segunda-feira, janeiro 29

problemas em grupo

Quando pensamos que só nós estamos com problemas e começamos a falar um bocadinho mais com outros apercebemo-nos de que não somos os únicos. Afinal, há problemas para todos os gostos no que diz respeito a relações amorosas. Um queixam-se que não conseguem encontrar ninguém que valha a pena. Anos e anos de relações breves que não levam a lado nenhum. Outros juntam os trapinhos para ver se resulta. Ao menos sempre se poupa uma renda.
Outros estão casados e continuam a pensar que não estão. Levam a vida como se fossem só um em vez de dois. Também há os que estão a pensar em casar, e que ainda não têm problemas.
E depois há os outros que não sabem o que querem. Que namoram há anos. Que gostam um do outro e que chegam a um ponto em que isso não é suficiente. É nesse grupo que eu me incluo. Sabem quando sentem que é aquilo que vocês querem mas no fundo no fundo têm medo por não saberem onde é que aquilo vos pode levar? Será que se dá o passo seguinte? Será que se recua para ganhar tempo?
Eu acho que há sempre uma altura destas na vida de toda a gente. Mais cedo ou mais tarde as perguntas começam a cair do céu. As dúvidas começam a aparecer a cada movimento partilhado e, de um momento para o outro, não sabemos onde estamos, para onde queremos ir, se tudo vale a pena. Depois dessa fase, das duas uma, ou se segue em frente ou se muda de grupo....

terça-feira, janeiro 23

Um dia qualquer de Janeiro

Mais uma noite pela frente. Tenho pelo menos mais três horas do dia 23 de Janeiro de 2007 para aproveitar e não sei que raio fazer com elas. Nos últimos dias a minha vida tem sido uma porcaria. Sinto-me assim desorientada, completamente. Vim de férias a pensar que ia continuar com o trabalho árduo, quase sem tempo para respirar. Enganei-me. O ano está a começar ainda a meio gás. Durante todo o dia de hoje dei resposta a um outro e-mail, fiz um ou outro telefonema, fiz um press release. And it was it... Saí a horas. Vim para casa, fiz o jantar, tomei banho, vesti o pijama e cá estou eu a passar tempo.
Estou sozinha mais uma vez. Prolonguei o jantar só para falar um bocadinho com a minha colega de casa que hoje recebeu a visita do namorado para jantar. Há lá coisa mais deprimentes do que jantar a três quando duas das pessoas na mesa são namorados que não se veêm há três meses? Eu devo merecer. Eu mereço. Sempre disse que não me importava de estar sozinha, que adorava o silêncio, que sempre tive alma de solitária. A caminho dos 26 a coisa muda um bocadinho de figura....
Cada vez que olho para a televisão fico ainda mais deprimida. Não só pela falta de qualidade dos programas dos 56 canais que tenho disponíveis como também pelo facto do meu aparelho me ter brindado com mais uma das suas. Primeiro cegou-me, privando-me da imagem. E agora, não dá som. Tenho o volume no máximo e só consigo perceber uma palavra em cada 100. Para agravar a situação está um frio do caraças e o meu termoventilador resolveu desligar-se de 10 em 10 minutos, o que deveria acontecer se a temperatura estivesse muito elevada, o que, garanto, não é o caso.
Vou ficar por aqui antes que me lembre de mais coisas deprimentes para dizer. Tipo, comprei hoje umas calças e só quando cheguei a casa reparei que têm um buraco de pelo menos 2 cm num dos bolsos. Como é que eu não reparei na altura! Descobri mais um risco no meu carro. Mais um a juntar aos outros 300. O carro tem 3 meses! Não fui ao ginásio porque o Sr. do Círculo de Leitores disse que viria cá hoje e afinal não pôs cá os pés. Estou capaz de lhe roubar a bolsinha onde ele enfia os meus euros e os euros dos outros, a quem rouba descaradamente as economias, da próxima vez que me tocar à campainha. O meu namorado faz anos amanhã e ainda não lhe comprei nada. Pior, nem sei se vai estar acordado amanhã para podermos, pelo menos, jantar fora. Há dois meses que dorme durante o dia e trabalha à noite. Parece um zombie. Consigo manter uma conversa com ele durante 1 hora antes que caia de sono.
Ora, já só faltam mais duas horas e meia até começar a contagem decrescente para mais um dia qualquer de Janeiro...oh joy!

segunda-feira, janeiro 22

Será que nada, nunca é perfeito?

Todos temos os nossos problemas. O ser humano é um bicho insatisfeito por natureza. E, por muito que diga que não, está sempre a olhar para o vizinho para ver se a vida que leva é melhor do que a dele.
Impossível ser diferente.
Desde pequenos que nos vemos confrontados com a partilha, de atenção dos pais, dos brinquedos com os irmãos e com os primos. Depois vem a competição. Na escola queremos sempre ser melhores, ter mais atenção dos professores, dar mais nas vistas, sermos mais giras do que a outra barbie que tem os rapazes da turma todos atrás dela. Entrar no grupo.
Mais tarde vemo-nos obrigados a competir, outra vez, por uma vaga numa universidade. Por uma porcaria de décimas ficam de fora uns, para outros tomarem os seus lugares num curso que lhes vai traçar uma profissão. Se bem que hoje em dia já nem isso temos como certo. A profissão surge-nos um pouco por acaso, é o que houver para fazer e onde se ganhar mais dinheiro.
À procura de emprego competimos com milhares na mesma situação. No emprego queremos sempre dar o nosso melhor para sermos reconhecidos, para ganharmos mais, para sermos promovidos, para ganharmos ainda mais. Para nos sentirmos realizados.
E nunca estamos bem, queremos sempre mais, queremos chegar onde o outro está. Queremos ouvir que somos bons no que fazemos. Queremos pensar que temos uma boa vida. Queremos que os outros pensem que temos uma boa vida. Pensar apenas. Porque no fundo, nunca nada vai ser perfeito. Há sempre mais um degrau para subir...
No amor é a mesma coisa. Fazemos de tudo para conquistar aquela pessoa que achamos que é a outra metade da laranja, perdemos meses, anos a tentar mudá-la, trazê-la para nós. Competimos por ela. Não dormimos por ela. Inventamos mil estratégias para nos cruzarmos com ela, para estarmos perto, para impôr, discretamente, a nossa presença. E pensamos que conseguimos, tudo está bem até que... aparece outra pessoa, vinda não sabemos de onde, não percebemos porquê, como aquilo aconteceu. E muda tudo. Transformamo-nos. Tudo em vão. Estamos de rastos, mas seguimos em frente, partimos para outra.
No fundo, não mudou nada, mas nós queremos acreditar que sim. Precisamos acreditar que é melhor assim, que não era aquilo, não, aquilo não era nada comparado com isto, agora...
Quando realmente conseguimos conquistar alguém, e nos deixamos conquistar, a vida troca-nos as voltas. Deixa-nos assim sem objectivo. Perdidos em dias comuns sem saber muito bem o que fazer com eles. Com um troféu que polimos de vez em quando e depois deixamos na prateleira para nos lembrar que está lá para quando precisamos dele. Não lhe damos o valor devido, porque ele está sempre ali. E só quando alguém o muda de sítio é que sentimos a sua falta. E saudades dos dias comuns que nunca mais o foram e do tempo em que fazer nada era uma rotina agradável...
Será que nada, nunca é perfeito?

sábado, janeiro 20

O álbum do dia



Passei horas na Fnac à descoberta de novas sonoridades.

Sou fã numero um daquele sistema que nos permite ouvir o CD inteirinho antes de o comprarmos. Confesso que apesar de ter um leitor de mp3 faz-me confusão estar muito tempo sem comprar um álbum qualquer. De manhã, enquanto arrumava o quarto dei-me conta que há muito não enriquecia a minha estante de CDs.

Acabei por trazer, Cold Roses do Ryan Adams.

Fica uma amostra da minha preferida.... How Do You Keep Love Alive?

segunda-feira, janeiro 15

Mudamos

Há alturas na nossa vida em que o passado nos salta para o presente e nos faz desejar voltar atrás, viver tudo outra vez, fazer perdurar aqueles momentos no tempo para que não nos fujam outra vez. Parece que ficamos estúpidos por um momento, que só nos lembramos dos aspectos positivos, esquecemos tudo o resto, o quanto nos faltava viver, o que tinhamos pela frente. E é então que nos damos conta de que o passado é passado. Damo-nos conta que mudamos de cidade, de amigos, de vida. Crescemos. Deixamos a vida diária da boémia para trás. Somos outras pessoas. Trabalhamos. Temos horários. Fingimos perceber de tudo, fingimos estar seguros de cada palavra que dizemos. Nunca temos dúvidas à frente dos outros. Somos seguros de nós, do presente e do futuro.
Percebemos que repetir a cidade, as vivências, as pessoas seria um erro. Porque há um tempo para tudo e o tempo para ser o que fui já passou...

quinta-feira, janeiro 11

Sobre a minha decisão

Amanhã o ano começa para mim.
Ontem respirei fundo e lá fui eu tentar a minha sorte. Arriscar. Vim para casa com a sensação de dever cumprido mas com a certeza de que eu não queria nada daquilo, não queria estar naquela situação, não queria estar assim à prova, à espera que outros decidissem o que fazer comigo: Fica? Vai?, para depois eu começar de novo.
Eu fiquei. Mas não como dantes. Com mais raizes, com mais certezas. Com ainda mais vontade de seguir frente. De enfrentar o que está ainda para vir. E de ser bem sucedida. Menos uma coisa para decidir...e esta era grande e pesada...

Depois de uma manhã ainda confusa decidi ir aos saldos na minha hora de almoço e fiquei desiludida. O mulherio continua doido com a descida de preços, é inevitável. O que também é inevitável nestas alturas é comprar coisas de que não gostamos assim tanto só porque são baratas. E eu só consigo gostar daquilo que eles chamam nova colecção mas que no fundo é roupa igual à que está em saldos só que é mais cara, mais bonita e está na única parte da loja em que a arrumação nos permite seleccionar alguma coisa para trazer connosco para casa. E lá se vai o barato...

Agora estou em casa. Fiz um esparguete a bolonhesa delicioso para o jantar, quando menos me esforço melhor me saio na cozinha. Tenho um Checo com 1.90m, morenaço e de olhos azuis ea andar pelo corredor. Um amigo da amiga que veio cá passar uns dias e dormir no quarto ao lado. "Conta-me histórias...." O rapaz ainda por cima é giro que se farta. Ando sempre à escuta para que ele não me apanhe de robe no corredor...
É engraçado que quando não tenho coisas pendentes, chatices, trabalho pelos cabelos, esta casa quase me parece perfeita. Tudo me parece quase perfeito. Não fosse estares tu do outro lado da cidade agarrado a um computador...

quarta-feira, janeiro 10

Sobre a minha dificulade em decidir parte III

E pronto, as cartas estão em cima da mesa.
O jogo segue dentro de momentos...

terça-feira, janeiro 9

A picture of us...


Tenho tantas saudades de quando me tirávas fotografias sem parar. Quando achávamos piada a este papel de parede horrível, à luz do quarto, e pedias para me fingir de distraída para que tu pudesses apanhar-me assim desprevenida no meu melhor momento. E conseguias sempre... nem pareço eu em algumas destas imagens, de tanta magia e alma que consegues reunir num pedaço de tempo. Eu gostava tanto... fingia-me de modelo. Ficávamos ainda mais tempo a ver o resultado. Uma após outra passávamos as fotos em revista e punhamos defeitos na luz, na má focagem, na máquina, escolhíamos as melhores. Gravadas na memória.
Deu-me para isto hoje....
Sempre me conseguiste ver de uma maneira diferente, porque me conheceste primeiro pelas palavras e só depois pelos traços do rosto e do corpo. E conseguias sempre capturar aquele brilho no olhar, aquele sorriso, aquela luz que eu desconhecia ter.
E acho que é porque nunca acreditamos em nada, que não nos momentos em que estávamos juntos, que gostávamos tanto de tirar fotografias um ao outro. E eu tenho saudades tuas...
De um momento para o outro deixamo-nos envolver pelo trabalho. Esse bicho cheio de tentáculos que nos vai puxando e prendendo e absorvendo e sugando os melhores momentos até que eles passam também a ser rotinas. Um jantar. No mesmo restaurante. Uma ida ao cinema. Outro filme, a mesma sala. Uma ida às compras. Outro shopping, as mesmas lojas. Um passeio na Baixa. Uma tarde é o que temos para nós.
Deixamos a máquina em casa, já conhecemos bem a cidade. Mas o trabalho vai connosco. Está ali entre nós, nas conversas, no pensamento, nos minutos que passam tic tac e lá se foi mais um fim-de-semana, mais uma semana, mais projectos, clientes, desafios, coisas que se fazem porque ainda somos novos e tal, porque há outros que querem o nosso lugar. As nossas insónias, as nossas directas em frente a um computador, o nosso cansaço, o nosso stress, os nossos projectos, os nossos clientes, o nosso chefe, o nosso trabalho, as nossas rotinas e o nosso salário ao fim do mês...

Tenho a tua máquina aqui ao lado e queria ressuscitar hoje aqueles noites de poses e risos... Vens?


PS: tinha que pôr esta musica a tocar...

segunda-feira, janeiro 8

Sobre a minha dificuldade em decidir parte II

Quando a decisão está quase tomada, chega uma segunda-feira para estragar tudo.
Voltei ao ponto zero. Os pratos da balança estão novamente equilibrados. E a minha decisão

Preciso de um cartomante ou de um tarólogo qualquer que me ajude a ver a luz no fundo do tunel... Help!

domingo, janeiro 7

Sobre a minha dificuldade em decidir....

A minha pior característica é a indecisão. Não é só uma característica, é um defeito assumido!
Eu simplesmente não consigo decidir nada, tento sempre adiar ao máximo para ver se a coisa se resolve sem eu ter que optar.
E isto acontece-me nas mais variadas situações. Quando ando às compras: gosto de uma camisola, mas não sei qual a cor que prefiro, gosto de uns sapatos mas não os compro antes de fazer uma visitinha a outras lojas, não vá eu encontrar uns mais giros, e só depois de as correr todas é que decido. Não sei o que fazer para o almoço, tiro tudo o que tenho no frigorífico e às vezes fico-me apenas pela sopa que já está feita e é só aquecer.
E eis que estou perante uma situação em que tenho que decidir que rumo tomar. É uma daquelas coisas que nós sempre desejámos mas que nos cai no colo quando menos esperamos. Uma proposta que não é perfeita, mas seria irrecusável desde logo, não fosse a lista de prós e contras que já comecei a colocar num e noutro dos pratos da balança.
Outra minha dificuldade é a mudança (agora os defeitos vêm todos em cadeia!), que por sua vez está ligada à indecisão. Estou sempre muito segura num local que já conheço e isto de mudar de poiso faz-me confusão. Não é a adaptação, é a antecipação da mesma, a certeza de que vou mudar, aquele momento imediatamente antes da mudança acontecer efectivamente, dá para perceber?
Isto deve resolver-se de alguma maneira não sei.... Por enquanto a única coisa que eu sei é que não sei o que fazer. Vou estar insuportável durante os próximos dias....

quinta-feira, janeiro 4

2007

Et voilá... já se foi 2006. Um ano positivo, eu diria. Não aconteceu assim nada de extraordinário na minha vida, mas tive sempre sáude, consegui afirmar-me num novo emprego, deixei de fazer aquelas viagens intermináveis de Expresso e de andar ao molho no Metro todos os dias ao comprar o meu lindo carrinho. Inscrevi-me num ginásio e, apesar de não ir tantas vezes como devia, continuo a marcar presença. Ok, continuo na mesma casa, mas também já me habituei tanto a este espaço e a esta rua que já nem penso muito nisso, por enquanto.
Hoje foi o dia do regresso ao trabalho. Uma nova agenda cheia de folhinhas brancas para preencher com compromissos. Nesta altura do ano sinto sempre a mesma sensação estranha. Depois da passagem de ano parece que fica em nós a certeza de que tudo vai ser diferente no dia a seguir. Ora, o regresso ao trabalho permite-nos constatar que tudo continua na mesma e que assim será durante mais um ano. E foi assim que me senti quando me sentei em frente ao meu computador perante a tarefa de ler os 50 emails recebidos durante a minha ausência.
Contudo, e apesar das aventuras e desventuras que espero que aconteçam em 2007 que venham mais 12 meses... o que interessa mesmo é vivê-los...