Ando alheada de mim mesma. Sem me dar atenção, descurando o que se passa e quem está à minha volta. Não tenho já paciência para as mesmas coisas e tenho a sensação de que me deixei levar pela rotina e pelo trabalho.
Maio é um mês para esquecer. O trabalho entranhou-se de tal modo nos poros da minha pele que nem o banho, ao final do dia, mo tira do corpo.
Não há um único dia em que não espirre pelo menos umas 50 vezes e gaste os 100 lenços de papel que trago na carteira. Malditas alergias. Ontem, depois de 12 horas de crise no Dia do Iogurte caí na cama e mal respirava tal o grau de obstrução das vias nasais. Foi tal o desespero que até um Zirtec fora da validade tomei...
Tenho dois casamentos nos próximos 20 dias. Preciso de ir às compras e nem vontade tenho para isso. Trabalhar é bom para não gastarmos dinheiro. Estamos tão ocupados que nem pensamos em gastar. Há umas 3 semanas que não vejo o meu saldo bancário, só pode ser bom sinal...
Tenho a vida toda à minha frente e não consigo fugir do que me prende aqui. Como é que se faz para não sermos só o que fazemos no dia-a-dia?
quinta-feira, maio 18
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2 comentários:
Antes de mais 1001 desculpas por ter "invadido" o teu blog sem avisar, mas a verdade é que não resisti a dar uma olhadela...tal como não resisto agora a perguntar-te como colocaste os comandos do media player na template!! Eu não faço a mínima ideia de como se faz! :S
Mais uma coisinha e termino já...adorei ouvir Kings of Convenience enquanto li este post! À medida que lia fui-me identificando, mas o som transmitiu-me uma calma que já não sentia há bastante tempo!;)
Provavelmente não irás ler este post, já vem um pouco fora de prazo.
Cheguei ao teu blog já não sei como. Não me conheces, mas tenho de te agradecer por mostrares que não sou a única pessoa no Mundo com essas sensações de trabalho colado ao corpo... De facto, nós somos muito mais do que aquilo que fazemos, do que aquilo que trabalhamos. Mas é preciso muita força para "sermos" em plenitude, sem acessórios, sem telefones a tocar a cada 2 minutos lembrando-nos de urgências laborais sem sentido nenhum para a nossa felicidade, sem projectos para entregar na manhã seguinte (e agora já são 2 da manhã, mais uma longa noite...) sem o tramado peso da responsabilidade que nos faz não ter a tal coragem para abdicar da vidinha rotineira que nos prende à cadeira e ao estúpido teclado.
Agora, queria viver tão mais completamente, com tempo só para mim... Agora, decidi(mos) casar e tenho a casa nova, linda, mas vazia, à espera de miminhos, porque eu não tenho tempo... Mas a casa espera... e até o vestido branco para o tal dia, teve que esperar na loja. Teve que esperar que eu tivesse 5 minutos entre uma reunião e outra. Será isto justo? Não deveria ser ao contrário? Não deveria a nossa vida, com os nossos ritmos e compromissos estar em primeiro lugar?
Dou por mim a viver a vida como um intervalo entre uma coisa e outra...
Enfim, isto foi só um desabafo. Perdoa-me a ousadia.
Um beijo
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