quarta-feira, maio 2

It all comes down to nothing

Sabem quando pensam que dão tudo a uma pessoa, que dão o vosso melhor para que as coisas corram bem, para que a pessoa sinta que gostamos dela, que fazemos as coisas por ela e, ainda assim, essa pessoa, que vocês pensavam que vos conhecia melhor do que ninguém, vos atira à cara que os dias que passam juntos se estão a tornar rotina e são uma merda? Assim...
Desiludida.
Penso nos quatro anos que estão para trás, no que se pensa que está pela frente e que às vezes pensamos se irá acontecer, se será mesmo aquilo que queremos, se temos a certeza, se valerá a pena.
Indiferente.
Insistes na mesma coisa uma e outra e mais uma vez como se alguma coisa mudasse por insistires tanto. Eu já não sei se me importo, se quero saber. A sério, às vezes não sei...já não sei. Uma e outra vez insisites que eu sou isto, que eu nunca faço o que queres, como se de há quatro anos para cá fosse eu sozinha a ditar as regras deste jogo.
Ferida.
Tenho gravadas em mim desilusões que nunca superei. Histórias que me feriram fundo e que eu pensava poder passar por cima, mas não deu. Não dá. Há coisas que não se esquecem. Esta é mais uma delas. Mais uma que me atiras à cara. Consegues relativizar tudo, diminuir tudo a alguma coisa que achas que eu tenho de mal, um defeito.
Chegas aqui com essas histórias que não me dizem nada, toda a gente faz e nós também devíamos fazer, toda a gente vai e nós também devíamos ir. Há coisas que toda a gente faz e tu não fazes, coisas com que toda a gente se importa e tu nem aí, coisas que me preocupam e que tu dizes que estás a tratar disso para daqui a uns anos... E essas coisas? E as coisas que eu acho importantes? Não te interessa falar disso, dessas coisas. Adias tudo para daqui a uns anos. Já não sei se temos esse tempo todo...

6 comentários:

Anónimo disse...

eu gosto de ti! e tenho saudades tuas...

cegueira disse...

E eu de ti! Acaba lá com a brincadeira e volta pra casa:)

Anónimo disse...

estás a passar por isto? ou é só ficção?

P disse...

Gostei deste post. Identifico-me bastante com ele, especialmente com a parte das feridas. Não se curam, deixam sempre uma cicatriz para nos lembrar do que se passou. Que caraças, esta cena dos sentimentos!

cegueira disse...

o que separa a realidade da ficção é uma fronteira ténue que se baseia naquilo que nós queremos que aconteça e no que fingimos não ter acontecido...

Anónimo disse...

Realmente é mesmo muito difícil esquecer e ultrapassar as coisas que realmente nos magoam, as palavras duras que ouvimos quando tudo o que queremos é um carinho especial, os gestos mais duros quando nos queremos sentir protegidos...No entanto, acho que o segredo está em perdoar, em perceber o que levou a pessoa que tanto consideramos a tratar-nos daquela forma e tirar daí uma lição. Aprender mais um bocadinho sobre o que a pessoa tem para nos dizer, sobre o que essa pessoa está a sentir e no que a faz magoar-nos tanto. Não conseguimos esquecer e apagar tudo o que nos acontece mas conseguimos sempre aprender com isso porque de cada vez que caímos e nos levantamos sozinhas, retirando forças que não sabíamos ter, estamos cada vez mais fortes, completas e conhecemo-nos ainda melhor...