segunda-feira, janeiro 31

Coisa de machos

No sábado passado a Sic passou uma reportagem intitulada Só para Mulheres. Durante largos minutos a jornalista tentava desvendar o mundo de rapazes/homens que colocam anuncios no jornal e recebem mulheres "carentes", muitos deles tendo vidas duplas e fazendo desta actividade, para a qual não há outro nome senao prostituição (digo eu), uma espécie de hobbie das horas vagas.
O que mais me revoltou não foi o facto de venderem o corpo, cada um faz o que quer e o que bem lhe apetece e em relação a isso não tenho qualquer preconceito, mas no meio da história toda as mal vistas são as mulheres. Apesar de serem eles a vender o corpo (coisa que para muitos não deve ser sacrificio nenhum) são as mulheres que respondem e ligam para os números que eles colocam no jornal, que são as "coitadinhas", a quem os maridos não dão atenção e precisam de procurar prazer em braços alheios.
Aliás, uma mulher que se prostitui, na generalidade, é vista como alguém que vende o corpo por necessidade. Basta ver por exemplo, a quantidade de brasileiras e ucranianas que se deixam envolver em redes de lenocínio em bares de alterne, aliciadas pelo dinheiro que precisam . Acontece que no caso retratado pela reportagem os homens chegam a ter vida dupla. São empresários bem sucedidos, futebolistas profissionais, desportistas, e para além disso são uns machos valentes que ainda arranjam tempo para fazer uns trocos e dar às mulheres o que elas precisam. Não digo que não haja mulheres que façam o mesmo, que o façam por simples gosto ou prazer, mas do rótulo nunca se livram!
Por mais que se tente, infelizmente, há pontos de vista que parecem não mudar... As mulheres serão sempre vistas como mais fracas em relação ao sexo oposto...

Patrícia

quinta-feira, janeiro 27

Inverter os papéis

Há alturas na vida em que dar um passo em frente nos parece o melhor que podia acontecer. Alguém nos chama para nos dizer que a vida que temos levado há coisa de um ano vai mudar dentro de um mês.
Na altura pensamos que não podiamos ter ouvido melhor notícia, abrimos a chamapnhe e rasgamos um sorriso. Mas por pouco tempo...
Depois começam a surgir por todo o lado, olhos, ouvidos, mãos, braços, pernas, os bichinhos carpinteiros que nos percorrem o corpo e nos deixam cravados de dúvidas.
Será que é o passo certo? Será que vou ser capaz? Não será um recuo?
E de repente, a espuma da chamapanhe desaparece, o sorriso desvanesce e tudo é posto em causa. Também não adianta espernear, mesmo que cheguemos à conclusão que não foi o passo certo a dar, porque afinal o passo já está dado e a bem dizer, alguém o deu por nós... fomos empurrados para a outra margem sem grande coisa que pudessemos fazer. Ou isso ou a vidinha sem sal nem açucar que levas há um ano.
Isto tudo serve para dizer que depois de matar todos os bichos que por mim se passeavam (ainda cá ficaram alguns, mas já não fazem comichão), cheguei à conclusão (o que é estremamente dificil para um nativo de Balança como eu, pesar as coisas e chegar a uma conclusão) de que não vale a pena tirar nabos da púcara sem que os ingredientes estejam todos misturados.
Vou demorar a habituar-me? Vou. Irei roer as unhas? Sim. Tudo isto e tudo o resto vai acontecer. Mas, guardo a certeza que farei o que estiver ao meu alcance para me sentir feliz, porque, afinal, é o mais importante!
É esperar para ver.
Deixar acontecer.
E dar o melhor. Se o fizer ninguém me pode acusar de nada...

Patrícia

segunda-feira, janeiro 24

Os palhaços e o poder

Quem anda pelas ruas de Lisboa certamente reparou que em alguns dos cartazes eleitorais do CDS/PP (o que diz em letras garrafais “VOTO ÚTIL” com a cara de Paulo Portas a dividir as palavras) foi adornado com uma pequenina bola vermelha, colocada estrategicamente no centro, mais precisamente no nariz do líder do partido. O que uma simples bola vermelha é capaz de dizer...estavas bem era no circo!
A política está de facto transformada num autêntico circo. Todos dizem o que querem, acusam-se uns aos outros, pedem desculpa mas no fundo não fazem nada! Tenho sérias dúvidas de que a minha geração, pelo menos na sua maioria, se venha a interessar a sério pela política. Desde que me conheço como pessoa que presta alguma atenção a poliquices (que infelizmente é do que se fala hoje em dia), que vejo sempre as mesmas caras com os mesmos discursos cravados de promessas e utopias. O Bloco de Esquerda ainda veio dar uma lufada de ar fresco à cena política mas não deixa de enveredar, em muito do que defende, pela via da utopia, mais do que pela realidade.
Eu não vou dizer muito mais porque simplesmente não gosto de discutir ou sequer de falar de política. Nunca estive muito para aí virada. Mas ficarei profundamente desiludida com Portugal se Pedro Santana Lopes vencer as próximas eleições. O que a bem dizer, a uma escala mais reduzida, significava contradição igual à que aconteceu nos EUA com a vitória de Bush. Todo o mundo estava contra, mas ele conseguiu manter-se no pódio.
Aliás, no que toca aos EUA é incrivel como se consegue fazer o povo acreditar nas coisas. De modo discreto as pessoas foram acreditando, por exemplo que era necessário invadir o Iraque porque haviam armas de destruição massiça. E mesmo depois do falhanço da descoberta, houve quem pensasse que os EUA tinham encontrado as tais armas, e muitos outros acreditaram que o Iraque tinha usado as armas durante o conflito.
A desculpa que nunca foi facto, todavia serviu para ludibriar as pessoas e fazê-las crer que foi uma guerra necessária para assegurar a segurança e a superioridade da nação. Uma guerra para prevenir males maiores. Uma guerra preventiva que ainda não acabou, que se pensa ter servido para resolver o que quer que seja, mas que todos os dias continua a matar civis e militares e a destruir um país devastado.
É esse o discurso que os vários governos dos EUA levam a cabo para conseguirem seduzir o povo, que logicamente não resultam tão bem no exterior, que não se incluiu no conceito de nação que tanto se preza por aqueles lados. Criar a ideia de que o poder e a segurança possam estar ameaçados. E isto soa-me demais a ditaduras disfarçadas para que consiga acreditar.
Um dos lemas da National Security Strategy diz assim (e não é preciso acrescentar mais nada): Our forces will be strong enough to dissuade potential adversaries from pursuing a military build-up in hopes of surpassing, or equaling, the power of the United States. Quem quer que possa constituir ameaça a estes principios poderá ser o próximo alvo.
Por estes dias fala-se da invasão do Irão, o que a ser verdade é considerado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano “um erro estratégico monumental”. Também não se pode dizer que esta intenção contida do governo de Washington, revelada por Bush numa entrevista à NBC, seja novidade. De vez em quando os EUA fazem questão de lançar estas guerras psicológicas. Mas é de facto grave tendo em conta que, apesar das autoridades iranianas negarem, há suspeitas de que as suas instalações nucleares possam estar a ser utilizadas para produzir armas nucleares. Tudo aponta nesse sentido, e mesmo assim Bush afirma sem pejo que não está fora dos seus planos uma invasão militar ao Irão. Londres já se mostrou contra, o que não tem qualquer relevância. Os EUA se quiserem passam por cima de todos os que se levantarem contra as suas políticas de superioridade. Não foi isso que aconteceu no Iraque? E o resultado está a vista.
O problema com o Iraque, mais do que os estragos no país e a devastação das vidas que ainda lá habitam ,é que o precedente que criou. Enveredou-se por um caminho que pode servir de exemplo a outras futuras intervenções militares sem motivo concreto, definido e válido para todo o mundo. Esperemo que não seja o Irão...

Patrícia

quinta-feira, janeiro 13

"Party prince" apronta de novo

Cada vez que faço o roteiro por alguns sites indispensável na Internet, há sempre qualquer coisa que me chama a atenção. Esta chamou-se a atenção pela estupidez da atitude.
O príncipe Harry deu provas de ser de facto a ovelha negra da família real ao exibir um cruz suástica no braço e vestindo-se de nazi numa festa de aniversário de um amigo. A coisa poderia ter passado despercebida caso um fotografo do The Sun não tivesse tirado uma fotografia, que fez primeira página e exclusivo do jornal, e que fez estalar mais uma polémica lá para os lados da Inglaterra.
Imediatamente se levantaram vozes contra a falta de respeito do petit prince que com 20 anos já devia ter a noção do que aquele símbolo representou. Rostos sem nome e em números quase indizíveis sucumbiram aos que acreditavam em todos os valores que aquela cruz representava.
Sua majestade o príncipe já veio desculpar-se publicamente, mas depois do mal estar feito pouco há a fazer. Algumas vozes defendem que o príncipe deve fazer parte de uma delegação britânica que vai visitar o campo de concentração em Auschwitz por altura do sexagésimo aniversário da sua libertação, no final deste mês, para que possa ver as consequências causadas pela adoração e fanatismo de um símbolo que ele próprio usou.
O primeiro ministro não comentou, reencaminhando as reacções para o Palácio que se mantém em silêncio...

Patrícia

quinta-feira, janeiro 6

Apaguem as luzes

Chovia lá fora. Era sempre esse o cenário de fundo.
Uns estores antigos semi-fechados, as bátegas gordas a baterem forte no plástico e aquele som arranhado, sujo, despreocupado, violento.
Nirvana seria assim para mim durante toda a minha puberdade, assim como provavelmente de milhões de adolescentes pelo mundo. E como toda a música que nos acompanha nessas batalhas pela emancipação, foram temas como "Come as You Are" e "Dumb" que me fizeram entender que às vezes o copo tem de transbordar, esvaziar - para poder voltar a encher. A raiva e a angústia saíam assim da alma, num mundo muito próprio.
Na colectânea definitiva "Nirvana - With the Lights Out" existe um pedaço de nós, de quem viveu o grunge americano. Um pack de 3 cds e um DVD, profundamente destinado ao coleccionador, que conta ainda com um booklet extenso repleto de fotos, datas e comentários de membros da banda e de quem a acompanhou durante anos.
"Polly", "About a girl", "Dumb", "Pennyroyal Tea" são velhas conhecidas, que têm agora oportunidade de ser ouvidas pela voz incoerente de Kurt Cobain, sozinho, com uma guitarra acústica, em sua própria casa ou no estúdio, entre gravações dos discos. Algumas são bootlegs, outras sao bocados de cassetes, outras são gravações de actuações ao vivo, outras ainda são meros improvisos. Ou seja, são do melhor. São aquilo que os Nirvana e principalmente Kurt Cobain eram verdadeiramente. Algo cru, desarranjado, puro, verdadeiro.
Nos temas ao vivo percebe-se enfim (assim como já dava para perceber no "From the muddy banks of the Whiska") que os Nirvana não primavam pela qualidade de som ou no respeito pelos originais de estúdio quando andavam na estrada. Muitas vezes apenas soa a ruído, mas há que perceber que na presença da música em si, no local, com a multidão efervescida, a qualidade sonora pouco importava.
Já no DVD encontram-se pérolas como a primeira vez que Kurt toca "About a Girl", sempre de cara virada para a parede, com o resto da banda atrás, no quarto de sua casa. Ou a primeira vez que tocaram fora do Estado de Washington ou no estrangeiro, ou ainda a primeira vez que Dave Grhol toca como baterista dos Nirvana. Ainda assim, o DVD peca por ser pequeno e com alguns videos de pouca qualidade visual (a maioria em video amador).
Kurt Cobain morreu prematuramente como sabemos, mas deixou um legado que jamais será esquecido. E esta edição de coleccionador prova exactamente isso.
Passados tantos anos, penso que será justo assumir que se Cobain nao tivesse morrido e os Nirvana acabado, a morte da banda seria dolorosa e inglória (como aconteceu à maioria das bandas grunge da epóca). Assim, talvez tenha sido por bem (dentro do mal) que tenham acabado no auge da suas carreiras. Gone with a bang.
Há memórias que têm a sua própria banda sonora.
No meu caso, Nirvana está na maior parte delas.

Filipe

Instant Messaging: o fim ou só o princípio?

Toda a gente os usa! Os programas de Instant Messaging (IM) estão a ocupar não só PCs domésticos como também os das empresas. A Intel Data Corporation estima que o número de utilizadores corporativos de programas de IM poderá chegar aos 200 milhões em 2006, um número fenomenal tendo em conta que em 2002 contavam-se apenas 20 milhões.
Todavia, esta transição do IM dos computadores de casa para os do escritório, a curto prazo, poderá criar enormes riscos quer financeiros quer legais. Para além das dores de cabeça do patronato.
Se muitos se negam a trabalhar ao mesmo tempo que falam com familiares e amigos, outros tantos consideram esta actividade como um gesto de rotina sem o qual não conseguem passar (é assim uma espécie de cordão umbilical com o mundo, digo eu). Mesmo que isso implique concentração a menos de 100 por centro no trabalho.
À medida que cada vez mais trabalhadores fazem o download de programas de IM, estes estão a começar a ser vistos como uma espécie de ameaça à segurança das redes. Os vírus propagam-se com uma rapidez incrível e convenhamos que nem tudo o que se partilha nas conversas é agradável, especialmente num ambiente de trabalho. Concebidos para entreter, este género de aplicações estão a tornar-se always on, com janelinhas para iniciar conversas sempre a aparecer no ecrã e a desviar os olhares do trabalho.
Para quem usa é preciso ter cuidado com o que diz, pois não é de todo complicado para alguém com o mínimo interesse e conhecimentos conseguir quebrar os códigos de IM e ler todas as mensagens trocadas. A maior parte de trabalhadores inquiridos num estudo da Blue Coat confessam usar programas de IM durante o horário de trabalho e apenas 27 por cento os usam apenas para objectivos de trabalho. E.. perto de 80 por cento confessam trocar fofocas...
Por tudo isto, muitas companhias estão a banir o uso de programas de IM, o que nem sempre é fácil. É possível aceder a estes programas a partir da Web, sem necessidade de efectuar o download. Maravilhas da tecnologia...
A solução poderá então passar, não por banir (até porque o fruto proibido é sempre o mais apetecido), mas sim por permitir programas de IM desenvolvidos para empresas. E convém até pensar seriamente nisto. A Gartner, um dos grandes nomes em investigação na área da tecnologia, prevê que os programas de IM representem cerca de 50 por cento de todas as comunicações negócio-cliente durante este ano. Para que isso aconteça é preciso apenas pensar em formas de os usar de modo eficaz para que se torne numa ferramenta de produtividade e não de distracção.

Patrícia

quarta-feira, janeiro 5

Tecnologias no feminino

Abre amanhã ao público em Las Vegas a Consumer Electronics Show, a maior exposição internacional de produtos de electónica. Para os amantes de gadgets e outros dispositivos é a oportunidade ideal para se porem a par das tendências da moda dos próximos tempos. Certo é que todas as grandes marcas vão dar o seu melhor para conquistar a atenção dos consumidores e ocupar um espacinho na sua sala de estar. Isto porque as novidades deste ano concentram-se na industria do entretenimento.
Cada vez menos estamos quietos, sem fazer nada. Daí que se aposte em tudo o que possa ocupar o nosso tempo. Desde os plasmas e LCDs quase gigantes até aos telemóveis com quase todas as funcionalidades que possa imaginar. Na CES há de tudo.

Mas feiras como estas também fazem pensar noutros assuntos..por exemplo, a importância das mulheres no mundo das tecnologias. Aparentemente pode parecer descabida a associação de ideias, mas pelo contrário, faz todo o sentido. Uma nova geração de mulheres interessadas em tecnologias está a emergir, mas parece que a indústria ainda não se deu conta disso e o facto é que um résumé (não muito longo) de ideias e factos nos leva a concluir que a grande maioria dos gadgets e produtos de electrónica são feitos para homens. E quando não são feitos só para eles tudo à volta do produto (desde publicidade a acções de marketing) pretende atingir o sexo masculino.

Vejamos...o estudo do grande fenómeno que é a indústria de jogos dava para qualquer coisa como uma tese, mas não precisamos de ir tão longe. Tudo em volta dos jogos e das consolas é dirigido aos homens. Jogos de tiros e de guerra, de corridas, de futebol, em que a maior parte das personagens são homens, incluindo o heroi que na generalidade tem uma mulhere para salvar. Salvo raras excepções como o Sims, ou jogos de ténis e coisas similares (não me lembro de mais nenhum, prova de que não existirão muitos mais) todos os títulos lançados pretendem atrair jovens e adultos do sexo masculino.

E pode surgir a meio desta discussão o argumento de que as mulheres não se interessam por video jogos, porque têm mais dificuldade em abastrair-se da realidade e preferem ocupar o tempo com outras coisas e blá blá blá.... O que na minha opinião está completamente errado. Se é verdade que não há muitas mulheres fãs dos video jogos, também é verdade que ninguem faz nada para que elas se interessem mais.

E eis que chegamos ao ponto da questão (depois de tanto palavreado). As tecnologias são tidas como território masculino. Cada vez mais os homens falam de futebol e do novo telemóvel, ou do plasma que compraram lá para casa, ou do jogo que não conseguem parar de jogar.
E as mulheres? O sexo feminino, é altamente discriminado no meio de tudo isto. As que percebem alguma coisa de tecnologias quando chegam a uma loja do género e se mostram interessadas nos produtos, são tratadas como crianças à procura de um brinquedo que não foi feito para a idade delas. E quando mostram algum conhecimento do produto em questão ainda levam com a pergunta: "parece estar bem informada, trabalha na área?". Sim porque, no ponto de vista da maioria, as mulheres não querem saber nada sobre plasmas e PDAs, telemóveis, computadores e afins... E o resultado é que são tratdas como estúpidas!
Contudo, acredito que isto só vai durar até à insdustria perceber o grande potencial deste segemento, eventualmente mulheres entre os 18 e os 24 anos que cresceram com produtos de tecnologia e se interessam por eles. A distância que vai entre o interesse de uma mulher por um produto e a compra efectiva do mesmo é apenas a de um publicitário ou de um empregado que não a incluiu no alvo de prováveis consumidores.

Patrícia

terça-feira, janeiro 4

A onda dos blogs

Os blogs são sem dúvida um dos acontecimento do ano. Uma sondagem que inquiriu utilizadores de Internet norte-americanos concluiu que 32 milhões de pessoas tornaram-se leitores assiduos de blogs, representando um crescimento de cerca de 58 por cento em relação ao ano passado. Razões para isto são, sem duvida, o interesse e a sede das pessoas em obterem informações quase de modo imediato.
Aíás, não é um fenómeno dificil de perceber. A blogosfera tornou-se um espaço de troca de pontos de vista e discussão política. O tsunami no sudeste asiático desencadeou um movimento de pessoas que estiveram presentes na tragédia e que escrevem em blogs os seus sentimentos e perspectivas do que viram e do que está a ser feito. The South-East Asia Earthquake and Tsunami Blog é um exemplo, criado para ajudar as pessoas a encontrar ajuda mais facilmente junto das entidades competentes.
Há até quem defenda que o que é descrito nos blogs diz muito mais do que o que os jornalistas reportam. Os argumentos aprensentados são vários, os jornalistas andam de tragédia em tragédia (eu diria que estão em todas), não sofrem as verdadeiras consequências da catástrofe. Para além disso e acima de tudo estão sujeitos a condicionantes de espaço e de tempo e mesmo de critérios editoriais que os podem impedir de revelar determinados pormenores e/ou pontos de vista. Coisa que não acontece num blog. Quem tem um sabe que tudo é permitido (abençoada liberdade!).
Os ouvidos e os olhos do mundo estão, agora e mais do que nunca, em todo o lado e já não dependem apenas de um jornalista no local. Cada vez mais a blogoesfera está a provar a sua utilidade, muito para além de um mero fórum de debate de ideias. Será que não é altura para questionar o verdadeiro papel do jornalismo neste mundo em que o imediatismo é uma exigência?
São as novas tecnologias ao serviço de todos e de cada um...

Patrícia