Há uma teoria da felicidade daquelas de trazer por casa que diz, na sua versão positiva, que quando tudo corre mal, virá algo de muito bom para amainar a tempestade e tranquilizar a alma. Depois há a versão negativa que diz que quando tudo corre bem avizinham-se desgraças e tormentos.
Eu não sou nada pessimista. Posso estar um pouco mais em baixo, desanimada, a pensar que não tenho nada do que quero ter, que ainda sou pouco do que quero ser, mas no dia a seguir já estou a arregaçar as mangas e a seguir em frente de cabeça no ar. Mas, (há sempre um mas nestas coisas), nos últimos dias, e isto de trabalhar em sáude também condiciona a coisa, dou comigo a pensar que a minha vida me anda a correr bem há algum tempo e que poderá vir desventura ao virar da esquina.
Quer dizer, na verdade estes pensamentos devem-se ao facto de saber que várias pessoas amigas, conhecidas, amigas de amigos estão a deparar-se com problemas de saúde, que no fundo é o essencial para tudo o resto. Como diz a minha sábia mãe, podemos ter tudo, mas sem saúde nada mais tem valor.
Ora eu que sempre fui uma rapariga saudável, exceptuando as minhas terríveis crises de rinite alérgica na Primavera, pergunto-me o que estará reservado para mim... Não fumo, não bebo bebidas alcoólicas, pratico desporto, não apanho sol em exagero nem nas horas de maior calor, tenho uma alimentação cuidada... Mas será que isto adianta alguma coisa, será que no fundo não temos já a nossa história traçada e caminhamos apenas ao encontro dela até ao juízo final?
segunda-feira, agosto 21
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