quinta-feira, dezembro 29

4º sentido


Tenho saudades de escrever.
Tenho saudades do meu bloco de notas e do meu gravador, guardado numa caixinha à espera que lhe volte a por pilhas.
De esperar para ouvir as pessoas ou de ir atrás delas.
De contar as histórias dos outros.
De encadear as ideias e os argumentos.
De não ter mais para dizer e ainda ter meia página para preencher.
De ter a sensação de não ter escrito nada e ver a página cheia.
De ouvir dizer que o título não é bom. De pensar noutro rapidamente que ainda me sai pior.
Tenho saudades do jornalismo.

Que o futuro me traga, de novo, um lugar nesse mundo...

quinta-feira, dezembro 22

O Natal e as compras

O Natal está à porta. Já comprei todas as prendas e, das duas uma: ou tenho mais dinheiro do que no ano passado por esta altura ou estou uma mãos largas.
Ainda assim reconheço que comprar não é de todo o espírito do Natal, mas a verdade é que é impossível passar ao lado de tanta azáfama. Coitadinhõs dos moços que passam o dia todo no Toys'r'us a fazer embrulhos!!
Quando era "pikena" acordava na manhã do dia 25 e ía a correr para a árvore para desembrulhar os presentes. Nesse dia era eu a acordar os meus pais tal era a euforia. Sempre fui uma criança inteligente e precoce (pouco dada a histórias ficcionais, portanto) e nunca acreditei muito na história do Pai Natal. Aliás, não percebo como é que os miúdos de hoje, que nascem a saber mexer em computadores, a falar inglês e a perceber de tudo quanto é aprarelho high tech ainda caem na história das renas e do Pai Natal a descer pela chaminé. Mas isso é outra história.
O que eu queria dizer com isto tudo é que, infelizmente, a ideia de união e de amizade se perde cada vez mais. Transformamos tudo o que sentimos em prendas, dos chineses, das lojas bagatela, da gant, dependendo do lugar que a pessoa ocupa na nossa escala de consideração.
Como foi que nos tornamos assim?

quarta-feira, dezembro 14

Quero uma casa deste tamanho


Castelo de Palmela

Já estou de olhos postos em 2006. Não gosto de fazer aquelas listas de coisas que queremos mudar ou fazer no ano que se aproxima, porque acabamos sempre por deixá-las a meio. Para 2006 tenho um objectivo: ter uma casa só para mim, seja alugada, comprada, ocupada, roubada, não me interessa!
Há 7 anos que partilho casas com pessoas mais ou menos desconhecidas, tempo suficiente para estar à beira de uma ruptura na minha saúde mental.
Esperar para usar o wc, querer fazer o jantar e ter os bicos do fogão todos ocupados, aturar os namorados das vizinhas de quarto aos fins-de-semana, isto quando não vêm para cá fazer ranger a cama aos dias de semana ao ponto de uma pessoa ter que bater na parede (é verdade, aconteceu num dia de pouca paciência, bati na parede e o rapaz foi embora! lol)São apenas alguns dos motivos fortes para ganhar juízo e me deixar disto. A dificuldade está mesmo no dinheiro. Os euros não abundam, é certo, mas se deixar de comprar umas quantas peças de roupa por mês sou capaz de conseguir! Quem vai sofrer é o armário, mas não podendo cortar nos livros nem nos CDs nem no cinema nem nos jantares com o meu mais que tudo, é o que me resta...

segunda-feira, dezembro 12

De volta




A pedido de muitas famílias voltei a dar corda aos dedos.
Neste tempo em que deixei A Cegueira às escuras, a minha vida deu uma reviravolta. Deixei o jornalismo. Passei para o outro lado do passeio. A separar a assessoria e o jornalismo está apenas um riacho que se atravessa sem termos que arregaçar as calças. E eu molhei os pés e passei para o outro lado por uma razão simples: sobrevivência.

E a minha vida ganhou novas rotinas a que me acostumei. E não penso muito no que ficou para trás porque não queria ser mais uma a contar para as estatisticas do desemprego.

O meu amigo Marco, do outro lado do mundo, diz que se não escrevo é porque a vida me corre bem. O truque é mesmo acordar de manhã e seguir em frente, estou a aprender a não pesar os gramas de cada decisão que tenho que tomar!