona Rodrigues acabou de confessar que só ele tem 20 assessores e que permitiu aos vereadores da oposição terem também eles assessores pois diz que para fazer oposição é preciso ter condições para fazer um trabalho construtivo.
Todos sabemos que há pessoas que não fazem nadinha na vida, mas para que raio quer o homem 20 assessores? Só se for para esconder os escândalos que ainda estão para vir...
O Presidente da Camara de Lisboa, Carmona Rodrigues acabou de confessar que só ele tem 20 assessores e que permitiu aos vereadores da oposição terem também eles assessores pois diz que para fazer oposição é preciso ter condições para fazer um trabalho construtivo.
Todos sabemos que há pessoas que não fazem nadinha na vida, mas para que raio quer o homem 20 assessores? Só se for para esconder os escândalos que ainda estão para vir...
segunda-feira, fevereiro 26
O amor: mito ou realidade?
E primeiro lugar vamos esquecer aquelas babuseiras todas de poeta de que o amor é fogo que arde sem se ver e ferida que dói e não se sente. Falando a serio o que é o amor?
Quando dizermos "Amo-te" o que é que isso quer dizer exactamente? Que achamos que aquela é a pessoa que queremos ao nosso lado no bem e no mal, na saúde e na tristeza? Que acreditamos que com aquela pessoa a vida será melhor, conseguiremos ultrapassar todos os obstáculos e mantermo-nos juntos para o sempre da nossa existência?
Digam-me, alguém acredita mesmo nisso? Alguém acredita profundamente em todos os votos e juras de amor que faz?
Eu tenho que ser muito sincera, eu tenho dúvidas. Acho que uma decisão como o casamento se deve basear em evidências e não em certezas. Conhecemos uma pessoa, passamos bons e maus momentos com ela, conhecemos a família e toda a mobília que faz parte da sua vida e, se tudo correr bem durante algum tempo, se tudo correr bem até sentirmos que estamos a ficar velhos e que nos aproximamos vertiginosamente dos trinta a passos largos e corremos serios riscos de nunca mais encontrar ninguém, está na hora e tomamos uma decisão. Das duas uma:
- hipótese A: continuamos com a nossa vidinha de solteirões, independência é a palavra de ordem, queremos uma relação amorosa mas nada de grandes compromissos e arriscamos num "vamos namorando até...";
- hipótese B: começamos a preparar o casamento sem nos darmos conta. Começamos a pensar comprar casa em cnjunto. Compramos a casa. Começamos a ver quintas para o casamento, vestidos de noiva, o fotógrafo, os convites. Sem nos apercebermos já estamos a entrar por uma qualquer igreja, todas as pessoas a sorrirem e nós a não querermos pensar no resto. Aquele tem que ser o dia mais feliz das nossas vidas. Antes de anoitecer já estamos casados, de aliança no dedo, já comemos o bolo, tiramos 3000 fotografias, ouvimos parabéns durante o dia todo, doem-nos os maxilares de tanto sorrir para o fotógrafo.
Como e quando é que se tem a certeza de que queremos casar com aquela pessoa? Alguém tem a certeza quando diz o sim? Eu tenho cá para mim que prefiro basear-me em evidências.
E no meio de tudo isto o que é o amor? A que é que se resume o amor? Será o amor mesmo para toda a vida ou isso é uma daquelas falsas verdades na qual precisamos de acreditar para que conceitos como o casamento, família, façam sentido?
Quando dizermos "Amo-te" o que é que isso quer dizer exactamente? Que achamos que aquela é a pessoa que queremos ao nosso lado no bem e no mal, na saúde e na tristeza? Que acreditamos que com aquela pessoa a vida será melhor, conseguiremos ultrapassar todos os obstáculos e mantermo-nos juntos para o sempre da nossa existência?
Digam-me, alguém acredita mesmo nisso? Alguém acredita profundamente em todos os votos e juras de amor que faz?
Eu tenho que ser muito sincera, eu tenho dúvidas. Acho que uma decisão como o casamento se deve basear em evidências e não em certezas. Conhecemos uma pessoa, passamos bons e maus momentos com ela, conhecemos a família e toda a mobília que faz parte da sua vida e, se tudo correr bem durante algum tempo, se tudo correr bem até sentirmos que estamos a ficar velhos e que nos aproximamos vertiginosamente dos trinta a passos largos e corremos serios riscos de nunca mais encontrar ninguém, está na hora e tomamos uma decisão. Das duas uma:
- hipótese A: continuamos com a nossa vidinha de solteirões, independência é a palavra de ordem, queremos uma relação amorosa mas nada de grandes compromissos e arriscamos num "vamos namorando até...";
- hipótese B: começamos a preparar o casamento sem nos darmos conta. Começamos a pensar comprar casa em cnjunto. Compramos a casa. Começamos a ver quintas para o casamento, vestidos de noiva, o fotógrafo, os convites. Sem nos apercebermos já estamos a entrar por uma qualquer igreja, todas as pessoas a sorrirem e nós a não querermos pensar no resto. Aquele tem que ser o dia mais feliz das nossas vidas. Antes de anoitecer já estamos casados, de aliança no dedo, já comemos o bolo, tiramos 3000 fotografias, ouvimos parabéns durante o dia todo, doem-nos os maxilares de tanto sorrir para o fotógrafo.
Como e quando é que se tem a certeza de que queremos casar com aquela pessoa? Alguém tem a certeza quando diz o sim? Eu tenho cá para mim que prefiro basear-me em evidências.
E no meio de tudo isto o que é o amor? A que é que se resume o amor? Será o amor mesmo para toda a vida ou isso é uma daquelas falsas verdades na qual precisamos de acreditar para que conceitos como o casamento, família, façam sentido?
segunda-feira, fevereiro 19
Mais do mesmo
Eu sabia que isto ia voltar tudo ao mesmo... Volta sempre.
E eu não me sinto bem com isso. E mais cedo ou mais tarde isto não vai correr bem, eu sei que não...
E um grande momento por que todos esperavam... os Papas na Língua! Até que a música não é má...
E eu não me sinto bem com isso. E mais cedo ou mais tarde isto não vai correr bem, eu sei que não...
E um grande momento por que todos esperavam... os Papas na Língua! Até que a música não é má...
quarta-feira, fevereiro 7
segunda-feira, janeiro 29
problemas em grupo
Quando pensamos que só nós estamos com problemas e começamos a falar um bocadinho mais com outros apercebemo-nos de que não somos os únicos. Afinal, há problemas para todos os gostos no que diz respeito a relações amorosas. Um queixam-se que não conseguem encontrar ninguém que valha a pena. Anos e anos de relações breves que não levam a lado nenhum. Outros juntam os trapinhos para ver se resulta. Ao menos sempre se poupa uma renda.
Outros estão casados e continuam a pensar que não estão. Levam a vida como se fossem só um em vez de dois. Também há os que estão a pensar em casar, e que ainda não têm problemas.
E depois há os outros que não sabem o que querem. Que namoram há anos. Que gostam um do outro e que chegam a um ponto em que isso não é suficiente. É nesse grupo que eu me incluo. Sabem quando sentem que é aquilo que vocês querem mas no fundo no fundo têm medo por não saberem onde é que aquilo vos pode levar? Será que se dá o passo seguinte? Será que se recua para ganhar tempo?
Eu acho que há sempre uma altura destas na vida de toda a gente. Mais cedo ou mais tarde as perguntas começam a cair do céu. As dúvidas começam a aparecer a cada movimento partilhado e, de um momento para o outro, não sabemos onde estamos, para onde queremos ir, se tudo vale a pena. Depois dessa fase, das duas uma, ou se segue em frente ou se muda de grupo....
Outros estão casados e continuam a pensar que não estão. Levam a vida como se fossem só um em vez de dois. Também há os que estão a pensar em casar, e que ainda não têm problemas.
E depois há os outros que não sabem o que querem. Que namoram há anos. Que gostam um do outro e que chegam a um ponto em que isso não é suficiente. É nesse grupo que eu me incluo. Sabem quando sentem que é aquilo que vocês querem mas no fundo no fundo têm medo por não saberem onde é que aquilo vos pode levar? Será que se dá o passo seguinte? Será que se recua para ganhar tempo?
Eu acho que há sempre uma altura destas na vida de toda a gente. Mais cedo ou mais tarde as perguntas começam a cair do céu. As dúvidas começam a aparecer a cada movimento partilhado e, de um momento para o outro, não sabemos onde estamos, para onde queremos ir, se tudo vale a pena. Depois dessa fase, das duas uma, ou se segue em frente ou se muda de grupo....
terça-feira, janeiro 23
Um dia qualquer de Janeiro
Mais uma noite pela frente. Tenho pelo menos mais três horas do dia 23 de Janeiro de 2007 para aproveitar e não sei que raio fazer com elas. Nos últimos dias a minha vida tem sido uma porcaria. Sinto-me assim desorientada, completamente. Vim de férias a pensar que ia continuar com o trabalho árduo, quase sem tempo para respirar. Enganei-me. O ano está a começar ainda a meio gás. Durante todo o dia de hoje dei resposta a um outro e-mail, fiz um ou outro telefonema, fiz um press release. And it was it... Saí a horas. Vim para casa, fiz o jantar, tomei banho, vesti o pijama e cá estou eu a passar tempo.
Estou sozinha mais uma vez. Prolonguei o jantar só para falar um bocadinho com a minha colega de casa que hoje recebeu a visita do namorado para jantar. Há lá coisa mais deprimentes do que jantar a três quando duas das pessoas na mesa são namorados que não se veêm há três meses? Eu devo merecer. Eu mereço. Sempre disse que não me importava de estar sozinha, que adorava o silêncio, que sempre tive alma de solitária. A caminho dos 26 a coisa muda um bocadinho de figura....
Cada vez que olho para a televisão fico ainda mais deprimida. Não só pela falta de qualidade dos programas dos 56 canais que tenho disponíveis como também pelo facto do meu aparelho me ter brindado com mais uma das suas. Primeiro cegou-me, privando-me da imagem. E agora, não dá som. Tenho o volume no máximo e só consigo perceber uma palavra em cada 100. Para agravar a situação está um frio do caraças e o meu termoventilador resolveu desligar-se de 10 em 10 minutos, o que deveria acontecer se a temperatura estivesse muito elevada, o que, garanto, não é o caso.
Vou ficar por aqui antes que me lembre de mais coisas deprimentes para dizer. Tipo, comprei hoje umas calças e só quando cheguei a casa reparei que têm um buraco de pelo menos 2 cm num dos bolsos. Como é que eu não reparei na altura! Descobri mais um risco no meu carro. Mais um a juntar aos outros 300. O carro tem 3 meses! Não fui ao ginásio porque o Sr. do Círculo de Leitores disse que viria cá hoje e afinal não pôs cá os pés. Estou capaz de lhe roubar a bolsinha onde ele enfia os meus euros e os euros dos outros, a quem rouba descaradamente as economias, da próxima vez que me tocar à campainha. O meu namorado faz anos amanhã e ainda não lhe comprei nada. Pior, nem sei se vai estar acordado amanhã para podermos, pelo menos, jantar fora. Há dois meses que dorme durante o dia e trabalha à noite. Parece um zombie. Consigo manter uma conversa com ele durante 1 hora antes que caia de sono.
Ora, já só faltam mais duas horas e meia até começar a contagem decrescente para mais um dia qualquer de Janeiro...oh joy!
segunda-feira, janeiro 22
Será que nada, nunca é perfeito?
Todos temos os nossos problemas. O ser humano é um bicho insatisfeito por natureza. E, por muito que diga que não, está sempre a olhar para o vizinho para ver se a vida que leva é melhor do que a dele.
Impossível ser diferente.
Desde pequenos que nos vemos confrontados com a partilha, de atenção dos pais, dos brinquedos com os irmãos e com os primos. Depois vem a competição. Na escola queremos sempre ser melhores, ter mais atenção dos professores, dar mais nas vistas, sermos mais giras do que a outra barbie que tem os rapazes da turma todos atrás dela. Entrar no grupo.
Mais tarde vemo-nos obrigados a competir, outra vez, por uma vaga numa universidade. Por uma porcaria de décimas ficam de fora uns, para outros tomarem os seus lugares num curso que lhes vai traçar uma profissão. Se bem que hoje em dia já nem isso temos como certo. A profissão surge-nos um pouco por acaso, é o que houver para fazer e onde se ganhar mais dinheiro.
À procura de emprego competimos com milhares na mesma situação. No emprego queremos sempre dar o nosso melhor para sermos reconhecidos, para ganharmos mais, para sermos promovidos, para ganharmos ainda mais. Para nos sentirmos realizados.
E nunca estamos bem, queremos sempre mais, queremos chegar onde o outro está. Queremos ouvir que somos bons no que fazemos. Queremos pensar que temos uma boa vida. Queremos que os outros pensem que temos uma boa vida. Pensar apenas. Porque no fundo, nunca nada vai ser perfeito. Há sempre mais um degrau para subir...
No amor é a mesma coisa. Fazemos de tudo para conquistar aquela pessoa que achamos que é a outra metade da laranja, perdemos meses, anos a tentar mudá-la, trazê-la para nós. Competimos por ela. Não dormimos por ela. Inventamos mil estratégias para nos cruzarmos com ela, para estarmos perto, para impôr, discretamente, a nossa presença. E pensamos que conseguimos, tudo está bem até que... aparece outra pessoa, vinda não sabemos de onde, não percebemos porquê, como aquilo aconteceu. E muda tudo. Transformamo-nos. Tudo em vão. Estamos de rastos, mas seguimos em frente, partimos para outra.
No fundo, não mudou nada, mas nós queremos acreditar que sim. Precisamos acreditar que é melhor assim, que não era aquilo, não, aquilo não era nada comparado com isto, agora...
Quando realmente conseguimos conquistar alguém, e nos deixamos conquistar, a vida troca-nos as voltas. Deixa-nos assim sem objectivo. Perdidos em dias comuns sem saber muito bem o que fazer com eles. Com um troféu que polimos de vez em quando e depois deixamos na prateleira para nos lembrar que está lá para quando precisamos dele. Não lhe damos o valor devido, porque ele está sempre ali. E só quando alguém o muda de sítio é que sentimos a sua falta. E saudades dos dias comuns que nunca mais o foram e do tempo em que fazer nada era uma rotina agradável...
Será que nada, nunca é perfeito?
Impossível ser diferente.
Desde pequenos que nos vemos confrontados com a partilha, de atenção dos pais, dos brinquedos com os irmãos e com os primos. Depois vem a competição. Na escola queremos sempre ser melhores, ter mais atenção dos professores, dar mais nas vistas, sermos mais giras do que a outra barbie que tem os rapazes da turma todos atrás dela. Entrar no grupo.
Mais tarde vemo-nos obrigados a competir, outra vez, por uma vaga numa universidade. Por uma porcaria de décimas ficam de fora uns, para outros tomarem os seus lugares num curso que lhes vai traçar uma profissão. Se bem que hoje em dia já nem isso temos como certo. A profissão surge-nos um pouco por acaso, é o que houver para fazer e onde se ganhar mais dinheiro.
À procura de emprego competimos com milhares na mesma situação. No emprego queremos sempre dar o nosso melhor para sermos reconhecidos, para ganharmos mais, para sermos promovidos, para ganharmos ainda mais. Para nos sentirmos realizados.
E nunca estamos bem, queremos sempre mais, queremos chegar onde o outro está. Queremos ouvir que somos bons no que fazemos. Queremos pensar que temos uma boa vida. Queremos que os outros pensem que temos uma boa vida. Pensar apenas. Porque no fundo, nunca nada vai ser perfeito. Há sempre mais um degrau para subir...
No amor é a mesma coisa. Fazemos de tudo para conquistar aquela pessoa que achamos que é a outra metade da laranja, perdemos meses, anos a tentar mudá-la, trazê-la para nós. Competimos por ela. Não dormimos por ela. Inventamos mil estratégias para nos cruzarmos com ela, para estarmos perto, para impôr, discretamente, a nossa presença. E pensamos que conseguimos, tudo está bem até que... aparece outra pessoa, vinda não sabemos de onde, não percebemos porquê, como aquilo aconteceu. E muda tudo. Transformamo-nos. Tudo em vão. Estamos de rastos, mas seguimos em frente, partimos para outra.
No fundo, não mudou nada, mas nós queremos acreditar que sim. Precisamos acreditar que é melhor assim, que não era aquilo, não, aquilo não era nada comparado com isto, agora...
Quando realmente conseguimos conquistar alguém, e nos deixamos conquistar, a vida troca-nos as voltas. Deixa-nos assim sem objectivo. Perdidos em dias comuns sem saber muito bem o que fazer com eles. Com um troféu que polimos de vez em quando e depois deixamos na prateleira para nos lembrar que está lá para quando precisamos dele. Não lhe damos o valor devido, porque ele está sempre ali. E só quando alguém o muda de sítio é que sentimos a sua falta. E saudades dos dias comuns que nunca mais o foram e do tempo em que fazer nada era uma rotina agradável...
Será que nada, nunca é perfeito?
sábado, janeiro 20
O álbum do dia
Passei horas na Fnac à descoberta de novas sonoridades.
Sou fã numero um daquele sistema que nos permite ouvir o CD inteirinho antes de o comprarmos. Confesso que apesar de ter um leitor de mp3 faz-me confusão estar muito tempo sem comprar um álbum qualquer. De manhã, enquanto arrumava o quarto dei-me conta que há muito não enriquecia a minha estante de CDs.
Acabei por trazer, Cold Roses do Ryan Adams.
Fica uma amostra da minha preferida.... How Do You Keep Love Alive?
segunda-feira, janeiro 15
Mudamos
Há alturas na nossa vida em que o passado nos salta para o presente e nos faz desejar voltar atrás, viver tudo outra vez, fazer perdurar aqueles momentos no tempo para que não nos fujam outra vez. Parece que ficamos estúpidos por um momento, que só nos lembramos dos aspectos positivos, esquecemos tudo o resto, o quanto nos faltava viver, o que tinhamos pela frente. E é então que nos damos conta de que o passado é passado. Damo-nos conta que mudamos de cidade, de amigos, de vida. Crescemos. Deixamos a vida diária da boémia para trás. Somos outras pessoas. Trabalhamos. Temos horários. Fingimos perceber de tudo, fingimos estar seguros de cada palavra que dizemos. Nunca temos dúvidas à frente dos outros. Somos seguros de nós, do presente e do futuro.
Percebemos que repetir a cidade, as vivências, as pessoas seria um erro. Porque há um tempo para tudo e o tempo para ser o que fui já passou...
Percebemos que repetir a cidade, as vivências, as pessoas seria um erro. Porque há um tempo para tudo e o tempo para ser o que fui já passou...
quinta-feira, janeiro 11
Sobre a minha decisão
Amanhã o ano começa para mim.
Ontem respirei fundo e lá fui eu tentar a minha sorte. Arriscar. Vim para casa com a sensação de dever cumprido mas com a certeza de que eu não queria nada daquilo, não queria estar naquela situação, não queria estar assim à prova, à espera que outros decidissem o que fazer comigo: Fica? Vai?, para depois eu começar de novo.
Eu fiquei. Mas não como dantes. Com mais raizes, com mais certezas. Com ainda mais vontade de seguir frente. De enfrentar o que está ainda para vir. E de ser bem sucedida. Menos uma coisa para decidir...e esta era grande e pesada...
Depois de uma manhã ainda confusa decidi ir aos saldos na minha hora de almoço e fiquei desiludida. O mulherio continua doido com a descida de preços, é inevitável. O que também é inevitável nestas alturas é comprar coisas de que não gostamos assim tanto só porque são baratas. E eu só consigo gostar daquilo que eles chamam nova colecção mas que no fundo é roupa igual à que está em saldos só que é mais cara, mais bonita e está na única parte da loja em que a arrumação nos permite seleccionar alguma coisa para trazer connosco para casa. E lá se vai o barato...
Agora estou em casa. Fiz um esparguete a bolonhesa delicioso para o jantar, quando menos me esforço melhor me saio na cozinha. Tenho um Checo com 1.90m, morenaço e de olhos azuis ea andar pelo corredor. Um amigo da amiga que veio cá passar uns dias e dormir no quarto ao lado. "Conta-me histórias...." O rapaz ainda por cima é giro que se farta. Ando sempre à escuta para que ele não me apanhe de robe no corredor...
É engraçado que quando não tenho coisas pendentes, chatices, trabalho pelos cabelos, esta casa quase me parece perfeita. Tudo me parece quase perfeito. Não fosse estares tu do outro lado da cidade agarrado a um computador...
Ontem respirei fundo e lá fui eu tentar a minha sorte. Arriscar. Vim para casa com a sensação de dever cumprido mas com a certeza de que eu não queria nada daquilo, não queria estar naquela situação, não queria estar assim à prova, à espera que outros decidissem o que fazer comigo: Fica? Vai?, para depois eu começar de novo.
Eu fiquei. Mas não como dantes. Com mais raizes, com mais certezas. Com ainda mais vontade de seguir frente. De enfrentar o que está ainda para vir. E de ser bem sucedida. Menos uma coisa para decidir...e esta era grande e pesada...
Depois de uma manhã ainda confusa decidi ir aos saldos na minha hora de almoço e fiquei desiludida. O mulherio continua doido com a descida de preços, é inevitável. O que também é inevitável nestas alturas é comprar coisas de que não gostamos assim tanto só porque são baratas. E eu só consigo gostar daquilo que eles chamam nova colecção mas que no fundo é roupa igual à que está em saldos só que é mais cara, mais bonita e está na única parte da loja em que a arrumação nos permite seleccionar alguma coisa para trazer connosco para casa. E lá se vai o barato...
Agora estou em casa. Fiz um esparguete a bolonhesa delicioso para o jantar, quando menos me esforço melhor me saio na cozinha. Tenho um Checo com 1.90m, morenaço e de olhos azuis ea andar pelo corredor. Um amigo da amiga que veio cá passar uns dias e dormir no quarto ao lado. "Conta-me histórias...." O rapaz ainda por cima é giro que se farta. Ando sempre à escuta para que ele não me apanhe de robe no corredor...
É engraçado que quando não tenho coisas pendentes, chatices, trabalho pelos cabelos, esta casa quase me parece perfeita. Tudo me parece quase perfeito. Não fosse estares tu do outro lado da cidade agarrado a um computador...
quarta-feira, janeiro 10
Sobre a minha dificulade em decidir parte III
E pronto, as cartas estão em cima da mesa.
O jogo segue dentro de momentos...
O jogo segue dentro de momentos...
terça-feira, janeiro 9
A picture of us...
Tenho tantas saudades de quando me tirávas fotografias sem parar. Quando achávamos piada a este papel de parede horrível, à luz do quarto, e pedias para me fingir de distraída para que tu pudesses apanhar-me assim desprevenida no meu melhor momento. E conseguias sempre... nem pareço eu em algumas destas imagens, de tanta magia e alma que consegues reunir num pedaço de tempo. Eu gostava tanto... fingia-me de modelo. Ficávamos ainda mais tempo a ver o resultado. Uma após outra passávamos as fotos em revista e punhamos defeitos na luz, na má focagem, na máquina, escolhíamos as melhores. Gravadas na memória.
Deu-me para isto hoje....
Sempre me conseguiste ver de uma maneira diferente, porque me conheceste primeiro pelas palavras e só depois pelos traços do rosto e do corpo. E conseguias sempre capturar aquele brilho no olhar, aquele sorriso, aquela luz que eu desconhecia ter.
E acho que é porque nunca acreditamos em nada, que não nos momentos em que estávamos juntos, que gostávamos tanto de tirar fotografias um ao outro. E eu tenho saudades tuas...
De um momento para o outro deixamo-nos envolver pelo trabalho. Esse bicho cheio de tentáculos que nos vai puxando e prendendo e absorvendo e sugando os melhores momentos até que eles passam também a ser rotinas. Um jantar. No mesmo restaurante. Uma ida ao cinema. Outro filme, a mesma sala. Uma ida às compras. Outro shopping, as mesmas lojas. Um passeio na Baixa. Uma tarde é o que temos para nós.
Deixamos a máquina em casa, já conhecemos bem a cidade. Mas o trabalho vai connosco. Está ali entre nós, nas conversas, no pensamento, nos minutos que passam tic tac e lá se foi mais um fim-de-semana, mais uma semana, mais projectos, clientes, desafios, coisas que se fazem porque ainda somos novos e tal, porque há outros que querem o nosso lugar. As nossas insónias, as nossas directas em frente a um computador, o nosso cansaço, o nosso stress, os nossos projectos, os nossos clientes, o nosso chefe, o nosso trabalho, as nossas rotinas e o nosso salário ao fim do mês...
Tenho a tua máquina aqui ao lado e queria ressuscitar hoje aqueles noites de poses e risos... Vens?
Deu-me para isto hoje....
Sempre me conseguiste ver de uma maneira diferente, porque me conheceste primeiro pelas palavras e só depois pelos traços do rosto e do corpo. E conseguias sempre capturar aquele brilho no olhar, aquele sorriso, aquela luz que eu desconhecia ter.
E acho que é porque nunca acreditamos em nada, que não nos momentos em que estávamos juntos, que gostávamos tanto de tirar fotografias um ao outro. E eu tenho saudades tuas...
De um momento para o outro deixamo-nos envolver pelo trabalho. Esse bicho cheio de tentáculos que nos vai puxando e prendendo e absorvendo e sugando os melhores momentos até que eles passam também a ser rotinas. Um jantar. No mesmo restaurante. Uma ida ao cinema. Outro filme, a mesma sala. Uma ida às compras. Outro shopping, as mesmas lojas. Um passeio na Baixa. Uma tarde é o que temos para nós.
Deixamos a máquina em casa, já conhecemos bem a cidade. Mas o trabalho vai connosco. Está ali entre nós, nas conversas, no pensamento, nos minutos que passam tic tac e lá se foi mais um fim-de-semana, mais uma semana, mais projectos, clientes, desafios, coisas que se fazem porque ainda somos novos e tal, porque há outros que querem o nosso lugar. As nossas insónias, as nossas directas em frente a um computador, o nosso cansaço, o nosso stress, os nossos projectos, os nossos clientes, o nosso chefe, o nosso trabalho, as nossas rotinas e o nosso salário ao fim do mês...
Tenho a tua máquina aqui ao lado e queria ressuscitar hoje aqueles noites de poses e risos... Vens?
PS: tinha que pôr esta musica a tocar...
segunda-feira, janeiro 8
Sobre a minha dificuldade em decidir parte II
Quando a decisão está quase tomada, chega uma segunda-feira para estragar tudo.
Voltei ao ponto zero. Os pratos da balança estão novamente equilibrados. E a minha decisão
Preciso de um cartomante ou de um tarólogo qualquer que me ajude a ver a luz no fundo do tunel... Help!
Voltei ao ponto zero. Os pratos da balança estão novamente equilibrados. E a minha decisão
Preciso de um cartomante ou de um tarólogo qualquer que me ajude a ver a luz no fundo do tunel... Help!
domingo, janeiro 7
Sobre a minha dificuldade em decidir....
A minha pior característica é a indecisão. Não é só uma característica, é um defeito assumido!
Eu simplesmente não consigo decidir nada, tento sempre adiar ao máximo para ver se a coisa se resolve sem eu ter que optar.
E isto acontece-me nas mais variadas situações. Quando ando às compras: gosto de uma camisola, mas não sei qual a cor que prefiro, gosto de uns sapatos mas não os compro antes de fazer uma visitinha a outras lojas, não vá eu encontrar uns mais giros, e só depois de as correr todas é que decido. Não sei o que fazer para o almoço, tiro tudo o que tenho no frigorífico e às vezes fico-me apenas pela sopa que já está feita e é só aquecer.
E eis que estou perante uma situação em que tenho que decidir que rumo tomar. É uma daquelas coisas que nós sempre desejámos mas que nos cai no colo quando menos esperamos. Uma proposta que não é perfeita, mas seria irrecusável desde logo, não fosse a lista de prós e contras que já comecei a colocar num e noutro dos pratos da balança.
Outra minha dificuldade é a mudança (agora os defeitos vêm todos em cadeia!), que por sua vez está ligada à indecisão. Estou sempre muito segura num local que já conheço e isto de mudar de poiso faz-me confusão. Não é a adaptação, é a antecipação da mesma, a certeza de que vou mudar, aquele momento imediatamente antes da mudança acontecer efectivamente, dá para perceber?
Isto deve resolver-se de alguma maneira não sei.... Por enquanto a única coisa que eu sei é que não sei o que fazer. Vou estar insuportável durante os próximos dias....
Eu simplesmente não consigo decidir nada, tento sempre adiar ao máximo para ver se a coisa se resolve sem eu ter que optar.
E isto acontece-me nas mais variadas situações. Quando ando às compras: gosto de uma camisola, mas não sei qual a cor que prefiro, gosto de uns sapatos mas não os compro antes de fazer uma visitinha a outras lojas, não vá eu encontrar uns mais giros, e só depois de as correr todas é que decido. Não sei o que fazer para o almoço, tiro tudo o que tenho no frigorífico e às vezes fico-me apenas pela sopa que já está feita e é só aquecer.
E eis que estou perante uma situação em que tenho que decidir que rumo tomar. É uma daquelas coisas que nós sempre desejámos mas que nos cai no colo quando menos esperamos. Uma proposta que não é perfeita, mas seria irrecusável desde logo, não fosse a lista de prós e contras que já comecei a colocar num e noutro dos pratos da balança.
Outra minha dificuldade é a mudança (agora os defeitos vêm todos em cadeia!), que por sua vez está ligada à indecisão. Estou sempre muito segura num local que já conheço e isto de mudar de poiso faz-me confusão. Não é a adaptação, é a antecipação da mesma, a certeza de que vou mudar, aquele momento imediatamente antes da mudança acontecer efectivamente, dá para perceber?
Isto deve resolver-se de alguma maneira não sei.... Por enquanto a única coisa que eu sei é que não sei o que fazer. Vou estar insuportável durante os próximos dias....
quinta-feira, janeiro 4
2007
Et voilá... já se foi 2006. Um ano positivo, eu diria. Não aconteceu assim nada de extraordinário na minha vida, mas tive sempre sáude, consegui afirmar-me num novo emprego, deixei de fazer aquelas viagens intermináveis de Expresso e de andar ao molho no Metro todos os dias ao comprar o meu lindo carrinho. Inscrevi-me num ginásio e, apesar de não ir tantas vezes como devia, continuo a marcar presença. Ok, continuo na mesma casa, mas também já me habituei tanto a este espaço e a esta rua que já nem penso muito nisso, por enquanto.
Hoje foi o dia do regresso ao trabalho. Uma nova agenda cheia de folhinhas brancas para preencher com compromissos. Nesta altura do ano sinto sempre a mesma sensação estranha. Depois da passagem de ano parece que fica em nós a certeza de que tudo vai ser diferente no dia a seguir. Ora, o regresso ao trabalho permite-nos constatar que tudo continua na mesma e que assim será durante mais um ano. E foi assim que me senti quando me sentei em frente ao meu computador perante a tarefa de ler os 50 emails recebidos durante a minha ausência.
Contudo, e apesar das aventuras e desventuras que espero que aconteçam em 2007 que venham mais 12 meses... o que interessa mesmo é vivê-los...
Hoje foi o dia do regresso ao trabalho. Uma nova agenda cheia de folhinhas brancas para preencher com compromissos. Nesta altura do ano sinto sempre a mesma sensação estranha. Depois da passagem de ano parece que fica em nós a certeza de que tudo vai ser diferente no dia a seguir. Ora, o regresso ao trabalho permite-nos constatar que tudo continua na mesma e que assim será durante mais um ano. E foi assim que me senti quando me sentei em frente ao meu computador perante a tarefa de ler os 50 emails recebidos durante a minha ausência.
Contudo, e apesar das aventuras e desventuras que espero que aconteçam em 2007 que venham mais 12 meses... o que interessa mesmo é vivê-los...
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