quarta-feira, março 29

pérolas...



Queria que olhasses fundo nos meus olhos e me fizesses acreditar que o mundo sou eu e que os outros são acessórios. Os outros são uns brincos pirosos que eu tenho porque os comprei por impulso e só os ponho quando, de manhã, saio à pressa de casa sem olhar para eles.

Queria voltar atrás. Dar-te a mão sem motivo e não ter motivos para ta devolver. Saber que aquelas palavras não foram repetidas. Saber que os silêncios dos telefonemas de uma hora não foram uma fórmula ensaiada com outras relações proveta que geraram nada.

Queria perceber porque é que tenho dúvidas se já sabia que os brincos eram pirosos antes de os comprar. E queria perceber porque é que mesmo deixando-os no fundo da caixinha de bijuteria eles permanecem comigo todos os dias desde que os vi na loja...

segunda-feira, março 27

a crack in the wall



As coisas parecem-me estranhas hoje. À luz deste novo dia, o que ontem me disseram ficou atravessado na garganta e ainda não consegui digerir.
Pensamos, acreditamos que somos os únicos no mundo para aquela pessoa e de repente apercebemo-nos de que não é bem assim. Houve outras histórias que entretanto se cruzam com a nossa e ficam ali lado a lado num corredor escuro de paredes forradas a segredo...
E nós somos mais um no corredor. Entramos e saímos das divisões da casa e cruzamo-nos uns com os outros. Vamos até ao quarto quando queremos estar sozinhos, vamos para a sala quando queremos falar um pouco com os outros. No fundo, nunca nos separamos dos outros, carregamos todas as histórias às costas e arrastamo-las para as relações que temos hoje partilhando corredores que quería só para nós...

segunda-feira, março 20

Um dia no trabalho

Começou hoje mais uma daquelas semanas... Uma conferência prevista, outra que nos cai em cima na véspera e nos estraga os planos todos.
Quando era jornalista, no ano passado para ser mais precisa, pensava sinceramente que nas agências de comunicação não se fazia grande coisa. Fazia-se um muito babysitting aos jornalistas, faziam-se uns telefonemas, trocavam-se uns argumentos e a coisa ficava por ali. As raparigas que faziam gabinete de imprensa e que nos recebiam em congressos e nas conferências de imprensa pareciam sempre impecáveis e bem dispostas.
A experiência no terreno mostrou-me o outro lado. Fazem-se muitos telefonemas, porque tem que ser, muitas vezes ouvimos coisas que não gostamos e temos que engolir. Escrevem-se muitos press releases e muita informação de agenda e inventa-se muita citação. E depois ainda temos que guardar o nosso melhor sorriso para o dia do evento, lindas e simpáticas como nunca vistas.
E há alturas, como hoje, em que se trabalha em paralelo dois assuntos diferentes, e é dificil passar as duas mensagens aos mesmos jornalistas.
Há dias, como hoje em que os 3 telefones tocam ao mesmo tempo e não temos respostas para tudo e parece que damos em doidos...
Há noites, como esta, em que chegamos a casa e só queremos mesmo dormir...

quarta-feira, março 15

Tv is back in the house

É oficial, voltei a ser uma telespectadora.
A Worten enviou-me um sms a informar que o meu aparelho já estava disponível para levantamento e lá fui eu toda contente levantar a dita cuja.
Já está ali em cima da estante a passar as mesmas porcarias de sempre...Ao menos sempre dá movimento ao quarto...

terça-feira, março 14

Meme

«Cada bloguista participante tem de enunciar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogs aviso do ‘recrutamento’. Ademais, cada participante deve reproduzir este ‘regulamento’ no seu blog.»

Levada na onda dos meme (obrigada mary pela convocatória)deixo aqui cinco little things sobre mim:

1. Tenho um problema com as gavetas e as portas dos armários. Abro-as, mas nunca as fecho logo a seguir. Às vezes dou por mim na cozinha com os armários todos escancarados.

2. Quando quero comprar uns sapatos, por exemplo, tenho que ir a todas as lojas do shopping ver todos os modelos disponíveis e só depois optar por um par. Tenho que ter a certeza que comprei os mais giros, para não correr o risco de me arrepender 5 minutos depois.

3. Detesto que me mexam no cabelo, aquele mexer tipo acariciar. Para a maior parte dos comuns mortais é agradável ter alguém a fazer-nos festinhas, mas eu não suporto tal coisa. O meu cabelinho é sagrado e não quero outras mãos, que não as minhas, por aqui a passearem-se (excepção feitas às mãos das minhas duas cabeleireiras lindas).

4. Sou viciada em fruta. Dos morangos, às papaias, passando pelas bananas e pelos melões, pelos kiwis e pelos pessegos, gosto de tudo. E posso ter a dispensa vazia mas a fruteira tem que estar sempre recheada. Tenho sempre quilos de fruta variada em casa.

5. Quando está muito frio não sou capaz de dormir se sentir que as minhas costas não estão completamente tapadas com os cobertores. Mesmo que estejam levantados apenas 2 milimetros, eu sinto. Gosto da roupinha toda muito aconchegadinha.

E depois das minhas manias, as deles...
1. Edelweiss
2. Marco Mendes Velho
3. Amor Maior
4. Tasquinha
5. (I)literacias

sexta-feira, março 10

Ele tinha razão...



Quando há 4 anos, entrei numa barraquinha de um cartomante, numa daquelas feiras do oculto de centro comercial, e o bruxo me perguntou se eu estava no curso que queria e se tinha a certeza que era o aquilo que queria seguir, virei-me para ele indignada e disso: "ó meu amigo, é a única certeza que tenho na vida". Bastaram uns aninhos para não sentir o mesmo. O homem tinha razão quando disse que a minha vida ia dar uma reviracolta em termos profissionais. E deu.

Ontem dei por mim em plena ModaLisboa a barrar a entrada a vips na conferência de imprensa que EU tinha organizado! A conferência reunia várias mulheres conhecidas que se juntaram à Associação Laço para lançar a campanha - Fashion Targets Breast Cancer (o Cancro da Mama no Alvo da Moda) - que basicamente consiste na venda de t-shirts com um alvo desenhado (símbolo criado em 1994 por Ralph Lauren e que ficou para sempre associado ao cancro da mama).

Enquanto os jornalistas se atropelavam para falar com as mil e uma meninas lindas e altérrimas que por ali andavam com a nossa t-shirt vestida eu observava quieta e comentava com a minha colega: "esta é a prova do sucesso do nosso trabalho, não somos precisas para nada, está tudo a acontecer, naturalmente". Desde Dezembro que andávamos a preparar aquele momento: dias e dias de reuniões, tardes de contactos e argumentos. E depois daquelas duas horas em que tudo se decide, fica apenas a sensação de que valeu a pena, e de que, apesar do cansaço, estamos prontas para outra! E acho que é a isto se chama gostar do que de faz...

PS. Já agora as t-shirts vão estar a venda a partir de segunda feira numa loja Lanidor perto de si...